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indústria Automotiva

- Publicada em 04 de Agosto de 2016 às 19:10

Produção de veículos recua 20,4% no ano

Crise econômica levou a um recuo na produção de veículos

Crise econômica levou a um recuo na produção de veículos


VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO/JC
A produção de veículos no Brasil recuou 20,4% de janeiro a julho deste ano na comparação com o mesmo período de 2015, para 1,205 milhão de unidades. Os dados foram divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta quinta-feira. Em julho, foram produzidas 189,9 mil unidades, queda de 15,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas alta de 4,7% ante junho.
A produção de veículos no Brasil recuou 20,4% de janeiro a julho deste ano na comparação com o mesmo período de 2015, para 1,205 milhão de unidades. Os dados foram divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta quinta-feira. Em julho, foram produzidas 189,9 mil unidades, queda de 15,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas alta de 4,7% ante junho.
As vendas de veículos recuaram 24,7% de janeiro a julho frente ao mesmo período de 2015, num total de 1,164 milhão de unidades licenciadas. Somente em julho, foram vendidos 181,4 mil veículos, queda de 20,3% na comparação com o mesmo mês de 2015 e avanço de 5,6% em relação a junho.
As exportações caíram 8,1% no acumulado do ano em relação a igual intervalo do ano passado, para US$ 5,79 bilhões. Em julho, atingiram US$ 940 milhões, alta de 24,6% ante o mesmo mês de 2015 e avanço de 6% contra junho.
Nos sete primeiros meses, foram exportadas 272,2 mil unidades, aumento de 20% em relação a igual período de 2015. No mês passado, foram embarcados 45,55 mil veículos, alta de 61% em relação a julho de 2015 e crescimento de 5% na comparação com junho.
O presidente da Anfavea, Antonio Megale, disse, nesta quinta-feira, que a produção poderia ter sido maior em julho se algumas montadoras não tivessem sido obrigadas a interromper a produção algumas vezes. Ele não citou nomes, mas a Volkswagen, por exemplo, enfrentou problemas com fornecimento de peças e teve de parar a fábrica de São Bernardo do Campo por alguns dias.
Megale lembrou que, mesmo com a alta da produção em relação a junho, "muitas empresas" continuam recorrendo a medidas de flexibilização da produção, como o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que permite a redução da jornada e dos salários dos trabalhadores em até 30%.
Segundo o presidente da Anfavea, o número de funcionários cadastrados no PPE chega a 21 mil. Aqueles que estão em lay-off (suspensão temporária de contratos) somam 5 mil. Ao todo, portanto, 26 mil trabalhadores participam de algum tipo de medida de flexibilização da produção, de um total de 126,8 mil pessoas empregadas no setor.
Apesar disso, os problemas enfrentados pelo setor seguem afetando o mercado de trabalho. A Mercedes-Benz confirmou, nesta quinta-feira, que vai reduzir o quadro de funcionários em São Bernardo do Campo (SP). Segundo a montadora, há um excedente de 2.500 pessoas na fábrica e, diante do fraco desempenho das vendas de caminhões e ônibus no País, não há como manter os empregos na unidade.
Megale disse que ainda não é possível afirmar que há um início consistente de recuperação do mercado de veículos. Por outro lado, ressaltou que o setor tem buscado compensar a baixa demanda interna com vendas para o exterior. "Estamos vendo na exportação uma alternativa importantíssima", afirmou o empresário, lembrando em seguida o esforço do governo em assinar novos acordos comerciais bilaterais.
O presidente da Anfavea afirmou que tem participado de rodadas de negociação com o governo para elaborar um novo plano para desenvolver a indústria brasileira. "É complicado trabalhar com programas que se encerram, e nós ficamos sem saber como vai ser", lamentou Megale, em referência ao Inovar Auto. "E o governo compactua com a nossa visão de que estamos falando de uma nova política industrial", afirmou o presidente da associação.
Depois de ter apresentado recordes de venda e produção no início da década, a indústria automobilística teve, em 2015, queda de 26,5% na venda e de 22,8% na produção.

Proposta para recuperar setor de autopeças envolve crédito mais barato, afirma Anfavea

Com a percepção de que a fragilidade da indústria de autopeças atrapalha a recuperação das montadoras no Brasil, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) tem conversado com o governo para adotar medidas que fortaleçam as fornecedoras de peças.
Segundo o presidente da Anfavea, Antonio Megale, a proposta do setor inclui a oferta de crédito mais barato para que as fabricantes de autopeças possam ter mais capital de giro para gerir seus negócios. "Em função da redução substancial do volume (de produção das montadoras), as empresas (de autopeças) ficaram muito fragilizadas, e a gente entende que tem de haver um trabalho, uma reflexão global de toda a cadeia de como as autopeças podem ser beneficiadas e reforçadas, porque, sem uma indústria de autopeças forte, é difícil ter uma indústria automobilística forte", afirmou o presidente da Anfavea nesta quinta-feira. Ele disse ainda que outras medidas de recuperação podem envolver a criação de fundos de gestão que ajudem as autopeças a adotar ações que resultem em ganhos de produtividade.
Segundo Megale, as conversas com o governo começaram há um mês e contam com a participação do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes de Veículos Automotores (Sindipeças). De acordo com ele, o fortalecimento da indústria de autopeças é um dos três pilares da política industrial que tem sido elaborada para a cadeia automobilística com o governo. Essa política teria início em 2018, em substituição ao Inovar Auto, que tem validade até 2017. O Inovar Auto foi criado pelo governo petista para conceder incentivos fiscais a montadoras que fizessem investimentos produtivos no País, entre outras exigências.
Os outros dois pilares da nova política industrial seriam a consolidação das questões de evolução da eficiência enérgica, que já estavam previstas no Inovar Auto, com estabelecimento de metas, e a continuidade do apoio do governo a investimento em pesquisa e desenvolvimento em engenharia.