Renan Calheiros visita Dilma no Palácio da Alvorada

Apesar da reaproximação com o presidente interino Michel Temer (PMDB), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi ontem ao Palácio da Alvorada conversar com a presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Os dois trataram do cronograma da Comissão do Impeachment do Senado; Renan avisou à petista que a votação final será entre 20 e 26 de agosto.

"A conversa foi muito boa com a presidente Dilma. Ela continua muito bem, aguerrida. Triste, mas aguerrida. Ela perguntou sobre o calendário do processo, mas não externou expectativa (sobre o julgamento). Ela disse que está consciente do seu papel e acha que é fundamental cumprir o calendário para que tenhamos uma decisão", concluiu Renan.

O presidente do Senado afirmou que Dilma estava "muito bem e falando números sobre economia de memória". Renan disse que ela prometeu não criar empecilhos para o cumprimento do cronograma do processo de afastamento. Apesar dos elogios públicos a Dilma, Renan disse reservadamente a senadores que a alertou de que não há hoje chances de seu retorno ao Planalto.

Renan costuma se encontrar com Dilma com frequência, o que sempre gerou críticas do grupo de Temer. Nesta quarta-feira, porém, o Planalto não passou recibo. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), foi ao Senado para tratar da medida provisória que muda regras para aviação e disse considerar "normal" a ida de Renan ao Alvorada. "Nenhum problema. É absolutamente normal. Ela é presidente da República, embora afastada da função".

Segundo Renan, Dilma não mencionou a proposta de um plebiscito sobre novas eleições presidenciais.

Diferentemente de ocasiões anteriores, desta vez Renan tornou público o encontro, incluindo a reunião na sua agenda oficial. Das outras vezes, o presidente do Senado apenas contava haver se encontrado com a presidente após a reunião ter ocorrido.