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Partidos

- Publicada em 20 de Junho de 2016 às 21:41

Temer conduz 'governo de quadrilheiros', afirma Ciro Gomes

Ex-governador cearense palestrou no Diretório Acadêmico da Economia

Ex-governador cearense palestrou no Diretório Acadêmico da Economia


ANTONIO PAZ/JC
Antes de palestrar na Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), ontem à tarde, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) - possível candidato à presidência da República em 2018 - classificou a gestão do interino Michel Temer (PMDB) como um "governo de quadrilheiros", avaliou que é "muito pequena" a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff (PT) reaver o mandato e criticou a ex-senadora Marina Silva (Rede) por defender um plebiscito para consultar a população sobre novas eleições presidenciais.
Antes de palestrar na Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), ontem à tarde, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) - possível candidato à presidência da República em 2018 - classificou a gestão do interino Michel Temer (PMDB) como um "governo de quadrilheiros", avaliou que é "muito pequena" a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff (PT) reaver o mandato e criticou a ex-senadora Marina Silva (Rede) por defender um plebiscito para consultar a população sobre novas eleições presidenciais.
"A probabilidade de a Dilma voltar, hoje, é muito pequena. Estou lutando por isso. Estamos falando de cinco senadores botarem a mão na cabeça e separarem as suas honradas biografias dessa quadrilha de salteadores que, sob o comando do golpista e traidor Michel Temer, pretende usurpar o poder democrático do Brasil para criar um realinhamento internacional totalmente entreguista e revogar na prática a Constituição de 1988", analisou o ex-governador do Ceará.
Para o pedetista, o governo Temer atua para atender a três interesses principais: o primeiro seria terminar com a Operação Lava Jato, "como ficou claro nas gravações do senador Romero Jucá (PMDB)"; o segundo, permitir que o setor financeiro se aproprie do orçamento da União, colocando-o "no poço sem fundo da especulação"; e, por fim, entregar o pré-sal aos interesses estrangeiros. 
"O governo Temer é de quadrilheiros, chefiados por ele próprio, que está claramente citado nas delações por questões de suborno e propina. Ele (Temer) é testa de ferro de uma aliança entre Eduardo Cunha (PMDB), Romero Jucá e (o presidente do Senado) Renan Calheiros (PMDB), para assaltar os cofres públicos. A razão para o Temer estar no governo é atender àqueles três interesses", disparou.
Ciro Gomes se disse contrário a um plebiscito para consultar a população sobre a realização de eleições antecipadas. Para ele, "só deveríamos tolerar, na presidência da República, aquele ou aquela que tiver acesso pelo voto popular". 
"Chamo essa porção da população que defende o plebiscito de marinismo. A pessoa não se decide se vai apoiar o golpe ou a constituição e a legalidade, aí inventa essa coisa charmosa de chamar o povo", criticou o pedetista, que falou ainda das dificuldades em se aprovar o plebiscito - no Congresso Nacional.
O plebiscito só poderia ser proposto com um projeto de emenda à Constituição, que precisa ser aprovado por maioria qualificada (no mínimo, três quintos dos parlamentares), em duas votações na Câmara dos Deputados e duas no Senado. 
"(Para o plebiscito) Precisaríamos de um milagre de aprovar uma emenda à Constituição com mais de três quintos dos votos na Câmara, que é um ajuntamento de bandidos, ainda liderados pelo Eduardo Cunha, apesar de ele ter perdido força. Depois, teria que ser aprovado pelo mesmo placar no Senado, pela turma do Jucá e do Calheiros. E (se passasse) Temer poderia fazer uma postulação no Supremo Tribunal Federal (STF)", projetou.

Embora não descarte aliança com PT, pedetista diz que ex-presidente Lula tem 'moral frouxa'

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) visitou o prédio da Faculdade de Economia ontem acompanhado do pré-candidato à prefeitura de Porto Alegre Vieira da Cunha (PDT) e do presidente do PDT gaúcho, deputado federal Pompeo de Mattos. Nesta visita, Ciro Gomes não hesitou ao falar da sua candidatura em 2018. Tanto que avaliou quais seriam os aliados em potencial e criticou possíveis adversários, como a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para o pedetista, "o Brasil precisa de uma aliança de centro-esquerda", para resolver problemas como a alta taxa de juros, o custo impagável do transporte de mercadorias, além da dependência do capital estrangeiro, "que extrapolou o limite do saudável". "Um projeto de centro-esquerda busca conciliar os interesses de quem produz com os de quem trabalha, e eu quero explicitar isso num programa de governo (para a campanha de 2018), que estou começando a discutir agora com as universidades", projetou Ciro Gomes.
Quanto a possíveis aliados, não descartou uma possível aliança com o PT na próximas eleições presidenciais. "Se quiser servir ao meu País nessa intrincadíssima crise, precisarei de todo o apoio possível, inclusive do PT", afirmou. No entanto, descartou compor uma chapa com Lula, porque, por um lado, não pretende abrir mão da cabeça de chapa; e, por outro, reconheceu que "o Lula é muito maior que eu", portanto não seria viável ser vice na mesma candidatura.
Além disso, embora tenha sustentado que o ex-presidente não era corrupto, afirmou que ele tinha "moral frouxa". E explicou a diferença: "O corrupto toma propina, aliena negócios públicos em favor do seu próprio bolso. Já quem tem moral frouxa acha que, se ele não roubar, os outros podem roubar, e ele faz de conta que não viu".
Quanto a Marina, apesar de defender a idoneidade dela, disse que discorda da maioria de suas ideias. "O jornalismo juvenil acha que podemos governar um país como o Brasil com 'moralismo de goela' ou com simplificações grosseiras. A quem acredita nisso recomendo que vote na Marina", alfinetou o pedetista.