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Economia

- Publicada em 14 de Julho de 2016 às 00:23

Recuperação judicial da Camera é aprovada

Companhia propõe diversas modalidades de pagamentos aos credores, entre eles bancos e trabalhadores

Companhia propõe diversas modalidades de pagamentos aos credores, entre eles bancos e trabalhadores


CAMERA/DIVULGAÇÃO/JC
Marina Schmidt
Após um longo processo de elaboração e, posteriormente, de discussão do seu plano de recuperação judicial, o Grupo Camera obteve, na terça-feira, aprovação da proposta por parte dos credores. A assembleia ocorreu em Santa Rosa com a participação de mais de 90% dos credores habilitados.
Após um longo processo de elaboração e, posteriormente, de discussão do seu plano de recuperação judicial, o Grupo Camera obteve, na terça-feira, aprovação da proposta por parte dos credores. A assembleia ocorreu em Santa Rosa com a participação de mais de 90% dos credores habilitados.
"É a maior recuperação judicial do Estado", informa o advogado Luís Gustavo Schmitz, que assessora a empresa. Os débitos da companhia se aproximam de R$ 980 milhões, informa. Desse montante, R$ 750 milhões são relativos a dívidas com credores concursais, e o restante engloba o grupo dos extraconcursais.
O pedido de recuperação judicial da Camera foi deferido pela Justiça em outubro de 2014, envolvendo as cinco empresas controladas pelo grupo (Camera Agroalimentos S.A., Camera Negócios e Investimentos S.A., Camera Participações Ltda., Kist Participações Ltda. e Jasiowka Participações Ltda.).
Entre os credores com garantia constam bancos e instituições financeiras, trabalhadores, microempresas e empresas de pequeno porte. A maior parte dos débitos, no entanto, compreende credores quirografários (sem garantia, compostos, em sua maioria, por produtores rurais).
Conforme explica Schmitz, a companhia propõe diversas modalidades de pagamento. Dessa forma, os credores podem ou não antecipar o recebimento dos valores. Os que concordarem com o alongamento do prazo, receberão os créditos sem deságio, com atualização monetária. "Também é possível antecipar o recebimento por meio de eventos de liquidez", acrescenta o advogado.
Outra opção, revela, é dada aos credores que quiserem converter créditos em ações da companhia. "Nesse caso, até se beneficiariam da valorização da empresa, podendo se desfazer da participação quando considerarem mais adequado."
A empresa buscará liquidez com a venda de um terço de seus ativos, que não estariam alinhados às operações do grupo. A possibilidade de atração de investidores estratégicos é questão avançada, relata Schmitz, e deve se confirmar em breve, ampliando as perspectivas para a recuperação do grupo.
O excedente de caixa também deve sustentar os compromissos firmados no plano. A Camera registrou faturamento bruto de R$ 511 milhões no ano passado e tem expectativa de alcançar R$ 750 milhões neste ano. A alta é amparada pelo cenário internacional favorável, com aumento do preço das commodities puxado pela elevação cambial, e pela ampliação da atividade industrial do grupo, que aumentou o volume de refino de óleo de soja.
As operações são parte prioritária da estratégia da Camera neste momento. Na apresentação do plano de recuperação, o grupo reforçou a estratégia de retomar o crescimento em áreas de originação e processamento de grãos, farelo, refino de óleo vegetal e biodiesel, inclusive no mercado externo. O plano de recuperação aprovado pelos credores ainda precisa ser homologado pela Justiça. Só a partir dessa etapa é iniciada a execução do acordo. Ainda que o prazo de pagamento dos passivos seja alongado, a empresa pode sair da condição de recuperanda, do ponto de vista da Justiça, em dois anos, caso cumpra integralmente as prerrogativas acordadas no decorrer desses 24 meses.
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