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Porto Alegre, quarta-feira, 03 de agosto de 2016. Atualizado �s 22h37.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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CIRCO

Not�cia da edi��o impressa de 04/08/2016. Alterada em 03/08 �s 16h23min

Cia. Palha�a sem Lona apresenta neste final de semana o espet�culo Surpresa!

Lia Motta estreia o espet�culo Surpresa!

Lia Motta estreia o espet�culo Surpresa!


FABR�CIO SIM�ES/DIVULGA��O/JC
Michele Rolim
Nos últimos anos, ocorre uma efervescência em torno do circo no Estado. A lona não é mais o único espaço circense - a linguagem ganhou os teatros e nas ruas. Acompanhando este movimento, estreia o espetáculo Surpresa!. Trata-se da nova montagem da Cia. Palhaça Sem Lona, com sessão nesta sexta-feira e sábado, às 20h, na Sala Thais Freitas do Meme Santo de Casa Estação Cultural (Lopo Gonçalves, 176). A montagem segue em cartaz nas sextas-feiras e sábados até o dia 20 de agosto.
Surpresa! tem como protagonista a palhaça Marmota (Lia Motta) acompanhada do palhaço Baguetinho - André Costa, que também atua na sonoplastia do espetáculo. A montagem é ambientada no dia em que alguém terá uma grande festa surpresa em homenagem à sua existência. O enredo tem como eixo principal a interação com o público, que faz parte desta festa, atuando como convidado na trama.
A Cia. Palhaça Sem Lona se dedica à pesquisa da linguagem de palhaço(a) desde sua fundação, em 2009; e, nesses sete anos de atividades montou dois espetáculos. O primeiro, Palhaças sem lona: O circo não chegou (2010); e Bem te vida Marmota (2014).
Para Lia, o cenário ainda é frágil no Estado. "Não temos uma história com o circo tão forte como as regiões Nordeste e Sudeste - historicamente, somos ligados ao circo-teatro de lona. Tu tens artistas independentes fazendo coisas, mas não uma cena extremamente forte na área do circo", explica.
Dentro da linguagem circense, Lia se dedica a discutir a palhaçaria e explica que o palhaço não é um personagem, e sim fruto de uma investigação muito íntima. A criação dele passa pelo processo de se olhar, de se reconhecer e, depois disso, conseguir rir de si mesmo. Por fim, ele deve expor isso para que outras pessoas também consigam rir. "O palhaço vai se transformando contigo na medida em que tu amadurece e se descobre", diz Lia.
Para ela, a linguagem da palhaçaria no Rio Grande do Sul tem suas particularidades. "Temos o humor mais parecido com argentinos do que com os palhaços do Nordeste. Levamos tudo muito a sério, e isso reverbera nos trabalhos. Somos mais passionais, dramáticos e políticos", opina.

Pelo direito ao riso

Lia Motta � a idealizadora da Mostra Tua Gra�a Palha�a, um evento voltado ao trabalho das palha�as mulheres, que realizou sua primeira edi��o em mar�o deste ano. "Conhe�o muitas mulheres artistas que acham que n�o h� diferen�as entre n�s e os homens, mas, por exemplo, aqui no Brasil, foi preciso se iniciar todo um movimento de palha�aria feminina, pois, ainda hoje, h� quem defenda que o palha�o � um arqu�tipo exclusivamente masculino e que portanto n�o pode haver mulher palha�a", diz.
Ela conta que, historicamente, o g�nero c�mico � atribu�do aos homens, enquanto o drama � a arte das mulheres. "A com�dia � o lugar da liberdade, � o espa�o que me permite dizer as verdades da sociedade sem ter a cabe�a decepada pelo rei, pois afinal o c�mico � apenas um bobo. Imagina as mulheres empoderadas tomando essa ferramenta para elas?", questiona.
A artista tamb�m aponta que a palha�aria � povoada por piadas e gags, t�cnicas que fazem parte do universo masculino. "Podemos nos apropriar destas coisas todas, mas antes precisamos descobrir como elas podem fazer parte do nosso universo, e para isso � preciso reconhecer o nosso universo, e saber sobre qual aspecto do universo feminino queremos fazer piada", comenta ela, acrescentando que, mesmo n�o seguindo as t�cnicas tradicionais de palha�aria, o palha�o tem a responsabilidade da transgress�o.
"Enfrentamos muitas barreiras, porque muitas de n�s precisam conseguir retirar as pr�prias amarras para conseguir transitar por esse territ�rio livre e transgressor sem fazer piadas que reafirmem a ordem machista j� estabelecida", completa.
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