Publicada em 28 de Agosto de 2016 às 22:21

Campo faz a sua parte e cobra ações

Prestigiada por quatro ministros, inauguração oficial da feira foi palco de cobranças do setor

Prestigiada por quatro ministros, inauguração oficial da feira foi palco de cobranças do setor


CLAITON DORNELLES/JC
Marina Schmidt
Pujante foi o adjetivo mais usado por representantes de entidades agropecuárias ao se referirem sobre o setor, durante a abertura da 39ª Expointer, no sábado, no Parque de Exposição Assis Brasil, em Esteio. Dirigentes de diferentes segmentos sinalizaram que a produção primária está cumprindo com o seu papel, trazendo resultados econômicos para o País, porém cobraram ações do poder público, tanto federal quanto estadual.
Pujante foi o adjetivo mais usado por representantes de entidades agropecuárias ao se referirem sobre o setor, durante a abertura da 39ª Expointer, no sábado, no Parque de Exposição Assis Brasil, em Esteio. Dirigentes de diferentes segmentos sinalizaram que a produção primária está cumprindo com o seu papel, trazendo resultados econômicos para o País, porém cobraram ações do poder público, tanto federal quanto estadual.
A presença de quatro ministros na cerimônia estimulou a apresentação de demandas do segmento. Participaram da solenidade, que durou cerca de três horas, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e os ministros da Agricultura, Blairo Maggi; do Trabalho, Ronaldo Nogueira; e do Desenvolvimento Social, Osmar Terra. O bom desempenho da agropecuária foi sinalizado já no primeiro de muitos que seriam feitos posteriormente. Quem iniciou a fala foi o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo. "É uma feira superavitária", frisou, demonstrando que o "grande evento" reflete a performance do segmento.
Enaltecendo a presença de Maggi à solenidade, Polo destacou que, "em 60 dias, o ministro está realizando a quinta visita ao Estado", com intuito de conhecer a diversidade do Rio Grande do Sul. Antecipou ainda que, na semana seguinte à realização da Expointer, criará o programa Agro Mais Rio Grande do Sul, a exemplo da iniciativa conduzida pela pasta federal da Agricultura. O grupo congregará as demandas do setor primário, sublinhou.
Primeiro a se referir à pujança e à força do campo, Polo encerrou a fala desejando "vida longa a quem produz". Todos os sucessores, em seus discursos, fizeram reverências ao agronegócio, mas logo os gargalos começaram a aparecer também. "O agro é uma alavanca de promoção do desenvolvimento econômico", afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto. A agricultura familiar representa 55% das atividades do agronegócio e responde por 27% do PIB do Rio Grande do Sul, demonstrou.
Porém, as pequenas propriedades estão diante de uma tendência desafiadora: promover a sucessão no campo. "Lamentamos que a tendência da agricultura familiar seja a da redução no número de famílias, enquanto a demanda na oferta de alimentos é crescente", ponderou.
Uma das respostas para contornar esse desafio pode ser a sinalização positiva passada pelo presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), Vergilio Perius, que também foi chamado ao púlpito. "O cooperativismo gaúcho cresceu 15,75% em faturamento, e 21 mil jovens se tornaram associados do sistema", revelou sobre dados do ano passado. A criação do programa Jovem Aprendiz no Campo tem contribuído para a manutenção dos sucessores nas propriedades rurais.
"O setor produtivo do Rio Grande do Sul vem fazendo o seu tema de casa, colaborando com a economia dos municípios, do Estado e do Brasil", declarou o diretor e presidente de Comissões e Feiras da Farsul, Francisco Schardong. Como demanda, ele pediu um seguro agrícola de mercado e demonstrou preocupação com a entrada do arroz do Mercosul. O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas Agrícolas (Simers), Cláudio Bier, pediu a revitalização do Moderfrota, cujos juros mais baixos foram decisivos para compra de equipamentos. À imprensa, Maggi disse, depois, que não faltarão recursos.

Eliseu Padilha diz que Temer só avaliará a recriação do MDA após impeachment

Cobrado pela Fetag, Padilha não foi taxativo sobre a retorno da pasta

Cobrado pela Fetag, Padilha não foi taxativo sobre a retorno da pasta


GUSTAVO ROTH/AGÊNCIA PREVIEW/DOVULGAÇÃO/JC
Atualmente subordinada à Casa Civil, a pasta do Desenvolvimento Agrário (desde maio, uma secretaria especial, e não mais um ministério) pode ter um futuro diferente após a conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A sinalização vem do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que se mostrou confiante de que o presidente interino será alçado definitivamente ao cargo na metade da próxima semana, quando se encerra o julgamento no Senado.
Padilha havia sido cobrado, minutos antes, pelo presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, que discursou na cerimônia e disse esperar que o ministro cumprisse promessa de recriar a pasta em setembro. Mas, ao responder a questões da imprensa, o ministro-chefe não foi taxativo em relação ao assunto.
Afirmou, no entanto, que Temer irá analisar a "hipótese" de retorno do ministério "depois de se converter presidente de forma definitiva".
Estão sendo cogitadas três possibilidades, explicou: a da retomada do MDA como ministério independente e autônomo, como área vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Social (chefiado pelo gaúcho Osmar Terra) ou parte da estrutura do Ministério da Agricultura.
"É um tema para ver depois da confirmação de Temer de forma definitiva como presidente", sublinhou Padilha. "Devemos ter, a favor do impeachment, entre 60 e 62 votos."
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