A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) já prepara um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a eventual confirmação do impeachment da petista no Senado. Os estudos sobre a peça, que tende a ser um mandado de segurança, estão adiantados. O trabalho é feito pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo (PT) e por uma equipe que o auxilia no trabalho de defender Dilma.
Ontem, a petista já sinalizou sua vontade de recorrer contra uma eventual decisão desfavorável do Senado. "Não recorro ao Supremo Tribunal Federal, porque não esgotei esta instância, não terminei aqui. Vim aqui, porque respeito essa instituição. Mas, se (Senado) der este passo, estará compactuando com golpe", afirmou Dilma, ao responder ao senador tucano Aloysio Nunes (SP). O parlamentar questionou por que a petista não recorreu ao Supremo contra o que chama de golpe.
Em maio, o ministro Teori Zavascki negou um pedido para suspender a decisão da Câmara. O argumento usado pela defesa da presidente - que ainda não havia sido afastada - era de que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conduziu o impeachment apenas para se defender do processo de cassação de seu mandato como parlamentar.
Mas Zavascki entendeu que a questão invadia o mérito do processo por crime de responsabilidade contra Dilma, o que, no entendimento do ministro, não é uma análise que deve ser feita pelo Poder Judiciário.