Com receio de perda de apoio do setor produtivo na fase final do impeachment, o presidente interino Michel Temer (PMDB) iniciou ofensiva junto a empresários e trabalhadores na tentativa de ganhar legitimidade social para continuar à frente da presidência da República.
Na quarta-feira, o peemedebista se reuniu com empresários como Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Jorge Gerdau (Gerdau), Pedro Passos (Natura) e Pedro Moreira Salles (Itaú) em audiência privada no gabinete presidencial.
Nesta quinta-feira, o presidente interino promoveu evento público no Palácio do Planalto com representantes da construção civil com o objetivo de dar uma demonstração pública de apoio à gestão peemedebista.
Com a presença de cerca de 700 empresários e 100 trabalhadores, a cerimônia serviu como uma espécie de palanque para discursos elogiosos ao governo interino.
Com a demora na aprovação de medidas econômicas no Congresso Nacional, além de recuos em iniciativas de controle de gastos, o Palácio do Planalto está preocupado com o que chama de "fim da lua de mel" com o mercado financeiro.
"Encontramos em vossa excelência, e na equipe que montou, a liderança capaz de conduzir os avanços que a sociedade brasileira exige. Liderança capaz de aproveitar o momento histórico para construir mudanças que recoloquem o País na direção da sua vocação natural", elogiou o presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins.
"Não tenho dúvidas de que vossa excelência será o líder maior na frente de definir e fazer girar a roda do desenvolvimento nacional ", afirmou o presidente do Sindicato da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP), Antonio de Soualho. Na tentativa de agradar ao setor da construção civil, o presidente interino iniciou seu discurso pedindo uma salva de palmas tanto para os empresários como para os trabalhadores.
"Eu quero dizer que sem a construção não há progresso. Ela dá harmonia social e aos Poderes da República, além de ajudar na construção da pacificação social do País", ressaltou o peemedebista. Para a semana que vem, o governo interino também prepara uma agenda de encontros com empresários de outros setores, como do agronegócio e da indústria.