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Internacional

- Publicada em 01 de Agosto de 2016 às 15:37

Governo admite pela primeira vez erros nas punições após golpe

Em uma notável mudança de tom por parte de Ancara, dois líderes políticos turcos admitiram pela primeira vez que as punições aplicadas após a tentativa frustrada de golpe de Estado, no dia 15 de julho, muito criticadas no exterior, podem ter provocado "erros". As autoridades também expressaram descontentamento com a Alemanha, que vetou a exibição de uma mensagem do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante uma manifestação pró-governo no domingo, na cidade de Colônia.
Em uma notável mudança de tom por parte de Ancara, dois líderes políticos turcos admitiram pela primeira vez que as punições aplicadas após a tentativa frustrada de golpe de Estado, no dia 15 de julho, muito criticadas no exterior, podem ter provocado "erros". As autoridades também expressaram descontentamento com a Alemanha, que vetou a exibição de uma mensagem do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante uma manifestação pró-governo no domingo, na cidade de Colônia.
"Se aconteceram erros, corrigiremos", disse o vice-primeiro-ministro, Numan Kurtulmus, enquanto o expurgo de simpatizantes do pregador Fetullah Gülen, exilado nos Estados Unidos, a quem Ancara acusa de ter organizado o golpe, afeta principalmente o Exército, a Justiça, o sistema educacional e a imprensa. "Os cidadãos que não têm ligação com os simpatizantes devem ficar tranquilos porque nenhum mal será feito a eles. No entanto, os que estão vinculados ao imã têm que ter medo e pagarão o preço", reiterou o vice-premiê ao falar sobre os simpatizantes de Gülen, que teve a extradição solicitada por Ancara a Washington.
Quase 10 mil pessoas estão sendo investigadas ou estão em prisão preventiva, incluindo jornalistas. Mais de 50 mil turcos foram demitidos de seus postos de trabalho.
O premiê Binali Yildirim também afirmou que existia a possibilidade de que erros tenha ocorrido durante a caça às bruxas. "Estamos aplicando um trabalho rigoroso sobre os que foram destituídos", disse o chefe de governo. "Alguns deles foram vítimas de processos injustos", admitiu, também adotando um tom mais conciliador, pouco habitual desde o golpe frustrado que abalou o poder de Erdogan.
O expurgo turco provocou críticas de Washington, de países da Europa, de diversas organizações de defesa dos direitos humanos e da imprensa. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, denunciou que as punições eram "desmedidas" e que não poderia permanecer calado. Já o premiê italiano, Matteo Renzi, declarou que "um país que prende seus próprios professores e seus próprios jornalistas, encarcera seu futuro". Em resposta, Erdogan aconselhou os dirigentes ocidentais a "se meterem em seus assuntos".
Em outra tentativa de demonstrar força, a Turquia convocou o encarregado de negócios da embaixada alemã em Ancara depois da proibição, no domingo, da exibição de um discurso de Erdogan por videoconferência durante uma manifestação em Colônia, no Norte da Alemanha, na qual milhares de pessoas demonstraram rejeição ao golpe de Estado frustrado.
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