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governo interino

- Publicada em 16 de Junho de 2016 às 18:45

Alves pede demissão após ter sido citado em delação

Após ser citado no acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado como beneficiário de propina, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu demissão do cargo na tarde desta quinta-feira, informou a assessoria do Palácio do Planalto. O peemedebista é alvo de um inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga políticos suspeitos de envolvimento na Lava Jato.
Após ser citado no acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado como beneficiário de propina, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu demissão do cargo na tarde desta quinta-feira, informou a assessoria do Palácio do Planalto. O peemedebista é alvo de um inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga políticos suspeitos de envolvimento na Lava Jato.
Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente da Transpetro relatou ter repassado a Henrique Alves R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014.
Em pouco mais de um mês de governo Michel Temer (PMDB), esta é a terceira demissão de ministros em razão de envolvimento no esquema de corrupção que agia na Petrobras investigado pela Lava Jato. Antes de Alves, haviam sido demitidos os ministros Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência).
De acordo com Sérgio Machado, a propina foi paga ao ministro do Turismo da seguinte forma: R$ 500 mil em 2014, R$ 250 mil em 2012 e R$ 300 mil em 2008. Os valores foram repassados, segundo ele, pela Queiroz Galvão. Outros R$ 500 mil foram pagos em 2010 a Alves pela Galvão Engenharia, de acordo com a delação.
Os recursos eram entregues por meio de doações oficiais, mas eram provenientes, conforme o delator, de propina dos contratos da subsidiária da Petrobras. Sérgio Machado detalhou que Henrique Alves costumava procurá-lo com frequência em busca de recursos para campanha.
Por meio de nota, Henrique Alves afirmou que todas as doações para as campanhas dele foram oficiais, e as prestações de contas, aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
O peemedebista ressaltou ainda que, nas eleições de 2008 e 2012, como presidente de partido, os "eventuais pedidos de doações foram para as campanhas municipais, obedecendo a lei vigente, sempre com registro na Justiça Eleitoral". Por fim, o ministro disse que estava à disposição da Justiça, "confiante que as ilações envolvendo o seu nome serão prontamente esclarecidas".
Procurada, a Galvão Engenharia disse que não vai se pronunciar sobre as suspeitas.
 

Aliados admitem que saída é desgastante para governo

Líderes de partidos aliados ao governo interino de Michel Temer (PMDB) reconheceram que a saída de mais um ministro é desgastante, mas alegaram que a gestão do peemedebista demonstrou ser diferente da antecessora, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), que, na avaliação deles, "passava a mão na cabeça dos seus".
"É óbvio que não estamos vivendo dias normais. Em algum momento, o ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo) deve ter se sentido desconfortável em continuar à frente do ministério", comentou o líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino.
Já o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), afirmou que o governo Michel Temer tem deixado clara a sua diferença em relação ao governo Dilma Rousseff e que agora é a hora de buscar um substituto para Alves. "Esses percalços todos vão sendo superados, ninguém é insubstituível."
Para o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (DEM-GO), o pedido de demissão de Alves foi "oportuno". Para ele, Alves teve um gesto de grandeza para evitar "desvios de discussão".
Questionado se o presidente Temer, que também foi citado na delação, deveria pedir demissão, Caiado afirmou que são casos diferentes. "Os ministérios são cargos de confiança da presidência e, como tal, ninguém deve pressionar ou usar das ligações com o presidente para permanecer no cargo, como acontecia na gestão da presidente Dilma Rousseff", opinou.