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Repórter Brasília

- Publicada em 13 de Setembro de 2016 às 01:13

Medo da delação

O processo de cassação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) colocou o Congresso e o Planalto em polvorosa. Pela extensa ficha de acusações que Cunha responde e pelas estratégias desesperadas que ele tomou para se salvar, a delação premiada é o desfecho mais provável. E, se Cunha falar, a República tende a cair. Pelo que ele têm indicado, ninguém escapa. O ex-presidente da Câmara deu a entender que o seu partido, o PMDB, além do PT, do PSDB, do DEM e de diversas figuras irão sentir o baque. O presidente Michel Temer (PMDB) também tem o que temer. Ele já foi citado algumas vezes em diversas delações. Se Cunha citar Temer, a situação dele fica próxima de insustentável.
O processo de cassação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) colocou o Congresso e o Planalto em polvorosa. Pela extensa ficha de acusações que Cunha responde e pelas estratégias desesperadas que ele tomou para se salvar, a delação premiada é o desfecho mais provável. E, se Cunha falar, a República tende a cair. Pelo que ele têm indicado, ninguém escapa. O ex-presidente da Câmara deu a entender que o seu partido, o PMDB, além do PT, do PSDB, do DEM e de diversas figuras irão sentir o baque. O presidente Michel Temer (PMDB) também tem o que temer. Ele já foi citado algumas vezes em diversas delações. Se Cunha citar Temer, a situação dele fica próxima de insustentável.
Cunha, o símbolo
Cunha pode virar o símbolo da relação com a coisa pública no Brasil. Da Operação Lava Jato à propina para o policial, são vários os pequenos esquemas que sangram os cofres públicos. A Lava Jato assustou pela quantidade de envolvidos, mas um esquema de desvio do seguro defeso foi dado a 45 mil pescadores em Brasília. Cada um recebia um salário-mínimo, mas o lago Paranoá não tem peixe para tanta gente. A proibição de doações de pessoas jurídicas transformou milagres em situações corriqueiras. Em 2016, mortos levantaram do túmulo e gente que recebia Bolsa Família ultrapassou a linha da pobreza apenas para doar a candidatos. A certeza da impunidade é tão absurda que o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra (PMDB), afirmou que identificou 10 mil causos de fraude apenas "batendo o olho". Fraudes num benefício que chega a R$ 170,00.
Acordar cedo para votar
O medo dos deputados antes da sessão era o da vergonha: 300 prometeram votar pela cassação, mas todos temiam que o colega ao lado estivesse mentindo. Alguns contaram histórias para reforçar o voto. O deputado federal gaúcho Heitor Schuch (PSB) relatou andanças em que era cobrado, mesmo que sutilmente. "Sou testemunha de que, nos últimos dias, se falássemos com 10 pessoas, oito perguntavam sempre a mesma coisa: o deputado vai estar presente? Como vai votar?" Marcon (PT-RS) madrugou e saiu correndo para Brasília. "Saí de casa hoje de manhã às 5h, no meu assentamento, onde moro com minha família, em Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul, para estar aqui porque eu sou um dos brasileiros que querem ajudar a passar a limpo a Câmara Federal". Outros confiaram nas palavras duras. O deputado gaúcho José Stédile (PSB) foi direto. "Se absolvermos o Eduardo Cunha nós estaremos dando a demonstração de que concordamos com tudo. Eu não tenho dúvida alguma do envolvimento do Eduardo Cunha em tudo que há de mais indigno, em falcatruas, em compra de votos." Afonso Motta (PDT) apontou que o julgamento de Cunha significa que as reformas que o Planalto tanto quer ficarão para o fim do ano. "Ao que tudo indica, não vamos ter o privilégio de examiná-los com a brevidade necessária, porque voltaremos apenas no dia 3 de outubro."
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