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Porto Alegre, quinta-feira, 25 de agosto de 2016. Atualizado �s 19h35.

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Not�cia da edi��o impressa de 26/08/2016. Alterada em 25/08 �s 19h25min

Caf�: Riqueza do Brasil em gr�os

Museu do Caf� (detalhe), em Santos, preserva a hist�ria do gr�o no Brasil

Museu do Caf� (detalhe), em Santos, preserva a hist�ria do gr�o no Brasil


MUSEU DO CAF� /DIVULGA��O/JC
Cristiano Vieira, de Santos (SP)
Que o café sempre foi importante para economia e a cultura do Brasil não resta dúvida. O País ainda é o maior produtor e exportador mundial do grão - quanto ao consumo, ocupa a segunda posição. Dentro dos lares, o cafezinho é sinônimo de boas-vindas, de aconchego, e há séculos integra o cotidiano das famílias.
Não à toa, para muitos especialistas e amantes do produto, café é um patrimônio do Brasil - mais ainda, um patrimônio que se bebe. Essa relevância perpassa boa parte da história do País, desde a escravidão até os dias atuais. O Museu do Café, em Santos (SP), é um centro de preservação da memória do café no Brasil - o porto da cidade, ainda hoje, é o maior centro exportador de café verde (in natura) do mundo.
O belo edifício em estilo eclético, localizado na zona portuária, foi erguido em 1922 para centralizar as operações comerciais do grão. Era a famosa Bolsa do Café - nos moldes de uma bolsa de valores, vendedores e compradores ocupavam a sala pública, no térreo, para negociar sacas e mais sacas do grão. "A chave para entender a história do café no Brasil é o Porto de Santos. Tanto que o produto brasileiro, no exterior, era conhecido como Café Santos, porque levava logotipo do porto nos sacos", explica Marília Bonas Conte, diretora executiva do museu.
A construção, para a época, demonstrava a opulência da elite cafeeira paulista. A sala dos pregões públicos, majestosa, conta com um conjunto de obras idealizadas e executadas pelo pintor Benedito Calixto: um tríptico com a possível cena de leitura da Vila de Santos por Brás Cubas; a idealização da Vila de Santos em 1822, segundo estudos do artista com base em fotos e documentos; e a situação da cidade em 1922.
O conjunto tem, ainda, um vitral que também estabelece relações com esses três momentos da história do Brasil por meio de signos e símbolos da mitologia brasileira e greco-romana. Esse complexo conjunto de informações junta-se a diversos outros símbolos maçons, como a estrela de seis pontas no piso ou a disposição do cadeiral e das colunas.
A partir do crash da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, a crise atingiu duramente o café brasileiro. As negociações no pregão de Santos foram diminuindo aos poucos, até serem completamente encerradas em 1957. No auge das consequências da crise norte-americana, sacas e mais sacas do grão foram destruídas - perdeu-se toneladas do produto com o intuito de segurar os preços. "Entre 1929 e 1931, principalmente, o Brasil queimou muito café porque o excedente de produção comprometia seu valor", relembra Marília.
Com o fim das operações da bolsa, a ideia de um museu para celebrar o café se materializou em 1998. Espaço não falta: plenamente conservado, o edifício tem 6 mil metros quadrados. Além de exposições permanentes e temporárias, abriga ainda um Centro de Preservação, Pesquisa e Referência (CPPR) sobre o café, um Centro de Preparação do Café (com cursos para baristas, oficinas e palestras), além de uma cafeteria (não poderia faltar) com alguns dos melhores grãos cultivados no Brasil.

Dos escravos aos bar�es

Fazendas utilizaram, por d�cadas, 
m�o de obra oriunda de navios negreiros
Fazendas utilizaram, por d�cadas, m�o de obra oriunda de navios negreiros
MUSEU DO CAF�/DIVULGA��O/JC
Mar�lia Bonas Conte, diretora executiva do Museu do Caf�, destaca que � imposs�vel dissociar a cultura do caf� da constru��o social do Brasil ao longo dos �ltimos s�culos. A produ��o do gr�o era dominada pelos bar�es do caf�, donos de grandes �reas de terras. Os trabalhadores, muitos deles escravos, chegaram ao Brasil justamente com o prop�sito de serem explorados da cadeia produtiva do caf�. "Quando falamos na hist�ria do caf�, na sua import�ncia e na sua riqueza, fazemos quest�o de ressaltar a import�ncia dos escravos", avisa Mar�lia.
Nas primeiras d�cadas do s�culo XVIII, o caf� come�a a ser cultivado no Brasil por agricultores paraenses e outros estados do Norte e do Nordeste. Por volta de 1760, o caf� chega ao Rio de Janeiro, onde havia um solo mais f�rtil.
Nas d�cadas seguintes, o gr�o avan�a para terras paulistas, mineiras e capixabas. Em S�o Paulo, mais especificamente, o caf� come�a a ser cultivado no Vale do Para�ba a partir de 1790. Viria, mais � frente, um impulso no cultivo, com a utiliza��o de m�o de obra escrava. Conforme informa��es do Museu do Caf�, no per�odo compreendido entre 1831 e 1855, cerca de 400 mil africanos vieram para o Brasil como escravos. Esses anos ficaram marcados como de grande expans�o nas lavouras em S�o Paulo e no Rio de Janeiro.
At� a aboli��o da escravatura, em 1889, um grande "tr�fico" interno ocorreu no interior do Brasil, com as pessoas sendo levadas de regi�es mais pobres e distantes, como o Norte, para trabalharem nas fazendas de caf� do Sudeste. "Essa hist�ria n�o pode ser esquecida - ela est� presente aqui no museu", explica Mar�lia.

O cafezinho do Brasil

Novidade da Nespresso
Novidade da Nespresso
NESPRESSO/DIVULGAÇÃO/JC
Para celebrar a cultura do caf� no Brasil, a Nespresso lan�ou um novo caf� com edi��o limitada: Cafezinho do Brasil. A novidade surgiu a partir de pesquisas com consumidores a respeito do que seria um "cafezinho", aquela bebida oferecida aos visitantes e que simboliza aconchego.
Composto por gr�os de Ar�bica do Cerrado Mineiro e do Esp�rito Santo, mais Bourbon de Carmo de Minas e Po�os de Caldas, tamb�m de Minas Gerais, o Cafezinho do Brasil tem intensidade 9 (em uma escala que vai at� 12). A venda ocorre por um per�odo limitado - 11 semanas - devido � dificuldade de escala para produzir um blend permanente.
O lan�amento celebra os 10 anos da Nespresso no Brasil - Porto Alegre conta, desde junho passado, com uma butique no Iguatemi. "A edi��o limitada Cafezinho do Brasil chega para comemorar a brasilidade da Nespresso, j� que contamos com gr�os nacionais em grande parte de nossa linha permanente de blends", avisa Jean-Marc Dragoli, diretor da Nespresso Brasil.
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