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Conjuntura

- Publicada em 25 de Agosto de 2016 às 20:17

Mercado financeiro espera avanço na reforma fiscal com impeachment

O afastamento definitivo de Dilma Rousseff, no julgamento que começou nesta quinta-feira, no Senado, já deve estar "totalmente ou quase que totalmente" embutido nos preços dos ativos brasileiros, avalia o economista-chefe do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos. O principal índice da bolsa brasileira, por exemplo, acumula valorização de mais de 30% neste ano, refletindo o otimismo do mercado financeiro com uma possível mudança de rumo no comando político. Com os preços praticamente já refletindo a saída da petista, Ramos afirma que o mercado agora vai se focar na "disposição e na capacidade" do governo de Temer de "acelerar e aprofundar" o ajuste fiscal.
O afastamento definitivo de Dilma Rousseff, no julgamento que começou nesta quinta-feira, no Senado, já deve estar "totalmente ou quase que totalmente" embutido nos preços dos ativos brasileiros, avalia o economista-chefe do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos. O principal índice da bolsa brasileira, por exemplo, acumula valorização de mais de 30% neste ano, refletindo o otimismo do mercado financeiro com uma possível mudança de rumo no comando político. Com os preços praticamente já refletindo a saída da petista, Ramos afirma que o mercado agora vai se focar na "disposição e na capacidade" do governo de Temer de "acelerar e aprofundar" o ajuste fiscal.
Por isso, as articulações do peemedebista no Congresso para aprovar as medidas devem ganhar atenção de investidores e analistas. "O fracasso para dar passos tangíveis em direção à consolidação fiscal pode desencadear uma dinâmica adversa do mercado", afirma Ramos.
Para o economista do Goldman, o mercado deve reagir positivamente em três situações. A primeira é que o governo Temer não ceda a pressões de grupos específicos para aumento de gastos e outras concessões que possam comprometer as contas fiscais. O segundo fator seria uma rápida aprovação no Congresso da proposta de emenda constitucional que fixa um teto para o aumento das despesas públicas, sem muitas mudanças no texto proposto pela equipe econômica.
Uma agenda forte de reforma da previdência, com possibilidade de ser aprovada na primeira metade de 2017, é outro fator que pode desencadear reação positiva dos mercados, ressalta o economista do Goldman. Ramos acredita que o "fim da saga do impeachment" de Dilma deve estimular o presidente interino, Michel Temer, que passa a ser o presidente efetivo, a acelerar o ajuste fiscal e propor medidas mais profundas. Contudo, o grau de apoio do peemedebista no Congresso para a aprovação de propostas mais sensíveis e impopulares ainda não está claro, avalia o economista. "Não ficaríamos surpresos de ver o conteúdo e a estrutura de algumas medidas fiscais enfraquecidos no Congresso."
A agência de classificação de risco Moody's avalia que a conclusão do processo de impeachment irá remover um elemento de incerteza política e permitirá à gestão Temer focar nas reformas fiscais. "No entanto, aprovar reformas fiscais estruturais no Congresso será difícil, especialmente as propostas de teto de despesas e de reforma da previdência", diz Samar Maziad, analista sênior da Moody's para ratings soberanos. "Em nossa opinião, as duas reformas são necessárias para reverter a deterioração das contas fiscais do Brasil", acrescentou, destacando que embora a atual administração tenha melhores chances junto ao Congresso que a anterior, ainda não há um suporte claro às medidas.

Votação retarda investimentos para 48% de executivos, diz Amcham

Para 48% dos diretores e gestores financeiros, a votação do impeachment da presidente afastada da República, Dilma Rousseff, tem retardado investimentos e decisões estratégicas em empresas brasileiras, revela pesquisa da Câmara Americana de Comércio (Amcham). Para outros 35% dos consultados, a indefinição política não é um fator de impacto; e o restante dos entrevistados, 17%, preferiu não declarar ou avaliar o impacto. A enquete foi realizada pela Amcham com 155 executivos durante edição do CFO Fórum, realizado no dia 24 de agosto, em São Paulo.
Questionados sobre o otimismo visto em alguns setores, 67% deles afirmaram que ainda é uma questão pontual. Uma parte menor, 24%, dos consultados enxerga retomada concreta da economia, em função da nova agenda econômica e de ajustes do atual governo. E 6% não observam otimismo.
Quando perguntados sobre o cenário para 2017, a maioria dos diretores financeiros (73%) acredita que a economia deve retomar a trajetória de crescimento e trazer melhoras nos indicadores de consumo e produção. Para 22%, a incerteza perdura, com agravamento da crise no próximo ano.
A prioridade na agenda da retomada econômica é o ajuste nas contas públicas para 83% dos entrevistados pela Amcham. Outras ações foram citadas em menor escala por eles: reforma trabalhista (6%); maior diálogo público-privado (5%); e reforma da Previdência (2%).
Para 65%, o principal fator da crise no Brasil é político, em decorrência dos escândalos de corrupção e conflitos partidários e de governo. O fator econômico é visto por 32%, citando como causa a situação fiscal enfrentada pelo governo. Só 2% enxergam a influência externa e a desaceleração das grandes economias globais.