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Habitação

- Publicada em 26 de Julho de 2016 às 18:25

Empréstimo habitacional recua 49% no 1º semestre

Valor para pessoas físicas caiu de R$ 33,3 bilhões para R$ 17,5 bilhões

Valor para pessoas físicas caiu de R$ 33,3 bilhões para R$ 17,5 bilhões


ELZA FIÚZA/ABR/JC
O volume de empréstimos para aquisição e construção da casa própria com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somou R$ 22,6 bilhões no primeiro semestre de 2016, uma queda de 49,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram emprestados R$ 44,8 bilhões, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança em São Paulo (Abecip). Entre janeiro e junho, foram financiados 445 mil imóveis, sendo 344 mil com recursos do FGTS e 101 mil com recursos da poupança.
O volume de empréstimos para aquisição e construção da casa própria com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somou R$ 22,6 bilhões no primeiro semestre de 2016, uma queda de 49,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram emprestados R$ 44,8 bilhões, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança em São Paulo (Abecip). Entre janeiro e junho, foram financiados 445 mil imóveis, sendo 344 mil com recursos do FGTS e 101 mil com recursos da poupança.
Mesmo com o número ruim, a Abecip avalia que as expectativas melhoraram e a economia tende a retornar uma situação de normalidade, o que deve se refletir positivamente no setor daqui para a frente. O presidente da Abecip, Gilberto Duarte de Abreu Filho, disse que a conjuntura econômica nos seis primeiros seis meses do ano foi muito ruim, com desemprego crescente, recessão (PIB da construção civil recuou 6,2% no período), além de inflação em alta. Esse cenário desestimulou o consumidor a tomar dívida de longo prazo, como é o financiamento da casa própria. "O primeiro semestre foi pior do que esperávamos em termos econômicos. O consumidor fica preocupado com o emprego, em entrar em uma dívida que dura até 30 anos. Tudo isso resultou numa retração de 6,2% do PIB do nosso setor, que chegou a crescer 20% ao ano em 2010. Mas estamos num momento de inflexão, em que a curva de juros está em queda, o risco país diminuiu e a economia tende a retornar a uma situação de normalidade, o que significa que o mercado imobiliário volta a se aquecer", diz Abreu Filho.
Ele estima que os financiamentos ainda devem encerrar o ano em queda de 34% este ano (de R$ 76 bilhões para R$ 50 bilhões). A Abecip ainda não tem uma estimativa para 2017, mas acredita que os números devem melhorar se as expectativas de retomada dos indicadores econômicos se materializarem. Abreu Filho afirma que as mudanças anunciadas pela Caixa Econômica Federal com mais recursos tanto para o consumidor quanto para as empresas já foram incorporadas às projeções menos pessimistas para este ano. Segundo a Abecip, o financiamento à pessoa física para aquisição de imóveis com recursos do SBPE caiu de R$ 33,5 bilhões no primeiro semestre de 2015 para R$ 17,5 bilhões no mesmo período deste ano, um recuo de 47,7%. Já os empréstimos para construtoras tocarem seus empreendimentos, também com recursos da poupança, recuaram de R$ 11,3 bilhões para R$ 5,1 bilhões, no mesmo período de comparação.
Abreu Filho lembra, entretanto, que o segmento de imóveis mais populares, financiados com recursos do FGTS, mostrou crescimento nos seis primeiros meses do ano. Os empréstimos subiram de R$ 27,2 bilhões para R$ 27,6 bilhões, uma alta de 1,3% em relação ao mesmo período de 2015.- Estamos num dos pontos mais altos da história de financiamentos de habitação popular. O mercado está muito aquecido neste ramo - diz o presidente da Abecip. A inadimplência, considerando três prestações em atraso, com recursos do SBPE, está atualmente 1,8%, dentro de níveis históricos.

Caixa realoca recursos e tem R$ 3,8 bilhões do FGTS pela linha Pró-Cotista

A Caixa tem R$ 3,8 bilhões para financiar a compra da casa própria pela linha Pró-Cotista FGTS, uma das mais vantajosas do mercado. O banco conseguiu autorização do conselho curador do FGTS para realocar recursos entre as faixas da linha e passou a contar com R$ 1,5 bilhão para aprovar novos contratos para moradias entre R$ 225 mil e R$ 500 mil.
Os recursos para essa faixa de valor de imóveis tinham secado em abril, dois meses após a Caixa receber R$ 7 bilhões do FGTS. O banco, então, pediu autorização para usar livremente o dinheiro que sobrou remanejar os recursos que estavam disponíveis para financiar imóveis de outros valores.
Dessa forma, restou ainda R$ 1,8 bilhão para financiar imóveis de até R$ 225 mil e outros R$ 412 milhões para operações para a compra de imóveis entre R$ 500 mil e R$ 750 mil, o teto do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) nas grandes metrópoles (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília). A linha Pró-Cotista só pode ser acessada por trabalhadores com pelo menos três anos de vínculo com o FGTS. Além disso, eles precisam estar trabalhando ou ter saldo na conta do FGTS de pelo menos 10% do valor do imóvel. A taxa de juros é de 8,66% ao ano, bem abaixo dos contratos firmados com recursos da poupança, que hoje custam ao mutuário 11,22% ao ano.
No início deste ano, o conselho curador do FGTS liberou R$ 21,7 bilhões para o mercado imobiliário justamente para compensar a escassez de recursos da poupança. No primeiro semestre deste ano, a caderneta perdeu R$ 42,6 bilhões, a maior perda de recursos para o período em 22 anos. No dia 25, entraram em vigor as novas condições de financiamento da Caixa para clientes de alta renda.
 

Mercado imobiliário vive pior fase desde 2004, aponta estudo da Fipe

O mercado imobiliário passa pela sua pior fase desde 2004. A conclusão é de novo estudo que mapeia o segmento, feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com a Abrainc, associação que representa as incorporadoras imobiliárias. O setor está sendo impactado diretamente pela queda da demanda, recuo na confiança do consumidor, juros altos e baixo volume de concessão de crédito.
"Há uma queda assustadora na demanda", salientou Eduardo Zylberstajn, coordenador da Fipe. Ele explicou que o material, chamado de Radar, leva em consideração 12 indicadores públicos, como dados do Banco Central (BC), do IBGE e da própria Fipe. Entre esses dados públicos estão juros, emprego, preço dos imóveis, PIB. "Seis destes 12 estão em seu pior nível desde 2004, que é o início da série histórica. Todos eles são relacionados à demanda", afirmou Zylberstajn.
Renato Ventura, vice-presidente da Abrainc, afirmou que ainda não há expectativa de melhora no setor. Mas pontua que já há um início de melhoria da confiança do consumidor e também do empresário. Segundo ele, não dá para falar em reversão do cenário ainda.