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Turismo

- Publicada em 31 de Julho de 2016 às 21:55

Gastos de estrangeiros no Brasil recuam 9,8%

Jogos Olímpicos vão gerar grande fluxo somente no Rio de Janeiro

Jogos Olímpicos vão gerar grande fluxo somente no Rio de Janeiro


YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
No mês de junho, os visitantes estrangeiros deixaram US$ 402 milhões no País, valor que corresponde a uma redução de 9,83% em relação ao mesmo período de 2015. De acordo com a Associação Brasileira de Turismo Receptivo Internacional (Brazilian Incoming Travel Organization - Bito), o resultado reflete também a queda de reservas em hotéis do período. "Julho, inclusive, deixou de ser alta temporada para quem conta com presença destes turistas", emenda o presidente da Bito, Salvador Saladino. Ele afirma que o trade receptivo internacional no Brasil vem se desenvolvendo negativamente em faturamento nos últimos dois anos. "A redução de visitantes estrangeiros é evidente e notável", lamenta o dirigente. O levantamento foi divulgado pelo Banco Central (BC).
No mês de junho, os visitantes estrangeiros deixaram US$ 402 milhões no País, valor que corresponde a uma redução de 9,83% em relação ao mesmo período de 2015. De acordo com a Associação Brasileira de Turismo Receptivo Internacional (Brazilian Incoming Travel Organization - Bito), o resultado reflete também a queda de reservas em hotéis do período. "Julho, inclusive, deixou de ser alta temporada para quem conta com presença destes turistas", emenda o presidente da Bito, Salvador Saladino. Ele afirma que o trade receptivo internacional no Brasil vem se desenvolvendo negativamente em faturamento nos últimos dois anos. "A redução de visitantes estrangeiros é evidente e notável", lamenta o dirigente. O levantamento foi divulgado pelo Banco Central (BC).
A chegada de turistas de fora do País ocorre de forma sazonal, e este ano os dois primeiros meses foram bastante positivos no segmento de lazer, pondera o diretor de Estudos Econômicos e Pesquisas do Ministério do Turismo (MTur), José Francisco de Salles Lopes. "Além disso, apesar dos gastos ocorrerem em reais, transformamos o resultado em dólar - por isso, quando o câmbio está desfavorável, dá a impressão de que a redução do montante foi maior", avalia.
Conforme o relatório do BC, a entrada de capital estrangeiro no Brasil registrou crescimento de 7% nos seis primeiros meses do ano, frente ao primeiro semestre de 2015. Segundo o documento, o gasto dos turistas internacionais alcançou a marca de US$ 3,16 bilhões de janeiro a junho, quando no mesmo período do ano passado a receita foi de US$ 2,94 bilhões. Para Lopes, a expectativa é de que a abertura dos Jogos Olímpicos na próxima sexta-feira impulsione os gastos dos estrangeiros no País durante o mês de agosto. "Será uma oportunidade para visitantes de mais de 200 países descobrirem os nossos destinos e aproveitarem o que há de melhor nos serviços turísticos." Além disso, o Brasil terá maior visibilidade, uma vez que a mídia irá expor o País para um público de cerca de 5 bilhões de pessoas durante os jogos, comenta Lopes.
O diretor de pesquisas do Mtur afirma que, apesar da estimativa ser de incremento no ticket-médio desembolsado por visitantes internacionais no mês que se inicia, estes valores devem ficar concentrados no Rio de Janeiro. "Entendemos que o setor de turismo terá um movimento normal durante o mês de agosto nos demais destinos." Lopes completa que não se pode mensurar o volume de recursos que deverá ser injetado no período usando a Copa do Mundo como referência, até porque o evento das Olimpíadas é diferente em estrutura. "Em 2014, por exemplo, o Mundial contou com 12 cidades sedes", destaca.
Já o dirigente da Associação Brasileira de Turismo Receptivo Internacional confirma que a expectativa de crescimento é pontual. "São visitantes que virão especificamente para os jogos, sendo que 90% das reservas em hotéis foram feitas através do Comitê Olímpico Brasileiro", ressalta. Para o presidente da entidade, que representa agências receptivas e empresas de hospedagem, o resultado para operações do segmento será "pior que a Copa do Mundo". "Não vejo ganho para o turismo de lazer", observa, explicando que o público esportivo não costuma gastar em entretenimento com a mesma ênfase que visitantes em férias.
Saladino, inclusive, comenta que por conta do receptivo das Olimpíadas, o trabalho das agências do segmento foi prejudicado. "Desde o translado até os hotéis, as tarifas de preços duplicaram ou triplicaram, o que atrapalha as vendas das empresas."
 

Brasileiros também estão desembolsando menos no exterior

Jogos Olímpicos vão gerar grande fluxo somente no Rio de Janeiro

Jogos Olímpicos vão gerar grande fluxo somente no Rio de Janeiro


YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
Apesar da procura por viagens internacionais ter crescido em 10% no primeiro semestre, em vista da queda do câmbio, os gastos dos brasileiros no exterior se mantêm tímidos. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Viagens, Edmar Bull, os consumidores estão viajando mais para lazer e menos para comprar. "Antigamente, as pessoas iam para Estados Unidos e Europa para fazer enxovais", comenta o dirigente. Mas, segundo ele, com a elevação do dólar em patamares muito altos este movimento se retraiu, e ainda não há registros de que tenha se revertido. "Sabemos por amostragens, que o foco dos brasileiros tem sido outro no exterior - a exemplo de preferência por experimentar a gastronomia local e passear pelos destinos."
Bull considera que o momento não é mesmo favorável para se comprar fora do País. "O preço do dólar permaneceu alto durante vários meses, e, considerando o aumento do desemprego no Brasil, e o cenário econômico ainda frágil, a queda dos gastos de brasileiros lá fora se justifica com naturalidade." O dirigente lembra que compras realizadas com cartão de crédito em destinos internacionais representam pagamento de IOF, bem como a conversão de acordo com a cotação do dia do vencimento. "Com tantas incertezas, melhor não arriscar."
Na opinião do diretor de Estudos Econômicos e Pesquisas do Ministério do Turismo (MTur), José Francisco de Salles Lopes, ainda assim quando comparados os gastos dos brasileiros no exterior, com os gastos dos estrangeiros no País, o saldo será sempre maior na economia internacional. "O ticket-médio de gastos dos consumidores do Brasil em qualquer lugar do mundo sempre é maior, porque ainda se gasta muito em compras", opina. "Turistas brasileiros e chineses costumam consumir mais que souvenir e artesanato, pois em geral gostam de presentear a família com produtos importados."