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operação Lava Jato

- Publicada em 27 de Julho de 2016 às 16:05

Caixa-2 é um problema do PT, afirma Dilma

Dilma Rousseff comentou que sua defesa está 'praticamente pronta'

Dilma Rousseff comentou que sua defesa está 'praticamente pronta'


EVARISTO SA/AFP/JC
A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) negou, ontem, que sua campanha em 2010 tenha pago US$ 4,5 milhões de caixa-2 para o marqueteiro João Santana e afirmou que ele cobrou dívidas da eleição para a tesouraria do PT.
A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) negou, ontem, que sua campanha em 2010 tenha pago US$ 4,5 milhões de caixa-2 para o marqueteiro João Santana e afirmou que ele cobrou dívidas da eleição para a tesouraria do PT.
"Ele (Santana) diz que recebeu isso em 2013. Ora, a campanha começa em 2010 e até o final do ano, antes da diplomação, ela é encerrada. A partir do momento em que ela é encerrada, tudo o que ficou pendente de pagamento da campanha passa a ser responsabilidade do partido", disse Dilma, em entrevista à rádio Educadora, de Uberlândia (MG).
As afirmações da presidente afastada foram feitas após ser questionada sobre a audiência de Santana e sua mulher, Mônica Moura, com o juiz Sérgio Moro, em que o casal admite ter recebido dinheiro de caixa-2 para a primeira campanha de Dilma ao Planalto.
"Não é a mim que você tem que perguntar isso. Como disse o próprio João Santana, com quem ele tratou essa questão foi com a tesouraria do PT", afirmou Dilma.
A Moro, Mônica disse que, após cobranças insistentes ao PT, o casal foi chamado, em 2013, pelo então tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, e informado que enfim teria o débito saldado. Vaccari orientou Mônica a procurar o engenheiro Zwi Skornicki, que tinha negócios com a Petrobras.
Na entrevista, Dilma ainda diz que sua campanha "não tem a menor responsabilidade sobre em que condições pagou-se a dívida remanescente de 2010, porque ela foi paga três anos depois".
A petista também comentou o adiamento da entrega das alegações finais no processo de impeachment, transferida de ontem para hoje. Segundo ela, a mudança não deve trazer "nenhuma consequência maior" e a defesa "está praticamente pronta".
Ela evitou comentar sobre o seu futuro caso seja afastada definitivamente pelos senadores. "É que nem jogo de futebol: não tem 'e se'. A gente joga até o final da partida."
A presidente afastada também afirmou que os problemas de limpeza e acabamento na Vila Olímpica, que geraram queixas de delegações estrangeiras, não têm relação com sua gestão e são de "responsabilidade tanto da prefeitura (do Rio de Janeiro) quanto dessas empresas (que construíram o local, Carvalho Hosken e Odebrecht)".
Na segunda-feira, a prefeita da Vila, a ex-jogadora de basquete Janeth Arcain, disse que as construtoras estão participando de uma força-tarefa para realizar reparos nos apartamentos.
Dilma diz que não estará presente na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. "Eu não vou participar de um ato nesta condição de espectadora em um ato que fui protagonista. Eu prefiro não ir e não criar nenhum constrangimento."

TSE envia ao STF novos indícios de irregularidade nas contas de campanha da petista em 2014

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encontrou novos indícios de irregularidades nas contas de uma empresa que prestou serviço para a campanha de reeleição da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) em 2014. O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, enviou as informações para compor a ação que trata da prestação de contas da petista no Supremo Tribunal Federal (STF).
Os novos detalhes envolvem a empresa DCO Informática, contratada para disparar mensagens para celulares via WhatsApp durante a campanha. A empresa tem sede na cidade mineira de Uberlândia e recebeu R$ 4,8 milhões pelo serviço, em quatro repasses feitos ao longo de uma semana em outubro de 2014. "O estabelecimento não possui identificação na fachada, aparentemente também funciona como residência, e não tivemos acesso ao interior do mesmo", aponta o relatório da Secretaria Municipal de Finanças de Uberlândia feito a pedido de Mendes. Além disso, a empresa possui apenas um servidor, um notebook e três funcionários, que trabalham sem carteira assinada.
Um dos funcionários da DCO relatou que a campanha de Dilma contratou a empresa por R$ 0,06 a R$ 0,16 para cada disparo, e que o preço variava de acordo com porte e solicitação. Ele também disse que a empresa desenvolveu o programa para fazer os disparos de mensagens e subcontratou a 2K Comunicações para fazer os relatórios das atividades.
Em fevereiro, Mendes já havia pedido que órgãos de controle fiscalizassem a DCO e outras seis empresas por suspeitas de irregularidades. Os indícios foram apontados pelo PSDB, que alegou possível ilegalidade na contratação e pagamento efetuado às empresas supostamente sem capacidade operacional para prestar os serviços à campanha petista.
O TSE aprovou em 2014 as contas da campanha de Dilma, mas Mendes, relator da prestação feita pela presidente afastada, determinou que as investigações sobre supostas irregularidades continuassem. O ministro Gilmar Mendes utiliza informações reveladas pelas investigações da Operação Lava Jato para dizer que a campanha foi supostamente financiada com recursos da Petrobras. Por ser uma empresa de capital misto (recursos públicos e privados), a petroleira é vedada de financiar campanhas eleitorais.