Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 08 de Agosto de 2016 às 18:16

Primeiro ano do Poa Sem Bituca é 'um fracasso', diz idealizador

Equipamentos ficam ao lado das lixeiras da prefeitura

Equipamentos ficam ao lado das lixeiras da prefeitura


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Igor Natusch
Lançado pela prefeitura de Porto Alegre como uma iniciativa pioneira para manter a cidade mais limpa, o projeto Poa Sem Bituca completa seu primeiro ano em um cenário pouco animador. "O projeto é um fracasso", resume Flavio Costa Leites, presidente da Eco Prática e idealizador da iniciativa.
Lançado pela prefeitura de Porto Alegre como uma iniciativa pioneira para manter a cidade mais limpa, o projeto Poa Sem Bituca completa seu primeiro ano em um cenário pouco animador. "O projeto é um fracasso", resume Flavio Costa Leites, presidente da Eco Prática e idealizador da iniciativa.
A previsão de instalar 10 mil equipamentos para recolhimento de restos de cigarro na Capital ficou muito para trás: hoje, apenas cerca de 100 bituqueiras estão à disposição da população. Ao todo, menos de 2 milhões de bitucas foram recolhidas em um ano - um número quase irrisório, uma vez que são quase 5 milhões de resíduos gerados diariamente na cidade.
De acordo com Leites, a total falta de apoio é decisiva para dificultar o avanço. Segundo ele, mesmo empresas como a Souza Cruz, responsável pela logística reversa das bitucas de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, demonstram pouco interesse em investir. A prefeitura oferece apoio apenas institucional, sem aporte financeiro. Com isso, todos os custos, incluindo os de manutenção, acabam ficando com a Eco Prática. "Pagamos tudo, desde a produção até a instalação final. E aí fica difícil expandir", lamenta.
O Poa Sem Bituca tem como objetivo diminuir a quantidade de baganas descartadas no chão, instalando equipamentos coletores junto às lixeiras de responsabilidade do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). As pontas de cigarro apresentam elementos químicos como mercúrio e cádmio, que dificultam a maioria dos processos de reciclagem. O material recolhido nas bituqueiras é levado até Nova Santa Rita, onde são usados para substituir o carvão em fornalhas usadas para a produção de cimento.
Mesmo com o pouco sucesso inicial, ainda existe a ideia de ampliar. A partir de recursos recolhidos com outro projeto da Eco Prática, o Clube da Horta, entre 200 e 300 novas bituqueiras serão instaladas no Centro Histórico, Moinhos de Vento, Bom Fim e em boa parte da avenida Assis Brasil. "Vamos mantendo o projeto, de repente alguma empresa se interessa em nos ajudar."
De acordo com o DMLU, o órgão sempre deixou claro que não haveria nenhum aporte financeiro, uma vez que, para isso, seria necessário um outro tipo de contrato, inclusive com previsão de licitação. O Poa Sem Bituca é, segundo o DMLU, uma "opção extra à prerrogativa legal do órgão, que é dar destino adequado aos recicláveis, orgânicos e rejeitos", e cabe à iniciativa privada buscar mecanismos de viabilização do projeto. As bitucas de cigarro jogadas no chão são recolhidas pela varrição e encaminhadas a aterro sanitário.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO