O velocista jamaicano Usain Bolt chamou para si a responsabilidade de restaurar a moral do atletismo, em meio ao escândalo de doping que tirou o time russo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Em entrevista coletiva em Londres, o atleta disse que o esporte precisa dele, embora o fantasma das lesões ainda o assombre. "Eu sei que o esporte precisa de mim para vencer, e dar a volta por cima", disse, quando questionado sobre a crise do doping.
Principal estrela do atletismo nos Jogos, o jamaicano considera a possibilidade de não se aposentar após as Olimpíadas, não descartando, inclusive, uma possível presença em Tóquio/2020. "Meu técnico sempre diz: 'Usain, você pode ir para as Olimpíadas de 2020 se você quiser'. Então é por isso que ele me diz para parar de falar sobre aposentadoria e simplesmente viva um ano de cada vez", disse o atleta.
Por enquanto, a menos que ele mude de ideia, o jamaicano deve deixar as pistas após o Mundial de 2017, em Londres. Sem modéstia, ele tem certeza que fará falta, embora admita, que, um dia, vai perder a majestade. "No futebol, você tem um debate de quem foi o melhor, mas ninguém pode debater quem é o homem mais rápido do mundo. Vai levar um longo tempo, eu acho, antes que alguém tão talentoso quanto eu quebre meus recordes."
Apesar do fantasma das lesões, o velocista, que completa 30 anos no mês que vem, segue confiante para defender seus títulos. Ele disputará em três modalidades, nas quais é campeão: 100 metros, 200 metros e 4x100 metros.