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Economia

- Publicada em 30 de Agosto de 2016 às 22:27

Opinião econômica: Investimento

Antônio Delfim Netto foi ministro, embaixador e deputado federal

Antônio Delfim Netto foi ministro, embaixador e deputado federal


VALTER CAMPANATO/abr/jc
A economia não é uma "ciência". É uma modesta disciplina que usa o método "científico" para acumular conhecimento que são muito úteis para a boa administração econômica das sociedades. Por sua própria natureza, a interpretação dos eventos econômicos é condicionada pela "visão do mundo" do observador-economista. Ele as explicita em "modelos" que têm que resistir à lógica da narrativa interna, à tortura dos "fatos" e à rigorosa capacidade de reprodução externa por outros economistas. A economia é uma generosa igreja que abriga todas as possíveis "visões do mundo" e seus membros tendem a segregar-se em "escolas" que disputam a "verdade".
A economia não é uma "ciência". É uma modesta disciplina que usa o método "científico" para acumular conhecimento que são muito úteis para a boa administração econômica das sociedades. Por sua própria natureza, a interpretação dos eventos econômicos é condicionada pela "visão do mundo" do observador-economista. Ele as explicita em "modelos" que têm que resistir à lógica da narrativa interna, à tortura dos "fatos" e à rigorosa capacidade de reprodução externa por outros economistas. A economia é uma generosa igreja que abriga todas as possíveis "visões do mundo" e seus membros tendem a segregar-se em "escolas" que disputam a "verdade".
As "escolas" divergem em coisas muito importantes. Por exemplo, se o sistema econômico deixado a si mesmo (sem a intervenção estatal) é capaz de manter o equilíbrio do pleno emprego. Mas todas concordam que o desenvolvimento econômico (que é sinônimo do aumento da produtividade do trabalho) depende do investimento em infraestrutura, que normalmente é feito pelo governo ou por sua orientação e estímulo, ou em equipamentos de qualquer natureza feito pelo setor privado.
O governo Dilma assistiu a uma queda da eficiência do investimento público pela hipercentralização das decisões e pelo voluntarismo da política econômica, que aumentava o "risco" do País ao mesmo tempo em que, nas concessões, exigia uma redução da taxa de retorno! Essas contradições assustaram o setor privado, que reduziu também o seu investimento, o que explica a recessão que estamos vivendo.
O governo de Michel Temer criou o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), que, esperamos, não será mais uma das ilusões midiáticas com as quais nos acostumamos. Há sérias esperanças, porque ele foi entregue a um político habilidoso e experiente, o ex-governador Moreira Franco, que se cercou de profissionais altamente competentes em matéria de leilões, que atraiu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica para prevenir "a priori" a formação de cartéis e vem estimulando o setor bancário privado (além do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do Bndes) a construir um sistema de financiamento suficientemente atrativo para dar concretude a projetos de infraestrutura com alta taxa de retorno e rápida geração de caixa. Não parece adequado, entretanto, o comportamento contraditório do governo com relação às agências reguladoras.
A grande promessa é a melhoria da qualidade das agências reguladoras, o absoluto respeito aos contratos e a aceitação dos resultados de leilões bem feitos. É isso que os investidores nacionais e estrangeiros estão esperando em um mundo cuja taxa real de juros é negativa! 
Economista, ex-deputado federal e ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura
 
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