Campanha eleitoral esvazia a Câmara de Porto Alegre

Desde a volta do recesso parlamentar, no início do mês, as sessões da Câmara de Porto Alegre têm apresentado um plenário esvaziado; mas, normalmente, os períodos de debate entre os parlamentares têm quórum mínimo para ingressar na ordem do dia e nas votações. Entretanto, na maior parte da tarde de ontem, menos de 10 vereadores participaram da sessão plenária.

Alguns vereadores passaram o tempo acompanhando as perguntas feitas à presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado ou se dedicaram a atividades da campanha eleitoral.

Sobre a apreciação final do pedido de impeachment da presidente Dilma, apenas Sofia Cavedon (PT) e Idenir Cecchim (PMDB) se manifestaram na tribuna.

"Com muita coragem e tranquilidade, a presidenta não temeu enfrentar o Parlamento, expondo seu ponto de vista e declarando-se inocente de qualquer crime de responsabilidade", afirmou Sofia. 

Cecchim se referiu a Dilma como ex-presidente e criticou o uso da palavra golpe por parte dos petistas. "Eu, por exemplo, não votei na Dilma e no Temer, pois o PMDB gaúcho nunca se alinhou com o PT", lembrou.

Quando a sessão já estava esvaziada e parecia se encaminhar para o final, o vereador Rodrigo Maroni (PR) subiu à tribuna para falar sobre uma possível perseguição dos colegas contra seus projetos no Legislativo. Maroni questionou o projeto de Bernardino Vendruscolo (Pros) que proíbe o autor de uma proposta a também ser relator de seu próprio projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para o representante do PR, a proposta prejudica a tramitação de suas matérias na Casa.

A fala de Maroni foi respondida pelos vereadores pedetistas Delegado Cleiton e João Bosco Vaz, o que chegou a gerar um tumulto entre os três parlamentares. "Tu já me chamou de idiota aqui no plenário", afirmou Maroni para Bosco. "Todos aqui já te chamaram", respondeu Bosco Vaz.

Maroni vem sendo criticado em diversas sessões pelos colegas por projetos que, segundo os parlamentares, prejudicariam a imagem da Câmara. O vereador não participava das sessões desde a volta do recesso legislativo.

Após a discussão, o parlamentar do PR deixou o plenário, e os poucos vereadores que permaneceram falaram na tribuna sobre questões pessoais e sobre a campanha eleitoral.