Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Agronegócios

- Publicada em 01 de Agosto de 2016 às 21:53

País assegura venda de carne in natura aos EUA

Expectativa é de que as exportações de carne bovina cresçam até US$ 900 milhões

Expectativa é de que as exportações de carne bovina cresçam até US$ 900 milhões


MARCO QUINTANA/JC
Após uma negociação de 17 anos, os governos do Brasil e dos Estados Unidos formalizaram ontem a abertura do mercado norte-americano para a carne bovina in natura brasileira. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto com a presença do presidente interino Michel Temer e da embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, além dos ministros da Agricultura, Blairo Maggi, e das Relações Exteriores, José Serra.
Após uma negociação de 17 anos, os governos do Brasil e dos Estados Unidos formalizaram ontem a abertura do mercado norte-americano para a carne bovina in natura brasileira. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto com a presença do presidente interino Michel Temer e da embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, além dos ministros da Agricultura, Blairo Maggi, e das Relações Exteriores, José Serra.
O acordo entre Brasil e Estados Unidos foi selado na semana passada em Washington, durante o IX Comitê Consultivo Agrícola (CCA). Segundo o governo, a expectativa é de que os embarques comecem em 90 dias, após a finalização dos trâmites administrativos.
Chamada de "equivalência dos controles oficiais de carne bovina", a oficialização permite que tanto o Brasil poderá vender o produto ao mercado norte-americano quanto os Estados Unidos para o brasileiro. "Estamos fazendo hoje um reconhecimento que o status sanitário dos EUA e do Brasil são iguais, se complementam, e uma boa parte do mercado internacional se abre a partir deste momento", disse Maggi.
A expectativa é de que os ganhos com exportações sejam ampliados em US$ 900 milhões. De acordo com o governo, os frigoríficos brasileiros terão uma cota de até 64,8 mil toneladas por ano de carne fresca e congelada para exportar aos Estados Unidos.
O Brasil também terá a oportunidade de disputar com outros países uma cota adicional de 65 mil toneladas anuais de carne bovina dos Estados Unidos.
Segundo representantes da indústria pecuária, o País teria capacidade de suprir sozinho essa cota e ainda deve ser rapidamente o líder entre os concorrentes, já que os preços da carne bovina brasileira são mais competitivos.
Entre os países que seguem a mesma regra estão Canadá, México, nações caribenhas e ainda mercados orientais, como os disputados Japão e Coreia do Sul, cujos preços pagos chegam a três vezes o valor recebido hoje pelas companhias brasileiras.
Em um discurso rápido - praticamente todo para exaltar o trabalho de Maggi -, o presidente interino Michel Temer disse que o ministro dá exemplo "de um governo que não para" e repetiu que a abertura das exportações de carne fresca e congelada para os EUA significa a abertura da carne brasileira para outros países. "Nesses 80 dias, fizemos coisas boas no governo, e a principal foi escolher os ministros", afirmou Temer no início de sua fala de pouco mais de cinco minutos.
Serra recordou que a abertura do mercado é resultado de um esforço de mais de 17 anos. "Hoje, culminamos uma fase iniciada em 1999, em várias administrações presidenciais atrás." O Brasil já vende carne bovina industrializada para os EUA. Em 2015, de acordo com dados do governo, as exportações somaram US$ 286,8 milhões.

Proteína gaúcha deve se destacar pela qualidade diferenciada

Polo (e) acredita que o momento abre boas perspectivas ao setor

Polo (e) acredita que o momento abre boas perspectivas ao setor


ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
O Rio Grande do Sul deve ser um dos principais estados beneficiados pelo acordo firmado entre o Brasil e os Estados Unidos. Ainda que seja precipitado apontar qual será a participação da carne gaúcha no volume de quase 65 mil toneladas que, a partir de agora, podem ser remetidos ao mercado norte-americano, a produção local ganhará projeção, e ela se dará, sobretudo, graças à qualidade.
"Nosso posicionamento é de uma carne diferenciada para mercados diferenciados", sublinha o presidente da Farsul, Carlos Sperotto. O dirigente avalia que o momento é "excepcional" para o País. "É um acordo que atende a anseios da indústria, dos produtores e do governo", cita, fazendo alusão à longa negociação dos dois países, que se estendeu por quase duas décadas.
Presente na cerimônia que anunciou o acordo entre Brasil e Estados Unidos, realizado na tarde de ontem, no Palácio do Planalto, o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, lembrou que as oportunidades que se abrem a partir de agora são amplas.
"Temos uma grande oportunidade com o próprio Estados Unidos, mas há vários mercados com os quais teremos condições de negociar, como o Canadá e o México, que estão entre os vários países que têm como referência as diretrizes norte-americanas para a compra", destacou. Esse é o fator mais relevante, sublinhou, porque "faz com que o País atinja um outro patamar no mercado internacional".
Polo também concorda que o Rio Grande do Sul ganhará projeção a partir dessa medida. "Obviamente vai ter espaço para a nossa carne, pela qualidade que temos." O Estado já vem avançando no mercado internacional. De acordo com dados da FEE, a exportação de carne bovina cresceu 81,7% em valor no primeiro semestre deste ano, movimentando
US$ 18,9 milhões. "Fico contente e empolgado com esse momento, que abre uma grande perspectiva de crescimento da nossa pecuária", comentou Polo.
O presidente da Farsul comemora a decisão, mas reforça que o momento é o de buscar mercados. "Temos que abrir posições e nos preocuparmos não tanto em comemorar, mas em atender à demanda não só para o mercado americano. Vamos tocar para frente e disputar as cotas devidas."