Será retomada hoje, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, o julgamento das apelações de 30 réus investigados no âmbito da Operação Rodin, que apurou irregularidades na expedição de carteiras de habilitação no Detran gaúcho, entre os anos de 2003 e 2007. Na sessão, que foi interrompida em 29 de março por um pedido de vista do desembargador federal Sebastião Ogê Muniz, a desembargadora relatora da Operação Rodin, Cláudia Cristina Cristofani, havia lido seu voto para os réus no processo criminal, propondo, entre suas indicações, a extinção da pena de Lair Ferst, lobista considerado pivô da fraude no Detran.
Ferst é apontado como idealizador do esquema. Ele foi assessor da campanha de Yeda Crusius (PSDB) em 2006. A decisão de fazer delação premiada foi um dos motivos apontados pela relatora para a extinção da pena. Em 2010, Lair Ferst teria apresentado gravações de irregularidades no governo e campanha da política tucana.
As fraudes aconteciam em provas teóricas e práticas para a emissão da Carteira Nacional de Habilitação, com a contratação de empresas que manipulavam documentos, como a Pensant. Os réus foram indiciados por peculato, quadrilha ou bando, crimes da Lei de Licitações, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, supressão de documento, extorsão e concussão. Com a retomada, ainda devem votar dois magistrados da 7ª Turma, o próprio Ogê Muniz e Márcio Antônio Rocha.