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JC Logística

- Publicada em 21 de Julho de 2016 às 21:24

O modismo do BID... a mais nova máquina trituradora de transportadoras

A crise econômica tem forçado os embarcadores a reavaliarem seus gastos com transportes e com a movimentação e armazenagem de materiais. E agora estão fazendo isso de uma forma mais organizada... ou pelo menos tentando fazer! BID é a palavra de moda na logística. BID vem do inglês e, traduzindo para o português prático, significa ofertar, fazer um lance, licitar.
A crise econômica tem forçado os embarcadores a reavaliarem seus gastos com transportes e com a movimentação e armazenagem de materiais. E agora estão fazendo isso de uma forma mais organizada... ou pelo menos tentando fazer! BID é a palavra de moda na logística. BID vem do inglês e, traduzindo para o português prático, significa ofertar, fazer um lance, licitar.
Bidar é o verbo em destaque. Está na boca de todo profissional de logística e compras. Bidar significa reduzir custos, pressionando uma transportadora (ou um operador logístico) contra a outra, quando deveria ser apenas parte de um processo estruturado de seleção de um parceiro logístico. BID já era algo familiar para os operadores logísticos, mas não para as transportadoras.
Até algum tempo atrás, as cotações de fretes fluíam de forma mais simples, muitas vezes respondidas no próprio e-mail. Agora, não. Envolve a participação em workshops, a leitura de longos editais, a atenção a detalhes cruciais (muitas vezes, fora da realidade) e respostas às cotações em prazo recorde!
E acredite: não termina aí! Algumas empresas instituíram ainda a interminável prática de rodadas (ou rounds) de negociação, onde, a cada sessão, um novo preço é perseguido. Têm até embarcadores que definem previamente o próprio preço do serviço a ser prestado pela transportadora. Ou seja, ou elas (as transportadoras) aceitam de antemão, ou caem fora! E o pior: tem transportadora que aceita!
Você acha que chegamos ao fundo do poço? Não, tem mais! Ainda exigem uma lista extensa de requerimentos e obrigações de mão única, em um verdadeiro jogo ganha-perde. Embarcadores "espertos" ganham, e as transportadoras que aceitaram, perdem! Isso é certo! E quando a crise acabar e o Brasil retornar à normalidade? Esses embarcadores conseguirão manter essas transportadoras submetidas a preços e condições operacionais humilhantes?
Se você, como embarcador, está disposto a jogar esse jogo, prepare-se adequadamente. Não transforme o BID em uma verdadeira "máquina assassina", trituradora de transportadoras bem intencionadas. Faça disso um processo estruturado, técnico e comercial, que valorize uma relação de médio a longo prazo, amparada em uma visão de melhoria contínua.
Lembre-se de que existem diversas outras formas de reduzir custos, de forma colaborativa! Isso demanda mais tempo e mais esforços, mas é muito mais consistente e duradouro. Reduzir custos através de técnicas "terroristas" apenas prejudicará a sua própria empresa, que correrá riscos desnecessários no atendimento de seus clientes, além de afastar bom prestadores de serviços.
Transportadoras que fazem contas costumam dizer NÃO a esses embarcadores imediatistas. E cada vez mais optam por não participar desses editais de concorrência. Ainda mais naqueles que os embarcadores são assessorados por consultorias oportunistas, que ganham sobre a redução de frete obtida.
Há mais de 15 anos, venho alertando que estamos destruindo uma importante "indústria" brasileira, que considero um pilar essencial para o desenvolvimento do nosso País. Excepcionais empresários do setor abandonaram recentemente a atividade de transportes e outros seguirão pelo mesmo caminho. Muitos ainda permanecem pelo amor e pela teimosia. Tomara que essa forma unilateral de Bidar seja apenas mais um daqueles modismos passageiros. E que passe logo!
Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda
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