Martine Grael e Kahena Kunze ganham medalha de ouro na vela

A medalha da redenção da vela brasileira veio com Martine Grael e Kahena Kunze. Nesta quinta-feira, elas escreveram seus nomes na história ao serem as primeiras mulheres a ganharem na classe 49er FX em Jogos Olímpicos. A categoria estreou em Sydney 2000, mas era disputada somente entre os homens. Desde os Jogos de Barcelona, em 1992, a vela representa garantia de medalhas para o Brasil.

A medal race foi emocionante e as quatro equipes - Brasil, Nova Zelândia, Dinamarca e Espanha - sabiam que podiam chegar ao ouro ou ficar sem medalha, pois a diferença de pontos era mínima. Logo na largada, a dupla italiana saiu na frente, seguida pelas neozelandesas. Martine e Kahena sempre ficaram na terceira posição, o que no mínimo já garantiria a prata, porque a Itália estava fora da briga.

Só que Martine e Kahena, após a boia 4, escolheram o melhor lado da raia e chegaram à última boia na liderança, dez segundos à frente da dupla da Nova Zelândia e com 34 segundos de diferença para as dinamarquesas. As brasileiras mantiveram o ritmo, fecharam a prova na frente e comemoraram o ouro inédito.

Campeãs do mundo na categoria e bicampeãs nos eventos-teste, Martine e Kahena, ambas de 25 anos, chegaram às Olimpíadas como uma das duplas favoritas para a prova. Com o pódio, a vela brasileira chegou a 18 medalhas na história dos Jogos, sendo uma das modalidades mais vitoriosas do País. Uma parte delas, oito, foi conquistada pela família Grael. Além de Martine, seu pai Torben tem cinco medalhas em Jogos, enquanto Lars, seu tio, possui duas.

Esta é a terceira geração Grael que participa dos Jogos. A primeira das 17 vezes em que um representante da família esteve no evento foi na Cidade do México 1968, com Axel e Eric Schmidt - sobrenome da mesma família -, tios de Torben e Lars.