O presidente interino Michel Temer negou que o governo tenha recuado para aprovar na Câmara o texto-base do projeto de renegociação dos estados com a União. Nesta quinta-feira, Temer voltou a defender que preferiu evitar "embaraços" no item que vedaria aumentos salariais ao funcionalismo durante dois anos pelos estados.
"Por dois anos não poderia haver aumentos, promoções, admissões. Isso, no Congresso, na Câmara, começou a gerar muitos embaraços", declarou Temer. "Não vamos embaraçar a aprovação do projeto de lei, porque já já uma obrigação mais forte, mais imperiosa, mais robusta do que aquela estabelecida no projeto de lei, porque estabelecida se acha na Constituição", afirmou. Um dia antes, contudo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, havia defendido a proibição dos reajustes nos governos por dois anos.
Depois da aprovação do texto da renegociação da dívida dos estados com a União, Meirelles e Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, têm falado publicamente que o governo não recuou, como enfatizou Temer. O argumento é que a "essência" da renegociação era o teto para gastos públicos.
Outro ponto perdido pelo governo nas negociações com deputados foi a unificação de despesas que são consideradas como gasto de pessoal.