O aporte da Qatar Airways na Latam dá tranquilidade e liquidez para a empresa em um momento desafiador para o setor aéreo brasileiro, resume a presidente da Latam no Brasil, Claudia Sender. Ela ressalta, no entanto, que o reforço financeiro não reduz a necessidade de a companhia seguir com seu plano para recuperar a rentabilidade das operações.
Por que a Latam fez essa operação com a Qatar Airways?
Claudia Sender - Foi um aporte importante para a Latam. Primeiro, pelo prêmio oferecido. E, segundo, porque acreditamos que é o momento de reforçar o caixa. Apesar de acreditarmos que o pior da crise já passou, toda a região ainda tem um desafio macroeconômico bastante interessante pela frente.
Esse dinheiro tem destinação?
Claudia - Não. Esse capital vem mesmo para reforçar caixa em momento de incerteza na região.
O Brasil ainda tem limite de capital estrangeiro para aéreas. Como isso foi equacionado?
Claudia - A Qatar entra no capital da Latam (que tem sede no Chile). A TAM S.A., que reúne as operações do Brasil, fica com sua estrutura societária inalterada.
A Latam precisa de mais capital, ou esse aporte é suficiente?
Claudia - Esse capital nos dá uma situação de liquidez no longo prazo, mas não diminui o tamanho do desafio que temos no Brasil de retomar a rentabilidade de operações. Ninguém empresta capital a fundo perdido. Tivemos prejuízo de R$ 1,2 bilhão no ano passado no Brasil, e este ano está caminhando para algo igual ou pior. Precisamos, sim, enfrentar o que torna a aviação brasileira menos competitiva para voltarmos a ter rentabilidade.