A Baunilha Cupcakes, que recorreu aos empréstimos, persegue o objetivo de crescer sem ficar devendo

Conheça os aprendizados de quem optou por maneiras distintas de levantar capital


A Baunilha Cupcakes, que recorreu aos empréstimos, persegue o objetivo de crescer sem ficar devendo

As engenheiras de alimentos Dienefer Pucci, 34 anos, e Sara Albert, 35, donas da Baunilha Cupcakes, de Porto Alegre, recorreram a um sistema tradicional para expandir o negócio em 2015: o banco. Um empréstimo no nome do pai de uma delas, que é funcionário público, foi o segredo para deixar as taxas de juros mais baixas.
As engenheiras de alimentos Dienefer Pucci, 34 anos, e Sara Albert, 35, donas da Baunilha Cupcakes, de Porto Alegre, recorreram a um sistema tradicional para expandir o negócio em 2015: o banco. Um empréstimo no nome do pai de uma delas, que é funcionário público, foi o segredo para deixar as taxas de juros mais baixas.
Lá em 2010, quando as meninas ainda trabalhavam na mesma indústria, juntaram R$ 50,00 de cada para que Sara pudesse fazer um curso de pasta americana na Casa do Padeiro. As técnicas foram aplicadas no produto que se popularizava pelo Brasil na época, os bolinhos americanos que virariam seu ganha-pão.
A produção inicial era feita no apartamento de Dienefer e, muitas vezes, se estendia até as cinco horas da manhã. Por isso, identificaram a necessidade de profissionalizar a atividade, tendo um ponto comercial. Para a abertura da primeira loja, na rua Francisco Ferrer, no bairro Rio Branco, precisavam de R$ 30 mil. Cada uma tinha R$ 10 mil - faltavam os outros R$ 10 mil, que foram emprestados pelo pai de Sara.
No ano passado, quando a Baunilha ganhou uma filial na avenida Guaporé, no Petrópolis, as empreendedoras dependiam novamente de um aporte de R$ 30 mil. Desta vez, o caminho foi a instituição financeira, usando o nome do pai de Dienefer para aliviar a correção monetária.
A tática para não criar uma dívida que tire o sono, segundo Dienefer, é ter certeza de que a mensalidade se paga com o que entra no caixa no momento do empréstimo. "A gente já tinha um faturamento certo. Já sabia que ia conseguir absorver o custo. Por isso, arriscamos", ressalta. "Nosso lema é crescer sem ficar devendo." Com isso em mente, as lojas da Baunilha têm despesas fixas baixas. A do Petrópolis fica na faixa de R$ 3,5 mil. Os valores se pagam com uma média de venda mensal de 2 mil bolinhos.

O jeito foi recorrer à aceleradora para tocar app

Para que a Planejei, empresa incubada na Raiar, da Pucrs, decolasse e fosse mantida uma estratégia de penetração no mercado, a solução foi buscar investidores.
Lucas Montano, de 26 anos, co-founder e CEO, diz que, no ano passado, recebeu aceleração da Oxigênio Aceleradora, formada pela Porto Seguro e pela Plug&Play, do Vale do Silício. O valor aportado foi de US$ 50 mil. Recentemente, foi feita uma nova captação com investidores-anjo.
"Nós realizamos a inscrição no site da Oxigênio Aceleradora e participamos do processo de seleção, que durou aproximadamente dois meses, com entrevista via Skype e pitch presencial em São Paulo para investidores", conta Montano. O pitch foi em português, mas as perguntas eram em inglês.
A Planejei desenvolveu um aplicativo para auxiliar a geração Millenium a se organizar financeiramente e atingir suas metas, como viagens, por exemplo. Um robô, batizado de Marvin, dialoga virtualmente com o usuário e informa se ele está gastando demais, se está próximo de juntar a quantia que precisa.
Montano diz que para quem busca investidores, primeiro de tudo, é preciso encontrar o Market Fit e entregar valor aos clientes. "O mais importante é fazer conexões, conhecer os investidores, o que eles buscam e podem oferecer além do dinheiro", sugere.
 

Escolha do edital de subvenção e equity crowdfunding

Os sócios fundadores do Aula Livre, Eduardo Lima, 33 anos, e Juliana Marchioretto, 31, afirmam que a forma mais difícil de conseguir fundos é através dos investidores. O gerente de operação do negócio, Yuri Zaidan, 23, compartilha da opinião, "Com edital, basta entender como funciona e fazer uma boa proposta que se encaixe com as exigências. Com investidor, é preciso saber convencer, além de que é necessário 'se dar bem', porque ele vai ser um futuro sócio", aponta Zaidan. Lima faz, ainda, uma comparação de estilos. "Para o edital, tem que ser um bom aluno. Para os investidores, tem que ser um bom profissional."
A Aula Livre, que começou em 2012 com R$ 14 mil, arrecadados do próprio bolso dos sócios, angariou o primeiro fundo externo em 2013, através do edital de subvenção vinculado ao programa Startup Brasil.
A turma só teve contato com esta oportunidade pois já estava incubada na ESPM.
"Eu ouvi a palestra que eles fizeram na incubadora e pensei que talvez nos encaixássemos no edital. Se não fosse isso eu nunca teria conhecido, e certamente não estaríamos mais aqui", conta Lima.
Em setembro do mesmo ano, a startup, que oferece aulas on-line, foi acelerada pela Pipa, do Rio de Janeiro, onde começou o segundo momento de crescimento e preparação para investimentos. Também foi onde os sócios conheceram Zaidan, que seria o responsável por conseguir a segunda injeção de recursos, através do equity crowdfunding, na plataforma Broota. "A empresa já se sustentava, porém queríamos os recursos para expandir", explica ele. O investimento coletivo foi aberto no segundo semestre de 2015, com o objetivo de arrecadar R$ 230 mil. Resultado: o valor superou a meta em R$ 20 mil.
O investimento também gerou mais 26 acionistas, o que os assustou. "Tínhamos medo de que o negócio se tornasse impraticável, que os sócios cobrassem muito, que trabalhássemos apenas para mostrar resultados. Não foi assim", avalia o gerente. Agora, a empresa precisa apenas enviar relatórios periódicos que mostrem a evolução do negócio aos acionistas e consultar o investidor líder diante de alguma decisão importante.
A startup, que possui 650 mil alunos cadastrados, pretende lançar em breve aulas ao vivo e desenvolver ainda mais os serviços, a fim de cumprir metas estabelecidas e apresentadas aos investidores. O próximo passo é a entrada em um novo ciclo de investimento ainda não definido.