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Geral

- Publicada em 01 de Agosto de 2016 às 22:00

Dívida dos hospitais filantrópicos com bancos já chega a R$ 1,4 bilhão

Protesto de trabalhadores da Santa Casa não alterou atendimento

Protesto de trabalhadores da Santa Casa não alterou atendimento


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Suzy Scarton
Os trabalhadores que prestam atendimento na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre trabalharam, ontem, em clima de luto. Durante todo o dia, profissionais da saúde e funcionários utilizaram uma fita preta no braço, simbolizando a atual situação em que a saúde pública se encontra. Além disso, os diretores conversaram com pacientes e familiares, expondo como a falta de repasses pode impactar o Sistema Único de Saúde (SUS).
Os trabalhadores que prestam atendimento na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre trabalharam, ontem, em clima de luto. Durante todo o dia, profissionais da saúde e funcionários utilizaram uma fita preta no braço, simbolizando a atual situação em que a saúde pública se encontra. Além disso, os diretores conversaram com pacientes e familiares, expondo como a falta de repasses pode impactar o Sistema Único de Saúde (SUS).
Os hospitais filantrópicos são responsáveis por 75% dos atendimentos do SUS no Rio Grande do Sul. As instituições alertam há tempo para os prejuízos oriundos da falta de repasses - a Federação de Santas Casas estima que o prejuízo anual seja de mais de R$ 500 milhões. Como consequência, em 2015, a Santa Casa anunciou uma redução na assistência aos pacientes, resultando em 437.437 atendimentos a menos por ano.
O diretor-geral e de relações institucionais da Santa Casa, Julio Dornelles de Matos, afirma que o Estado deve R$ 144 milhões em programas assistenciais. Além disso, até 2014, o cofinanciamento estadual ajudava os hospitais filantrópicos a desafogar as dívidas. Nos últimos dois anos, no entanto, esse repasse foi suspenso, algo que agravou a situação. "Seriam R$ 300 milhões em 2015 e R$ 298 milhões em 2016. Atualmente, os hospitais só acumulam dívidas: não há dinheiro para fornecedores e funcionários", lamenta. O valor devido aos bancos pelos hospitais já chega a R$ 1,4 bilhão.
"O subfinanciamento por parte dos governos federal e estadual é a principal causa dessa realidade. Além da preocupação com os hospitais, que estão fechando, também nos preocupamos com a população, que está desassistida", pondera. Segundo Matos, isso se reflete na constante superlotação das emergências. "Antes, tínhamos superlotação sazonal, quando fazia muito frio ou muito calor. Agora, são 365 dias por ano."
No dia 8 deste mês, a federação realizará uma audiência pública na seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS) para tratar do tema. O governador José Ivo Sartori e o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, serão convidados a comparecer. No dia 9, a agenda será na OAB nacional, e a federação tentará conseguir uma agenda com o presidente interino Michel Temer. Além disso, os filantrópicos estudam a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra a União, pedindo o reajuste da tabela do SUS.
A mobilização ocorreu em todos os 245 hospitais da rede de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul. No entanto, a campanha não atrapalhou a população, visto que o atendimento de pacientes não foi interrompido. "A intenção era torná-los cientes da situação e pedir que a sociedade também se mobilize, pressionando seus representantes para obter melhorias no SUS", explica Matos. 
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