Publicada em 24 de Agosto de 2016 às 16:39

EUA abre as portas para a carne brasileira

Proteína será utilizada em alimentos processados como o hambúrguer

Proteína será utilizada em alimentos processados como o hambúrguer


FREDY VIEIRA/JC
A recentemente sinalização positiva dada à pecuária de corte brasileira pelos Estados Unidos está sendo muito comemorada pelo setor. Conquistar esse mercado é resultado de uma negociação de quase duas décadas, que, findada, pode abrir um novo patamar para o País.
A recentemente sinalização positiva dada à pecuária de corte brasileira pelos Estados Unidos está sendo muito comemorada pelo setor. Conquistar esse mercado é resultado de uma negociação de quase duas décadas, que, findada, pode abrir um novo patamar para o País.
Mais do que atender ao principal importador da commodity no mundo, o Brasil ganha visibilidade para ingressar em outros mercados, destaca o diretor-administrativo da Farsul Francisco Lineu Schardong. "No momento em que o norte-americano começar a consumir a carne brasileira, outros países também vão comer", confirma. O sabor da carne brasileira, principalmente a do Sul, tende a ser o grande diferencial na conquista desse mercado, avalia.
Diante de um momento econômico desafiador para o mercado interno, a conquista busca durante décadas abre caminho para comercialização de um produto que, no País, está sendo menos comercializado por conta da crise. "A abertura de mercado é muito importante porque nos mostra um horizonte positivo", reflete Schardong. "O brasileiro, sempre que melhorou seu padrão de renda, aumentou o consumo da carne. Mas o cenário econômico agora está interferindo negativamente no consumo."
Com a perspectiva de que nos próximos meses aconteçam os primeiros embarques da carne brasileira in natura para o país, a cota assegurada pelo Brasil junto ao mercado estadunidense chega a quase 65 mil toneladas, inicialmente. O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, classifica esse início como uma fase de testes para o Brasil, que terá que conquistar o paladar dos norte-americanos.
O rebanho brasileiro, diferentemente do de lá, é criado a pasto, condição que interfere no sabor da carne. Nos Estados Unidos, a proteína tem mais gordura e um gosto diferenciado por conta do confinamento e da alimentação dos animais, baseada em ração. Portanto, a distinção no método de produção não é um mero detalhe, e pode ser determinante tanto para o sucesso quanto para o insucesso da commodity nacional.
Em um primeiro momento, a carne brasileira será usada no processamento de alimentos à base de carne bovina, como hamburgueres. O nosso produto mais magro ao ser misturado irá reduzir o percentual de gordura na proteína consumida nos Estados Unidos. A tendência, no entanto, é de que com o passar do tempo, o mercado norte-americano aprimore as importações. "Passa boi, passa boiada", sinaliza Da Luz. Se cair no gosto dos Estados Unidos, a nossa proteína pode ter um futuro promissor.
"Esperamos um efeito em cascata de outros mercados que o Brasil luta há muito tempo para entrar, como México, Canadá, Coreia e Japão, que podem evoluir nas negociações e concretizar a abertura de mercado para a commodity nacional", frisa Fábio Schuler Medeiros, médico veterinário da Associação Brasileira de Angus. "Esses são mercados preferenciais muito interessantes para o nosso produto de alta qualidade também, e devem ser os grandes compradores de Angus, não propriamente os Estados Unidos."

Feira de novilhas quer alcançar R$ 1,5 milhão

Pelo 12º ano consecutivo, o Sistema Farsul, em parceria com a Santa Úrsula Remates e a Associação Brasileira de Angus, promove dentro da programação da Expointer a Feira de Novilhas e Ventres Selecionados. Nesta edição, o evento ocorre no dia 1 de setembro, às 17h, no Parque de Exposições Assis Brasil.
Prevendo uma estabilização dos preços, o presidente da comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong, espera que o faturamento alcance o mesmo montante do ano passado, com volume de negócios da ordem de
R$ 1,5 milhão. "A qualidade dos animais apresentados em Esteio sempre alavanca os preços", destaca. "É importante alcançar preços bons na Expointer porque, a partir dela, temos 32 feiras e exposições no interior do Rio Grande do Sul que se espelham nos valores atingidos."
Além de promover a venda de animais que ao longo da história da feira vem se destacando pela genética de qualidade, a entidade conta com apoio do sistema bancário para facilitar as aquisições. Os produtores terão, por exemplo, prazos de até 30 dias para efetivar as compras ou poderão recorrer ao financiamento. O Banrisul disponibiliza linha de crédito com juro anual de 13% e prazo de dois anos.
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