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Governo interino

- Publicada em 18 de Agosto de 2016 às 17:30

Temer prepara discurso para 7 de Setembro

Peemedebista falará de objetivos ao assumir definitivamente o cargo

Peemedebista falará de objetivos ao assumir definitivamente o cargo


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
O presidente interino Michel Temer (PMDB) informou, na noite de quarta-feira a senadores do PSDB, que pretende fazer, no 7 de Setembro, seu primeiro pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja definitivamente afastada do cargo.
O presidente interino Michel Temer (PMDB) informou, na noite de quarta-feira a senadores do PSDB, que pretende fazer, no 7 de Setembro, seu primeiro pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja definitivamente afastada do cargo.
O peemedebista definiu a data no início desta semana e já começou a discutir com a equipe ministerial o tom do discurso, que deverá ser gravado antes de sua viagem para a reunião do G-20, encontro que será realizado nos dias 4 e 5 de setembro, na China.
O objetivo do pronunciamento é definir a linha de seu governo a partir do momento em que ele assume definitivamente o cargo. Para isso, a ideia é que o peemedebista defenda a necessidade de uma unidade nacional para superar as crises política e econômica, e reforce sua agenda econômica focada no ajuste fiscal e retomada dos investimentos.
Segundo a reportagem apurou, ele irá também pregar a pacificação do País e a necessidade de uma "reinstitucionalização", além de pedir que a sociedade brasileira se dedique a superar o atual quadro econômico.
No discurso, o presidente interino também pretende antecipar medidas econômicas que adotará, como o lançamento de um pacote de concessões em infraestrutura, e deve falar sobre eventuais acordos comerciais fechados durante viagem à China.
Em contagem regressiva, Temer disse que o pronunciamento à nação no 7 de Setembro, quando voltar da reunião do G-20 na China, terá três eixos: a situação em que encontrou o País, o que conseguiu fazer nesse período de interinidade pré-impeachment, e o que pretende fazer nos dois anos e quatro meses de governo efetivo. Ele fará um apelo ao apoio da sociedade para as medidas "amargas" que terá que fazer. 
Desde que assumiu interinamente o Palácio do Planalto, Temer vinha sendo aconselhado a utilizar a cadeia nacional de televisão e rádio.
Ele, no entanto, preferiu agir com precaução para evitar questionamentos judiciais e só utilizá-la caso seja confirmado definitivamente no cargo.

Reunião com tucanos sela maior participação do PSDB

Para atender às reclamações de maior participação do PSDB no núcleo de decisões do governo de Michel Temer (PMDB), ficou acertado que o líder do governo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), vai ser chamado a participar de núcleos de trabalho criados para formulação de políticas e reformas.
Moreira Franco (PMDB) sugeriu e foi acatado, Temer se reunirá com grupos de 50 a 60 deputados federais, mostrando o que acontecerá ao País se determinadas medidas amargas não forem aprovadas.
Nas quase quatro horas de conversa para repactuação da participação do PSDB na coligação do governo de transição, o presidente interino fez um balanço das concessões que disse ter sido obrigado a fazer na fase pré-impeachment e o que fará após o afastamento definitivo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Foi uma conversa franca em que os dirigentes do PSDB manifestaram apoio ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mas avisaram: que ele cuide da economia e deixe a política para o núcleo político. Os tucanos cobraram pulso firme de Temer para implementar as reformas e as medidas de ajuste, sem concessões vistas como populistas.
"O Brasil está numa bifurcação. Tem o caminho mais fácil, da gastança e das concessões às corporações, que nos levará ao abismo; ou o caminho mais tortuoso e mais difícil, das reformas estruturantes para coibir o aumento do endividamento, que nos levará à saída do abismo", disse, na conversa, o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima. "Ou se faz esse ajuste para conter o endividamento agora; ou, em 2025, 100% do orçamento da União será para pagar dívida, previdência e folha de pagamento", concordou o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB).
Além de Aécio Neves (MG), Aloysio e Tasso Jereissatti (PSDB-CE), participaram do jantar o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), e o senador Ricardo Ferraço (ES). Na saída, Aécio deixou claro que os desentendimentos ficaram para trás. "Vai haver um realinhamento e uma convergência do PSDB com o governo", disse Aécio.
Nas últimas semanas, o clima entre tucanos e governo azedou por conta de concessões vistas como eleitoreiras por parte de Meirelles, e o desconforto foi manifestado por Aécio, que pediu a Temer que retomasse o comando de seu "time". Na conversa, considerada de "altíssimo nível", coube a Tasso Jereissatti enquadrar Meirelles. "O ministro Meirelles tem todo nosso apoio e simpatia", disse Tasso.

Comissão da OEA pede explicações sobre o processo de impeachment

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) notificou, na terça-feira, o governo interino de Michel Temer (PMDB) e pediu explicações sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT).
A medida é resultado de um pedido de liminar protocolado por parlamentares do PT na semana passada para suspender a tramitação do processo de afastamento da petista.
Segundo auxiliares de Temer, o governo prestará os esclarecimentos via Itamaraty no prazo de até sete dias, e argumentará por que não considera o processo "um golpe", como defendem os petistas.
Assessores do presidente interino relataram à reportagem que o governo já pediu subsídios à Câmara e ao Senado para tentar desconstruir a tese de Dilma e vai alinhar Itamaraty, Ministério da Justiça, Casa Civil e Advocacia-Geral da União na elaboração da defesa do Planalto.
Os deputados Wadih Damous (PT-RJ), Paulo Pimenta (PT) e Paulo Teixeira (PT-SP) assinaram a petição enviada à comissão da OEA junto com o advogado argentino Damián Loreti, alegando que Dilma foi afastada como parte de uma tática para frear as investigações da Operação Lava Jato e que o processo é "ilegal".
O grupo também foi notificado, via Loreti, e vai preparar uma peça para responder aos questionamentos da comissão sobre como está o andamento do processo de impeachment e das ações judiciais protocoladas pela defesa de Dilma no Supremo Tribunal Federal (STF), entre outros temas.
O advogado da presidente afastada, José Eduardo Cardozo (PT), participou pessoalmente das articulações e, há algumas semanas, tem feito consultas a especialistas internacionais para avaliar a viabilidade do processo.
Depois que ambos os lados prestarem os esclarecimentos, a comissão vai analisar se concede ou não a liminar para suspender o processo de impeachment ou ainda se leva o caso ao julgamento da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA.

Renan se reúne com Dilma para acertar sua ida ao Senado

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se encontrará, nesta sexta-feira, com a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) para acertar os detalhes de a participação, no dia 29, sobre sua defesa no julgamento final do impeachment. Renan avisou ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do processo de impeachment, ministro Ricardo Lewandowski, que iria conversar com a petista.
O encontro será no Palácio da Alvorada, às 11h. A conversa seria nesta quinta-feira, mas ele viajou com o presidente interino Michel Temer (PMDB) para o Rio de Janeiro.
Nesta quinta-feira, os senadores Humberto Costa (PT-PE), José Pimentel (PT-CE) e Paulo Rocha (PT-PA) se reuniram com Dilma Rousseff e combinaram a realização, na próxima semana, de um "treinamento" para o seu depoimento no Senado, previsto para ser realizado no dia 29.
"Pedimos para conversar sobre o que imaginamos que será o depoimento. É difícil, mas não é uma batalha perdida", diz Humberto Costa. Os petistas acreditam que o depoimento de Dilma pode ajudar a reverter votos, mas que, mesmo sem isso ocorrer, ele será importante para a narrativa construída junto às bases de que a presidente está sofrendo um "golpe".
"A vinda dela pode ajudar a consolidar votos e a reverter, mas, mesmo que não ocorra isso, vai ser um ponto definitivo da narrativa do que é esse processo, porque ela terá condição de demonstrar de viva voz que não cometeu crime", afirmou Humberto Costa.