Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 20 de Julho de 2016 às 22:03

Opinião econômica: Uma de duas

Antônio Delfim Netto foi ministro, embaixador e deputado federal

Antônio Delfim Netto foi ministro, embaixador e deputado federal


VALTER CAMPANATO/abr/jc
Há alguns tímidos sinais de que o movimento de retração do PIB, que desde o início da sua queda no 2º trimestre de 2014 até o 1º trimestre de 2016 caiu cerca de 6%, vem perdendo velocidade. Isso sugere que talvez estejamos nos aproximando de um ponto de reversão cíclica, ainda que nada se possa afirmar com segurança. Quando isso acontecer deveremos ver, inicialmente, um aproveitamento da capacidade produtiva ociosa e depois retornar lentamente à "nova" velocidade de cruzeiro. A experiência internacional mostra que a disponibilidade para o crescimento, o PIB potencial, tende a diminuir depois de uma recessão com a profundidade da que estamos vivendo.
Há alguns tímidos sinais de que o movimento de retração do PIB, que desde o início da sua queda no 2º trimestre de 2014 até o 1º trimestre de 2016 caiu cerca de 6%, vem perdendo velocidade. Isso sugere que talvez estejamos nos aproximando de um ponto de reversão cíclica, ainda que nada se possa afirmar com segurança. Quando isso acontecer deveremos ver, inicialmente, um aproveitamento da capacidade produtiva ociosa e depois retornar lentamente à "nova" velocidade de cruzeiro. A experiência internacional mostra que a disponibilidade para o crescimento, o PIB potencial, tende a diminuir depois de uma recessão com a profundidade da que estamos vivendo.
Ela começou no 2º bimestre de 2014, como consequência da desastrosa política de intervenções voluntarísticas na economia que o governo Dilma adotou no início de 2012, depois da sua exitosa administração em 2011. A verdade é que 2013 não terminou mal: o PIB cresceu 3,0% (0,8%, pelo menos, devido ao salto da agricultura); uma taxa de inflação de 5,9%; um superávit primário de 1,7% do PIB, agora corrigido dos efeitos das "pedaladas" (14,6 bilhões de reais) para 1,4%; um déficit nominal parecido com 3% e a dívida bruta/PIB permaneceu estável, em torno de 52% do PIB.
O desastre foi mesmo em 2014. O governo - por ser um ano eleitoral - recusou-se a reconhecer a gravidade da situação e resolveu buscar a reeleição "fazendo o diabo". Terminou muito mal: o PIB cresceu 0,1%; a taxa de inflação foi de 6,4%; um déficit primário de 0,6% do PIB - agora corrigido das "pedaladas", para 0,8% -; um déficit nominal de 6% e um saldo na relação dívida bruta/PIB para 57%.
Infelizmente, depois do sucesso no processo eleitoral, Dilma não recuperou o seu protagonismo. Os erros acumulados foram muitos. O menor dos quais foi ter escolhido, em um ano, dois ministros da Fazenda igualmente competentes, mas de seitas econômicas antagônicas. A nenhum deles pode dar o suporte político que perdera dos eleitores que lhe haviam dado seu voto e que, sem uma explicação plausível, sentiram-se traídos. A situação econômica não deixou de piorar e hoje temos 11 milhões de desempregados e uma relação dívida bruta/PIB caminhando - se nada for feito - para 75%. O desastre fiscal da União repete-se nos estados, nos municípios e no Distrito Federal, deixando clara a falta geral de controle fiscal.
Afirmar que tal destruição é resultado da política do presidente interino Michel Temer, que assumiu há algumas semanas, como insiste a esquerda infantil no Senado, revela uma pequena inteligência ou uma grande desonestidade...
Economista, ex-deputado federal e ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO