Depois de o projeto que inclui o Transporte Público Hidroviário no Sistema Estadual de Transporte Público Intermunicipal de Passageiros de Longo Cursos ser colocado na ordem do dia com o aval de todas as bancadas da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais da base do governo retiraram o quórum da sessão de ontem para não votar a matéria.
O autor do projeto, deputado Pedro Ruas (P-Sol), disse que lhe causou "estranheza" a manobra, uma vez que todos os líderes de bancadas haviam acordado na reunião de líderes - encontro realizado todas as terças-feiras de manhã, para decidir quais projetos entrarão na pauta - em votar a matéria ontem.
Além disso, segundo Ruas e parlamentares da base do governo, o texto - que tramita pelas comissões da Casa desde o ano passado - tinha o aval tanto do secretário estadual de Transporte, Pedro Westphalen (PP), quanto do diretor da Metroplan (Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional), Pedro Bisch Neto (PMDB).
"Na verdade, é uma situação delicada para o próprio governo, porque, como eles (parlamentares governistas) inesperadamente não quiseram votar o projeto, não sei por quê, o meu fica sendo o primeiro da pauta nas próximas sessões", disse o deputado do P-Sol.
O líder do governo no Legislativo, deputado Gabriel Souza (PMDB), afirmou que o quórum foi retirado por uma questão técnica. "Houve apenas uma dúvida da área técnica do governo. Como se trata da criação do modal hidroviário metropolitano e intermunicipal, que são sistemas diferentes, vamos analisar se vai haver impacto financeiro, a funcionalidade etc. Por isso, vamos ter que esperar um pouco mais para votar, até a Secretaria de Transportes e a Metroplan sanarem essa dúvida", declarou Souza.
Embora o projeto do transporte hidroviário seja o primeiro da pauta, os parlamentares podem incluir outras matérias na ordem do dia da semana que vem e pedir inversão de pauta, alterando a ordem de votação. Como são maioria na Assembleia, a base do governo pode facilmente aprovar um requerimento de inversão de pauta.