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Economia

- Publicada em 17 de Julho de 2016 às 16:35

Setor de curtume agrega mais valor a produtos

As indústrias de curtume do Brasil estão intensificando na exportação a aposta em produtos de maior valor agregado, com o objetivo de compensar, pelo menos em parte, o câmbio menos favorável. O setor é dependente do mercado externo - atualmente 80% da produção de couros do Brasil tem como destino o exterior. Por isso, a grande oscilação do dólar preocupa, e a taxa cambial abaixo de R$ 3,50 é considerada prejudicial. "É caro produzir no Brasil e precisamos de um câmbio muito bom para sermos competitivos", disse à reportagem o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello. "O segundo semestre é uma grande incógnita."
As indústrias de curtume do Brasil estão intensificando na exportação a aposta em produtos de maior valor agregado, com o objetivo de compensar, pelo menos em parte, o câmbio menos favorável. O setor é dependente do mercado externo - atualmente 80% da produção de couros do Brasil tem como destino o exterior. Por isso, a grande oscilação do dólar preocupa, e a taxa cambial abaixo de R$ 3,50 é considerada prejudicial. "É caro produzir no Brasil e precisamos de um câmbio muito bom para sermos competitivos", disse à reportagem o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello. "O segundo semestre é uma grande incógnita."
No acumulado de janeiro a junho, a produção brasileira de curtumes caiu cerca de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, na esteira da redução dos abates de bovinos no País. Já a exportação de couros aumentou 9,7%, para 99,78 milhões de metros quadrados. A receita não acompanhou a alta, devido ao enfraquecimento dos preços internacionais. Mas o câmbio - mais próximo de R$ 4,00 nos primeiros meses do ano - ajudou a impulsionar o resultado das empresas.
Segundo Bello, no momento a situação é de incerteza. "Acabamos de entregar as mercadorias referentes aos contratos que fechamos no início do 2016. Agora estamos em um outro ciclo de feiras internacionais e nos deparamos com a questão do preço final", contou, diretamente do Vietnã, onde participava de uma dessas feiras. "Teremos que fechar novos contratos muito menos favoráveis."
Bello acredita na recuperação da economia brasileira, mas sabe que os efeitos da retomada da atividade econômica sobre o setor não virão em seguida. A demanda interna por curtumes caiu muito nos últimos anos por causa de uma mudança na matriz da indústria brasileira de calçados - que sempre foi a principal consumidora dos couros nacionais. As fábricas calçadistas foram, aos poucos, introduzindo matérias-primas sintéticas e à base de petróleo, mais baratas que o couro. "Há 15 anos, exportávamos somente 40% da nossa produção de curtumes", afirmou Bello.
Hoje, com presença consolidada no cenário internacional, um dos focos do setor de curtumes brasileiro é aumentar a exportação de artigos de maior valor agregado, como, por exemplo, os couros destinados à indústria automotiva. "Queremos fortalecer nossa presença nesse segmento, que tem altíssima exigência e requer produtos com mais tecnologia. É a Fórmula 1 do nosso mercado", resumiu.
Em 2016, conforme o CICB, 68 países adquiriram couro brasileiro. O principal comprador é a China, que recebe 30% de todo o couro embarcado do Brasil. Depois aparecem Itália, Estados Unidos, Vietnã e Hungria. O estado que mais exportou no primeiro semestre deste ano foi o Rio Grande do Sul. Os gaúchos foram responsáveis por 22,8% do total. São Paulo ficou logo atrás, com 21%, seguido de Goiás, com 15,2%, Paraná, com 7,8%, e Ceará, com 7,7%.
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