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Conjuntura

- Publicada em 10 de Agosto de 2016 às 19:39

Puxada por leite e feijão, inflação acelera 0,52%

Feijão preto também subiu, com custo médio maior de 41,59%

Feijão preto também subiu, com custo médio maior de 41,59%


EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
A inflação oficial do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou em julho, passando dos 0,35% registrados em junho para 0,52%. Um pouco acima do esperado pelo mercado, que era de 0,45%. Em julho de 2015, a taxa foi de 0,62%. Nos 12 meses encerrados em julho, a inflação ficou em 8,74%, desacelerou frente aos 8,84% registrados no acumulado até junho. Já nos sete primeiros meses do ano, acumula alta de 4,96%, ultrapassando a meta da inflação para o ano estabelecida pelo Banco Central (BC), que é de 4,5%.
A inflação oficial do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou em julho, passando dos 0,35% registrados em junho para 0,52%. Um pouco acima do esperado pelo mercado, que era de 0,45%. Em julho de 2015, a taxa foi de 0,62%. Nos 12 meses encerrados em julho, a inflação ficou em 8,74%, desacelerou frente aos 8,84% registrados no acumulado até junho. Já nos sete primeiros meses do ano, acumula alta de 4,96%, ultrapassando a meta da inflação para o ano estabelecida pelo Banco Central (BC), que é de 4,5%.
O principal impacto no IPCA de julho, de 0,34 ponto percentual, veio do grupo alimentos e bebidas, com variação de 1,32%, muito acima da inflação média geral. Essa é a maior taxa para o grupo no mês de julho desde 2000, quando atingiu 1,78%. No ano, a alta acumulada já está em 8,79% para alimentos e bebidas.
Nesse grupo, a maior contribuição individual (impacto de 0,19 ponto percentual) para a alta da inflação geral veio do leite, que teve aumento de preços na ordem de 17,58%. O feijão carioca veio em segundo lugar, com alta de 32,42% e impacto de 0,13 ponto percentual. O feijão preto também subiu, passando a custar, em média, 41,59% a mais, enquanto que o mulatinho teve acréscimo de 18,89% no preço e o fradinho, 14,72%. Outro alimento básico do brasileiro, o arroz, também teve alta destacada pelo IBGE, de 4,68% em julho.
De acordo com Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, o feijão e o leite foram os principais responsáveis pela aceleração da inflação geral em julho, frente ao mês anterior. Outros alimentos, no entanto, deram um alívio para o bolso, como a cebola, que registrou queda de 28,37% nos preços em julho e a batata inglesa, cujos preços caíram 20%.
Segundo Eulina, a magnitude da alta de julho nos preços dos alimentos surpreende, tendo em vista que, historicamente, é um mês em que se registram deflações. "De 1994 para cá, a gente conta 10 sinais negativos no mês de julho para alimentos, que tendem a puxar para baixo a inflação geral, já que julho é um mês em que os preços caem ou se estabilizam, porque é um período de maior oferta devido ao fim da colheita e o escoamento das vendas", informa. No entanto, neste ano, problemas climáticos impactaram as lavouras de feijão e outros alimentos, e no pasto usado para alimentar o gado de leite.
Em julho do ano passado, a inflação desse grupo foi de 0,65%, bastante inferior ao 1,32% registrado neste ano. O feijão carioca, que é o mais consumido pelos brasileiros, já acumula alta de 150,61% em 2016. Além dos alimentos, que passaram de 0,71% em junho para 1,32% em julho, outros três grupos mostraram aceleração na taxa de crescimento de um mês para o outro: despesas pessoais (de 0,35% para 0,70%), artigos de residência (de 0,26% para 0,53%) e transportes (de -0,53% para 0,40%). Nos transportes, grupo de maior peso no orçamento das famílias depois dos alimentos, as pressões foram exercidas por altas dos preços das passagens aéreas (19,22%), dos ônibus interestaduais (8,21%), dos pedágios (3,99%), dos ônibus intermunicipais (0,81%), emplacamento e licença (0,79%) e conserto de automóvel (0,58%).

Energia elétrica recua 3% e pode ajudar a conter inflação de agosto

 Sementes de feijão. Kátia Marcon - Emater

Sementes de feijão. Kátia Marcon - Emater


EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
A tarifa de energia elétrica ficou 3,04% mais barata em julho, o equivalente a uma contribuição negativa de 0,11 ponto percentual para a inflação do mês. Houve diminuição na tarifa de energia nas regiões de Curitiba (-11,17%, devido à queda de 13,83% em vigor desde 24 de junho), São Paulo (-5,74%, graças à redução nas tarifas de 7,3% a partir de 4 de julho em uma das concessionárias) e Porto Alegre (-0,29%, devido ao corte de 7,5% em vigor desde 19 de junho). Além disso, houve redução nas alíquotas do PIS/Cofins em 10 das 13 regiões pesquisadas pelo IBGE.
A conta de luz mais barata fez os gastos das famílias com habitação recuarem 0,29% em julho. Mas a taxa de água e esgoto ficou 1,09% mais cara no mês, sob influência das regiões de Goiânia (8,77%, devido ao reajuste de 9,10% a partir de 1 de julho), Porto Alegre (5,35%, por causa do reajuste de 11,45% também em 1 de julho), Salvador (1,85%, tendo em vista o reajuste de 9,98% em vigor desde 6 de junho) e Brasília (0,25%, onde o reajuste de 7,95% vigora desde 10 de junho).
Em agosto, a taxa de água e esgoto volta a pressionar a inflação devido ao reajuste de 10,87% em Vitória, a partir do dia 1 do mês. Já a conta de luz deve ajudar a reduzir o IPCA. O indicador ainda absorverá parte da redução na conta de luz de São Paulo, mas também de Belém (-7,5% a partir de 7 de agosto) e Vitória (-12,14%, também em 7 de agosto).
Segundo o IBGE, a inflação de monitorados recuou de uma alta de 0,24% em junho para queda de 0,10% em julho, justamente porque foi puxada pela queda na tarifa de energia elétrica. A gasolina também recuou: -0,39%, o equivalente a -0,02 ponto percentual. "A gasolina caiu menos do que no mês passado. Mas qualquer variação negativa tende a puxar o índice para baixo", explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
A taxa acumulada pela inflação de bens e serviços monitorados no intervalo de 12 meses desacelerou de 9,92% em junho para 8,55% em julho. A inflação de serviços acelerou de 0,33% em junho para 0,62% em julho, segundo os dados do IPCA. No entanto, a alta não foi consistente, porque foi puxada pelo reajuste de 19,22% no último mês, avaliou Eulina. "Não podemos dizer que foi uma alta consistente, porque as passagens aéreas são bastante sazonais", afirmou Eulina.