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Estados Unidos

- Publicada em 09 de Agosto de 2016 às 15:13

Brasil é citado em documentos sobre ditadura argentina

As autoridades do Brasil, da Argentina e do Chile do fim da década de 1970 eram "ultraconservadoras" e tinham uma visão limitada que podia ser observada em atitudes como "as disputas mesquinhas de um país com o outro". Foi assim que os Estados Unidos definiram os governos em seus relatórios elaborados à época.
As autoridades do Brasil, da Argentina e do Chile do fim da década de 1970 eram "ultraconservadoras" e tinham uma visão limitada que podia ser observada em atitudes como "as disputas mesquinhas de um país com o outro". Foi assim que os Estados Unidos definiram os governos em seus relatórios elaborados à época.
A informação está em uma das 1.081 páginas de documentos norte-americanos - referentes ao período 1977-1980, quando Jimmy Carter estava à frente da Casa Branca - sobre a ditadura argentina que se tornaram públicos na noite de segunda-feira.
Apesar de os EUA se posicionarem contra as torturas, os relatórios indicam que o país queria manter-se próximo dos latinos e se preocupava com a possibilidade de que a pressão pelos direitos humanos pudesse prejudicar as relações. Mostram também que o governo de Carter via o Brasil como um país-chave nessa questão.
Em maio de 1977, os países sul-americanos estavam incomodados com as políticas norte-americanas que defendiam os direitos humanos e preparavam um encontro para debater o assunto. "Dado o status internacional do Brasil (...), a presença do presidente (Ernesto) Geisel pode fazer a reunião potencialmente difícil para nós", diz um dos documentos.
De acordo com os papéis, um dos principais objetivos de uma viagem do então secretário de Estado dos EUA, Cyrus Vance, ao Brasil era combater a tortura e reafirmar o interesse em manter bom relacionamento com o país.
Em relação à Argentina, os documentos descrevem Jorge Videla, general-presidente no período 1976-1981, como um homem moderado, devoto à família e ao catolicismo e que valorizava tradições. Videla foi o principal símbolo da ditadura do país e morreu em 2013, aos 87 anos, em uma base militar onde cumpria prisão perpétua. Para o governo dos EUA, porém, o general parecia "abominar" o excesso que "alguns" militares cometiam. Videla evitava confrontação e, por isso, tinha dificuldade de se opor ao consenso dos líderes militares de que se devia adotar medidas "ásperas contra o terrorismo".
Os registros ainda trazem depoimentos sobre as torturas na Argentina, explicações de Videla para Carter sobre presos políticos e um informe sobre a ditadura elaborado pela secretária de direitos humanos norte-americana Patricia Derian. Esse documento, porém, teve partes apagadas por Henry Kissinger, secretário de Estado em governos anteriores ao de Carter, que tinha conhecimento da Operação Condor (aliança entre os governos militares da América do Sul formada para reprimir opositores das ditaduras da região).
 

Parentes de vítimas de consulado na Líbia processam Hillary

Os pais de dois homens mortos no ataque de 2012 contra o consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, entraram com uma ação judicial na qual culpam Hillary Clinton por seu "imprudente" uso de um e-mail privado para troca de informações. Quando era secretária de Estado, Hillary discutiu assuntos oficiais por meio de um servidor privado em sua casa, o que seus críticos alegam que expôs a correspondência oficial dos EUA a uma possível espionagem.
O FBI concluiu, no mês passado, que a candidata democrata havia sido "extremamente descuidada" com informações secretas, mas, no entanto, não recomendou nenhuma acusação contra ela pelo escândalo. No seu processo contra Hillary, os pais de dois agentes de segurança mortos no incidente alegam que os terroristas sabiam onde as vítimas estavam em razão do uso de seu e-mail privado.
O ataque matou quatro norte-americanos, incluindo o então embaixador na Líbia, Christopher Stevens. "Como resultado direto do uso imprudente de informação classificada e sensível por parte de Hillary, os terroristas islâmicos conheceram a rotina do embaixador Christopher Stevens e de outras operações do governo em Benghazi, na Líbia, e, portanto, organizar, planejar e executar o ataque de 11 de setembro de 2012."