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OPERAÇÃO Lava Jato

- Publicada em 28 de Julho de 2016 às 16:14

Lula orientou obras no sítio de Atibaia, diz PF

 Luiz Inácio Lula da Silva supervisionou as obras realizadas na propriedade

Luiz Inácio Lula da Silva supervisionou as obras realizadas na propriedade


FERNANDO FRAZÃO/ABR/JC
Um laudo produzido pela Polícia Federal (PF) aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) supervisionou a reforma da cozinha gourmet no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo. A informação se baseia em mensagens e fotos encontradas no celular do arquiteto da OAS Paulo Gordilho, que teria viajado ao sítio "exclusivamente para dirimir dúvidas do casal Lula da Silva", conforme perícia da PF. As obras em questão teriam custado R$ 252 mil.
Um laudo produzido pela Polícia Federal (PF) aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) supervisionou a reforma da cozinha gourmet no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo. A informação se baseia em mensagens e fotos encontradas no celular do arquiteto da OAS Paulo Gordilho, que teria viajado ao sítio "exclusivamente para dirimir dúvidas do casal Lula da Silva", conforme perícia da PF. As obras em questão teriam custado R$ 252 mil.
Ao todo, as reformas no sítio custaram R$ 1,2 milhão e começaram em novembro de 2010, quando Lula estava no final do segundo mandado na presidência da República, prosseguindo até outubro de 2014.
"Os peritos apontam para evidências substanciais que a cozinha gourmet foi reformada e instalada entre o período aproximado de março/junho de 2014, tendo sido acompanhada por arquiteto da OAS, sob comando de Léo Pinheiro e, segundo consta nas comunicações do arquiteto da construtora, com orientação do ex-presidente Lula e sua esposa", escreveram os peritos da PF
Em uma mensagem pelo WhatsApp, Paulo Gordilho afirma que vai a um churrasco em Atibaia com o então presidente da OAS, Léo Pinheiro, na "fazenda de Lula". Lá, ele diz que vai "passar o dia" com o petista e sua mulher, Marisa Letícia. O arquiteto inicia a mensagem pedindo "sigilo absoluto".
O sítio Santa Bárbara entrou na mira da Operação Lava Jato após a descoberta de que empreiteiras do petrolão (OAS e Odebrecht) realizaram reformas no local. Os investigadores suspeitam que o ex-presidente, que sempre negou ser o dono da propriedade, recebeu gratificação das construtoras em troca de contratos obtidos da Petrobras. A propriedade está registrada oficialmente no nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho. Bittar é filho de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas e amigo pessoal de Lula. E Suassuna é sócio de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, na empresa BR4 Participações.
A PF também identificou um e-mail enviado por Paulo Gordilho a Fernando Bittar, que, por sua vez, encaminhou-o sete minutos depois para Sandro Luiz Lula da Silva, outro filho de Lula. O e-mail continha a maquete digital da cozinha.
No final da análise, os peritos concluem que o sítio foi vendido aos empresários Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho para o uso da família de Lula. Isso porque, logo após a assinatura do contrato, foram elaboradas as primeiras plantas para "acomodarem as necessidades da família Lula".
A PF também apontou como "discordante" o patrimônio de Fernando Bittar e o valor pago pelo sítio, de cerca de R$ 1,7 milhão. "O montante de aproximadamente 1,7 milhão de reais, dispendido entre 2010 e 2011, apresenta-se discordante frente aos rendimentos, bens e direitos declarados no seu imposto de renda", diz o laudo. O engenheiro que fez as primeiras reformas no sítio, em 2011, era Frederico Horta, da Odebrecht.

Petista recorre à ONU para denunciar abuso de poder

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou, nesta quinta-feira, uma petição perante a Comissão de Direitos Humanos da ONU em Genebra para denunciar "abusos de poder" contra ele, anunciaram seus advogados em Londres.
De acordo com os advogados brasileiros e britânicos, que viajaram a Genebra para apresentar a petição, o juiz Sérgio Moro seria culpado de "abuso de poder" por violar o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos.
A petição entregue ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas condena a detenção arbitrária de que Lula foi vítima e acredita que a presunção de inocência do ex-chefe de Estado foi violada.
"Lula decidiu levar o caso para as Nações Unidas, porque ele não consegue ter justiça sob o sistema judicial inquisitório do Brasil", disse o advogado britânico Geoffrey Robertson, denunciando um sistema judicial em que um "mesmo juiz" encarregado da investigação pode julgar a pessoa que investigou e "decidir sua culpa ou inocência, sem jurados".
Símbolo da luta contra a corrupção, o juiz Moro está a cargo da Operação Lava Jato, que revelou o caso de corrupção na Petrobras destinada principalmente para financiar campanhas.
Na petição, os advogados de Lula dizem haver "clara falta de imparcialidade" nas investigações e classifica como "atos ilegais" a gravação e divulgação de conversas privadas com a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), além de sua condução coercitiva para um depoimento.
O ex-presidente Lula também cita posicionamentos da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas e outras cortes internacionais a respeito das ações "enviesadas" do juiz Sérgio Moro e, portanto, na avaliação da defesa de Lula o juiz não teria condições de julgá-lo ou prendê-lo.

Carlinhos Cachoeira é preso sob muitos aplausos de populares em Copacabana

Após decisão unânime do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) determinando que o bicheiro Carlinhos Cachoeira volte para a prisão, o contraventor foi preso nesta quinta-feira no hotel em que cumpria prisão domiciliar, em Copacabana. A decisão vale também para os empresários Fernando Cavendish, Adir Assad, Marcelo Abbud e o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu, esses dois últimos também presos hoje em um hotel do Leme, todos alvos da Operação Saqueador. Os advogados informaram que vão recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Cachoeira desceu do quarto com sua mala, sem algemas, e foi conduzido pelos agentes federais no camburão da viatura, sob muitos aplausos de pessoas que estavam no local. Cavendish está em casa cumprindo prisão domiciliar. A Saqueador constatou que os envolvidos, "associados em quadrilha", usaram empresas fantasmas para transferir cerca de R$ 370 milhões, obtidos pela Delta, direta ou indiretamente, por meio de crimes praticados contra a administração pública, para o pagamento de propina a agentes públicos.