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conjuntura

- Publicada em 01 de Agosto de 2016 às 18:54

Condições de crédito no Brasil vão continuar fracas até 2017, avalia Moody's

A agência de classificação de risco Moody's afirmou que as condições de crédito no Brasil se estabilizaram, mas seguirão fracas até pelo menos 2017, "devido à recessão econômica e à incerteza política do País". Segundo a agência, os preços fracos das commodities e a aversão ao risco global também devem pesar sobre a perspectiva de crédito.
A agência de classificação de risco Moody's afirmou que as condições de crédito no Brasil se estabilizaram, mas seguirão fracas até pelo menos 2017, "devido à recessão econômica e à incerteza política do País". Segundo a agência, os preços fracos das commodities e a aversão ao risco global também devem pesar sobre a perspectiva de crédito.
"Apesar da recente melhora do sentimento do mercado, como sugerido por recentes vendas de bônus e pela apreciação do real ante o dólar, o Brasil ainda enfrenta uma série de problemas", diz a Moody's. "A desaceleração do investimento, a crescente dívida das famílias, a aceleração inflacionária e a alta taxa de desemprego pesam sobre a economia."
Vice-presidente e analista sênior da Moody's, Marcos Schmidt diz no comunicado da agência que "as métricas agregadas de crédito não devem sofrer mais deterioração significativa, mas devem seguir em níveis fracos por um prolongado período". A turbulência política atual complica os esforços fiscais do governo e atrasa reformas estruturais para apoiar o crescimento e conter o endividamento governamental, avalia a agência.
A Moody's diz que a confiança melhorou após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, "mas ainda não está clara a capacidade do novo governo de implementar novas políticas e reformas econômicas". Além disso, a agência diz que os preços dos commodities devem seguir fracos, o que dá pouco alívio ao desempenho operacional de produtores de commodities nos setores de mineração e gás. Ao mesmo tempo, setores relacionados à exportação que se beneficiaram do enfraquecimento do real em 2015 não terão os mesmos ventos favoráveis no câmbio.
 

Brasil carece de uma política de planejamento, diz a presidente do Bndes

Maria Silvia se ressente da falta de projetos no prazo de cinco a 10 anos

Maria Silvia se ressente da falta de projetos no prazo de cinco a 10 anos


TOMAZ SILVA/ABR/JC
A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Maria Silvia Bastos, disse ontem ressentir-se de o Brasil ser um país que não tem planejamento em suas políticas públicas. "A distração faz parte da vida. Você combate isso com planejamento, coisa que nem sempre as pessoas gostam de fazer, mas é fundamental. Eu me ressinto pelo fato de o nosso País não saber onde quer estar em cinco, 10 anos", comentou durante a reunião anual da Fundação Estudar, criada pelo investidor Jorge Paulo Lemann.
Maria Silvia afirmou que só aceitou ser presidente do Bndes após uma ligação do presidente interino, Michel Temer. "Eu estava descrente do que eu gostaria de ver para o Brasil na minha vida, então estou tentando mudar para meus filhos", afirmou. Ela disse sentir muita falta de um senso de urgência no País. "Quando alguém me diz que uma coisa é difícil, vai levar 10 anos, eu digo: Dez anos e um dia, porque hoje nós já perdemos." Por diversas vezes ela comentou que é motivada pelo desafio e que gosta de resolver problemas.
A executiva também criticou a argumentação de que a atual crise pela qual o Brasil vive veio de fora. "Vamos cair na real, nossa crise foi feita por nós", afirmou. Ela disse ter a sensação, às vezes, de que o País "se tornou um pouco inviável". "O Estado cresceu de tal forma, a burocracia, os processos. Isso sufoca as pessoas." Segundo ela, se o Brasil não parar para repensar de forma muito séria seus rumos, vai ficar "rateando". "Nossa lei trabalhista é da década de 1950, eu ouço falar de reforma tributária há décadas."
Maria Silvia disse não acreditar que a mudança necessária venha do governo. Segundo ela, a inflação, por exemplo, só foi eliminada quando a população viu que estava insuportável. "A corrupção só vai acabar quando a sociedade se tornar intolerante", afirmou. "O Estado forte não é grande, é o Estado que fiscaliza, controla. Hoje, nós temos um Estado fraco."