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eleições 2016

- Publicada em 12 de Setembro de 2016 às 23:43

Vice pelo PSOL é brizolista convicto

Deputado Pedro Ruas compõe a chapa da candidata Luciana Genro

Deputado Pedro Ruas compõe a chapa da candidata Luciana Genro


MARCELO G. RIBEIRO/JC
O Jornal do Comércio inicia hoje uma série de entrevistas com os nove candidatos a vice-prefeito de Porto Alegre, que serão publicadas de terça a sexta-feira. O primeiro é Pedro Ruas (PSOL), que compõe chapa com a candidata a prefeitura Luciana Genro (PSOL).
O Jornal do Comércio inicia hoje uma série de entrevistas com os nove candidatos a vice-prefeito de Porto Alegre, que serão publicadas de terça a sexta-feira. O primeiro é Pedro Ruas (PSOL), que compõe chapa com a candidata a prefeitura Luciana Genro (PSOL).
Ruas entende que o PSOL "agrega as melhores lutas do povo brasileiro". Mas antes de ingressar na sigla, atuou no PDT, com uma carreira política inspirada na figura do ex-governador Leonel Brizola (PDT).
Pedro Luiz Fagundes Ruas nasceu em 16 de janeiro de 1956, no Hospital Beneficiência Portuguesa, em Porto Alegre. Hoje reside no bairro Floresta. Seus pais eram brizolistas convictos, com quem aprendeu a admirar a política trabalhista. "Meu pai costumava dizer que o Brizola era o canhão do povo", relembra Ruas.
Depois de completar o ensino básico no Instituto de Educação Flores da Cunha em 1966, e o médio (na época, chamado de ginásio e científico) no Colégio Estadual Júlio de Castilhos em 1974, ingressou na Faculdade de Direito na Pucrs, onde, em 1980, formou-se advogado especializado na área trabalhista. Acompanhou a política estudantil tanto na escola quanto na universidade, onde despertou "uma consciência maior das injustiças da ditadura militar e da realidade das periferias da cidade".
Sua primeira filiação foi ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), legenda que ajudou a fundar ao lado do ídolo político da família, Leonel Brizola, que voltou do exílio em 1979. Permaneceu no PDT durante 26 anos, chegando inclusive a ocupar a presidência do diretório estadual no final dos anos 1990.
Foi no PDT que iniciou a carreira política: das cinco vezes que se elegeu vereador de Porto Alegre, três foram pela sigla (em 1985, 1992 e 1996). Também foi secretário estadual de Saneamento nos dois primeiros anos do governo Olívio Dutra (PT, 1999-2002) e secretário municipal de Indústria e Comércio, em Cachoeirinha.
Mas, em 2004, com a morte de Brizola, migrou para o recém-criado Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). "Com a morte dele, me aproximei dos fundadores do PSOL e vi que era um partido de esquerda, com uma linha socialista, que combatia ferozmente a corrupção, características que se aproximavam do 'brizolismo combativo'. Hoje, me orgulha o fato de o PSOL ser o único partido com participação em todos os movimentos sociais", explica.
Pela nova legenda, além de presidente estadual entre 2012 e 2015, reelegeu-se mais duas vezes à Câmara Municipal (2008 e 2012). Inclusive, na última reeleição, foi o vereador mais votado, com 14.609 votos. Além disso, nas eleições de 2014, foi o primeiro integrante do PSOL a conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Na Câmara, Ruas destaca a Lei do Troco (que prevê a isenção da tarifa de ônibus e lotações para o usuário, quando não houver o troco devido), a implantação do modal hidroviário no transporte coletivo e a revogação da isenção de ISSQN (terminou com a isenção do ISS para os bancos, gerando receita para os cofres municipais).

O que fará como vice-prefeito

O deputado estadual Pedro Ruas (PSOL) acredita que irá ocupar uma secretaria municipal se for eleito vice-prefeito de Porto Alegre. Ele entende que políticas públicas para a moradia popular devem ser prioridade em uma eventual gestão de Luciana Genro (PSOL) na prefeitura, além das três áreas prioritárias - saúde, educação e segurança.
"Como vice, acho que deveria assumir alguma pasta, além da função constitucional de substituição eventual da prefeita. Tenho experiência, fui secretário de Estado, do município etc. Acho que posso e devo contribuir com isso", projeta Ruas.
Entre as prioridades apresentadas no programa de governo do PSOL, Ruas destaca o acesso à moradia, assunto que pautou sua atuação na Câmara Municipal em diversos momentos. "Além das três áreas prioritárias, temos que priorizar a moradia. Não temos nenhum projeto andando, depois do programa federal Minha Casa Minha Vida, que foi abandonado. Não há nenhum projeto estadual ou municipal nesse sentido. E as pessoas têm que ter moradia digna para exercer a cidadania", analisa.
O candidato a vice-prefeito do PSOL também defende que, caso vençam as eleições, o governo deve ser composto "por pessoas que tenham a mesma visão que a gente (do partido), de buscar a justiça social, de igualar as oportunidades para todos".
"Afinal, o PSOL não é um partido que faz alianças para participar de governos, nem faz loteamento de cargos. Temos condições de fazer um gestão eficaz, governando com aqueles setores que compõe a inteligência da cidade, como profissionais, servidores e acadêmicos que nos forneçam informações que permitam fazer mudanças significativas", conclui.
E reforça ainda que, diante da limitação orçamentária da cidade, o governo do PSOL vai ter prioridades claras. "Embora o orçamento do município seja proporcionalmente melhor que o do Estado, é limitado. Sendo assim, na hora de eleger as prioridades, passa por um crivo ideológico. Acredito que, se tiver que escolher entre investir em um bairro pobre ou um rico, temos que priorizar a periferia, por serem mais necessitados", avalia Ruas.