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Indústria Automotiva

- Publicada em 08 de Agosto de 2016 às 15:35

Venda de veículos novos sobe 5,5% durante julho, revela a Fenabrave


RODRIGO PAIVA/FOLHAPRESS/JC
A venda de veículos novos no Brasil teve alta de 5,59% em julho ante junho, para 181.416 unidades, informou, na semana passada, a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Na comparação com julho do ano passado, no entanto, houve queda de 20,29%. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o mercado apresenta retração de 24,68% sobre 2015, para 1.164.926 unidades.
A venda de veículos novos no Brasil teve alta de 5,59% em julho ante junho, para 181.416 unidades, informou, na semana passada, a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Na comparação com julho do ano passado, no entanto, houve queda de 20,29%. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o mercado apresenta retração de 24,68% sobre 2015, para 1.164.926 unidades.
O crescimento do mercado em relação a junho foi o terceiro consecutivo na comparação com o mês anterior. Com essa alta, a venda de veículos novos teve o seu maior volume mensal em 2016. Mas com a queda ante o resultado de julho do ano passado, obteve o menor desempenho para o mês desde 2006.
O segmento de automóveis, que ocupa a maior fatia do mercado, somou 146.590 unidades vendidas em julho, retração de 21,61% em comparação a igual mês de 2015, mas avanço de 5,03% ante o volume de junho.
A venda de comerciais leves, por sua vez, atingiu 28.202 unidades no sétimo mês do ano, baixa de 12,95% sobre julho do ano passado, mas expansão de 5,04% em relação a junho. Juntos, os dois segmentos somam 174.792 veículos, queda de 20,33% na variação anual, mas crescimento de 5,03% na comparação mensal. No acumulado de sete meses, eles registram 1.125.905 emplacamentos, baixa de 24,4% ante igual período de 2015.
Entre os caminhões, a venda chegou a 4.676 unidades em julho, retração de 28,23% em relação a igual mês do ano passado, mas avanço de 11,65% sobre o volume registrado em junho. No acumulado do ano, a queda é de 31,43%. No caso dos ônibus, foram 1.948 unidades vendidas em julho, alta de 14,72% em comparação com julho de 2015 e expansão de 62,60% em relação a junho. O recuo de janeiro a julho, no entanto, é de 33,69%.
Em consequência desses números, a Fenabrave revisou para baixo sua estimativa de vendas de veículos novos em 2016. Agora, a expectativa é de queda de 18,2% em relação a 2015, para 2.009.889 unidades. A projeção anterior apontava um recuo de 9,8%. Em 2015, as vendas alcançaram 2.569.014 de unidades, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Com a alteração da previsão, a Fenabrave se aproxima da estimativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que espera retração de 19% no setor. Por segmento, a Fenabrave espera, em 2016, queda de 18,42% para os automóveis, recuo de 15,43% para os comerciais leves, baixa de 27,20% para os caminhões e retração de 19% para os ônibus.
Em julho, a General Motores manteve-se como líder em vendas de automóveis e comerciais leves, com participação de 16,9% no segmento, que comercializou 175 mil unidades.
A Fiat ficou em segundo lugar, com 16,4% (uma diferença de apenas 870 unidades). A Volkswagen seguiu em terceiro lugar, com 12,3% de participação. A Toyota, pela primeira vez, ficou em quarto lugar no ranking, com 9,6% das vendas, praticamente empatada com a Ford, que vendeu 100 carros a menos. A Hyundai caiu para a sexta posição, com 9,2% das vendas.
O Chevrolet Onix também manteve a liderança entre os modelos mais vendidos (11,6 mil unidades), seguido por Hyundai HB20 (9,7 mil), Ford Ka (7,2 mil), Fiat Palio (6 mil) e Chevrolet Prisma (5,9 mil).

Distribuidores avaliam que 'o pior já passou' para as montadoras nacionais

Após o mercado de veículos novos ter apresentado, em julho, a sua terceira alta mensal seguida, o presidente da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Jr., afirmou, na semana passada, que "o pior já passou", em referência às quedas enfrentadas pelo setor desde 2013.
A avaliação de Assumpção se deve à crença de que é muito provável que o Senado decida pelo afastamento definitivo de Dilma Rousseff da presidência da República. "Temos a clareza forte de que o período de interinidade está próximo do fim", disse. Para Assumpção, a resolução do impasse político é fundamental para a recuperação da economia.
Ele também aponta que já é possível observar alguma melhora no consumo de veículos, puxada pelos brasileiros que contavam com alguma reserva financeira e estavam à espera de algum sinal de recuperação da economia para comprar um carro. Reconhece, no entanto, que o aumento do desemprego será um limitador.
Apesar da expectativa de melhora, a Fenabrave revisou a previsão para o ano inteiro, de queda de 9,8% para recuo de 18,2%, aproximando-se, portanto, da estimativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que espera baixa de 19%. Os números foram revisados após o mês de julho registrar 181.416 unidades vendidas, alta de 5,59% em relação a junho, mas contração de 20,29% ante julho do ano passado. Assumpção afirma, no entanto, que o impeachment de Dilma Rousseff pode resultar em revisões das previsões para números melhores.
A proximidade das eleições municipais aqueceu o mercado de ônibus em julho, afirmou Assumpção. No sétimo mês do ano, foram 1.948 unidades vendidas, crescimento de 62,6% em relação a junho e de 14,72% na comparação com julho do ano passado.
Segundo Assumpção, é normal que, nos meses que antecedem as eleições municipais, as prefeituras comprem novos ônibus para renovar a frota. O aquecimento desses modelos em julho, no entanto, não foi suficiente para reverter o mau desempenho do mercado no acumulado do ano, que registra uma retração de 33,69% na venda de ônibus. A previsão da Fenabrave para o ano inteiro é de que o segmento apresente um recuo de 19%.

Fabricantes creem que a produção seria maior sem problemas pontuais


RODRIGO PAIVA/FOLHAPRESS/JC
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, disse que a produção poderia ter sido maior em julho, se algumas montadoras não tivessem sido obrigadas a interromper a produção algumas vezes. Ele não citou nomes, mas a Volkswagen, por exemplo, enfrentou problemas com fornecimento de peças e teve de parar a fábrica de São Bernardo do Campo por alguns dias.
Em julho, as montadoras instaladas no Brasil produziram 189.907 unidades, alta de 4,7% em relação a junho, mas queda de 15,3% na comparação com julho do ano passado. "Esse número poderia ser um pouquinho melhor se algumas empresas pudessem ter produzido de maneira mais uniforme no mês passado", afirmou o presidente da Anfavea.
Megale lembrou que, mesmo com a alta da produção em relação a junho, "muitas empresas" continuam recorrendo a medidas de flexibilização da produção, como o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que permite a redução da jornada e dos salários dos trabalhadores em até 30%.
Segundo ele, o número de funcionários cadastrados no PPE chega a 21 mil. Aqueles que estão em lay-off (suspensão temporária de contratos) somam 5 mil. Ao todo, portanto, 26 mil trabalhadores participam de algum tipo de medida de flexibilização da produção, de um total de 126,8 mil pessoas empregadas no setor.
Megale comemorou o crescimento nas vendas em julho, mas disse que ainda não é possível afirmar que há um início consistente de recuperação do mercado de veículos. O aumento das exportações e a leve melhora do mercado interno contribuíram para que a indústria tivesse um alívio nos estoques em julho. Agora, o número de veículos encalhados nos pátios das fábricas e das concessionárias é de 222,2 mil, suficiente para 37 dias de venda, considerando o ritmo de vendas em julho. Em junho, eram 225,6 mil unidades, também suficiente para 37 dias de venda, considerando o ritmo de julho.
O presidente da Anfavea afirmou que tem participado de rodadas de negociação com o governo para elaborar um novo plano para desenvolver a indústria brasileira, que provavelmente teria início em 2018. Segundo ele, não se trata de uma nova edição do Inovar Auto (programa de incentivos fiscais às montadoras que fazem investimentos no País), mas de uma "nova política industrial de longo prazo".
"É complicado trabalhar com programas que se encerram, e nós ficamos sem saber como vai ser", lamentou Megale, em referência ao Inovar Auto. "E o governo compactua com a nossa visão de que estamos falando de uma nova política industrial", afirmou o presidente da associação. Megale destacou que esta nova política industrial tem de prever medidas que estimulem o avanço da eficiência energética e que contribuam para a recuperação da indústria de autopeças. Por contar com empresas de menor porte, as fabricantes de autopeças são mais sensíveis à crise. Neste ano, a Fiat e a Volkswagen chegaram a interromper as suas produções algumas vezes por falta de peças, que não haviam sido entregues.

Comercialização fraca incentiva crescimento da exportação

Com as vendas fracas de veículos no Brasil, as montadoras se voltam para o mercado externo para sustentar a produção local. De janeiro a julho, foram exportadas 272,2 mil unidades, aumento de 20% em relação a igual período de 2015, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
No mês passado, foram embarcados 45,55 mil veículos, alta de 61% em relação a julho do ano passado e crescimento de 5% na comparação com junho. No primeiro semestre, o crescimento nas exportações havia sido de 14,2%.
"A capacidade instalada no País é de cerca de 5 milhões de unidades por ano, e não há demanda interna que sustente essa produção. A solução para as montadoras é a exportação. Mesmo assim, a ociosidade será alta por um bom tempo", disse João Morais, economista da Tendências Consultoria.
Para o presidente da Anfavea, Antonio Megale, há otimismo em relação às exportações. "Podemos melhorar o nosso desempenho nos próximos anos com os acordos que estão sendo firmados pelo governo brasileiro", afirmou Megale. A estimativa da entidade é exportar 500 mil veículos até o final deste ano.
Segundo o executivo, o governo trabalha para firmar novos acordos na América Latina e na África. Neste ano, o Brasil já acertou novas bases de exportação com Argentina, México e Uruguai, além de Colômbia e Peru.
"A Argentina vem melhorando o seu mercado interno, já cresceu 6% neste ano. Isso é positivo para o Brasil. É o nosso maior parceiro, com cerca de 60% das exportações", disse Megale.
Apesar do aumento no volume das exportações de veículos brasileiros, a receita com as vendas externas do setor caiu 8,1% no acumulado deste ano, para US$ 5,79 bilhões.
Isso ocorreu devido à mudança do mix de exportação - hoje, se exporta mais automóveis do que caminhões e ônibus, que possuem maior valor agregado. Em julho, a receita somou US$ 940 milhões, com crescimento de 24,6% ante julho de 2015.

Mercedes anuncia que vai demitir funcionários

Mercedes diz que tem excedente de 2.500 metalúrgicos em São Bernardo

Mercedes diz que tem excedente de 2.500 metalúrgicos em São Bernardo


MERCEDES-BENZ/DIVULGAÇÃO/JC
A Mercedes-Benz confirmou que vai reduzir o quadro de funcionários em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Segundo a montadora, há um excedente de 2.500 pessoas na fábrica e, diante do fraco desempenho das vendas de caminhões e ônibus no País, não há como manter os empregos na unidade.
"Com o cenário atual de queda de vendas e sem perspectivas que se recupere no ano que vem, precisamos reduzir o nosso quadro", afirmou o diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz, Luiz Carlos de Moraes. Até julho, a empresa vendeu 8.783 caminhões e 4.098 ônibus, queda de 23,3% e 27,7%, respectivamente.
Segundo Moraes, o PDV (programa de demissão voluntária), que a companhia abriu em 1 de junho e se estendeu até 25 de julho, teve a adesão de 630 funcionários. "Vamos avaliar, até o fim do mês, o tamanho desse ajuste." A montadora tem cerca de 9.800 trabalhadores.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, serão demitidas 1.870 pessoas na unidade. Por causa disso, as atividades na fábrica foram paralisadas na quinta-feira da semana passada. Funcionários da empresa têm garantia de emprego até 31 de agosto devido ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), encerrado em maio, que por lei garante estabilidade por mais um terço do período de adesão ao programa.
A direção da Volkswagen e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fecharam acordo para evitar 3,6 mil demissões na fábrica de São Bernardo do Campo. O número equivale ao total de funcionários ociosos que a fábrica alega ter, o equivalente a 30% da mão de obra. Pelo acordo, a empresa abriu um PDV que vai pagar até 35 salários extras a quem aderiu até esta quarta-feira.