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Saúde

- Publicada em 21 de Junho de 2016 às 22:01

Principais emergências da Capital restringem atendimento pelo SUS

Situação mais séria foi registrada no Clínicas, que estava com 165 pacientes para 41 leitos

Situação mais séria foi registrada no Clínicas, que estava com 165 pacientes para 41 leitos


MARCO QUINTANA/JC
As pessoas que precisaram buscar serviço de emergência em hospitais da Capital encontraram grandes dificuldades ontem. Os principais locais de atendimento operaram de forma restrita, com a entrada apenas de casos graves.
As pessoas que precisaram buscar serviço de emergência em hospitais da Capital encontraram grandes dificuldades ontem. Os principais locais de atendimento operaram de forma restrita, com a entrada apenas de casos graves.
A pior situação foi registrada na emergência de adultos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, uma das principais da cidade e que recebe muitas pessoas do Interior do Estado. O serviço, que estava sob restrição máxima de atendimentos devido à superlotação, apresentava 165 pacientes para 41 leitos. "Estão sendo usados, no limite máximo, todos os recursos materiais e humanos disponíveis, para atender a uma demanda que é mais de quatro vezes maior que a capacidade da emergência. Enquanto perdurar a situação, serão atendidos somente casos de risco extremo de morte", afirmou em nota o hospital.
O serviço no Hospital Conceição, localizado na zona Norte, também apresentava restrição, pois recebia 145 pacientes, quando sua capacidade é de 64 leitos. De acordo com a instituição, que é voltada para pacientes do SUS, a medida de restringir somente o atendimento para casos graves era necessária para garantir a qualidade dos cuidados prestados e a segurança dos pacientes, bem como preservar as condições de trabalho da equipe profissional.
Mesmo com a superlotação, a emergência do Conceição permanecia aberta, ao contrário do que aconteceu no Hospital São Lucas da Pucrs. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, às 16h, a emergência SUS adulto estava com 29 pacientes para 13 leitos e, por isso, o atendimento foi suspenso temporariamente para a reorganização do serviço. Posteriormente, deveria reabrir apenas para casos graves. O convênio estava com 11 pessoas para dez leitos, mas não foi restrito. A emergência pediátrica operava normalmente.
Quem procurou a Santa Casa de Misericórdia também encontrou restrição. Segundo o hospital, a situação não é novidade. O local atende somente casos graves há dois anos. Durante a tarde, eram 25 pacientes para 24 vagas do SUS. O convênio também apresentava restrição, com 27 pessoas para apenas 14 leitos. O atendimento das crianças estava normal.
O Jornal do Comércio entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para saber quais eram as opções disponíveis para a população que buscava as emergências restritas e não conseguia atendimento. A assessoria informou que só fala sobre os locais de responsabilidade do município, que são o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas e o Hospital de Pronto Socorro (HPS), que estavam com funcionamento dentro da normalidade.
 

Emergência do HPS está funcionando sem aquecimento

Alguns dos pacientes que estão internados no Hospital de Pronto Socorro (HPS), na avenida Osvaldo Aranha, na Capital, não estão recebendo aquecimento. Embora afirme não ter recebido reclamações, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) admitiu que alguns aparelhos de ar-condicionado estão oferecendo apenas ar frio. Segundo a pasta, por enquanto, estão sendo utilizados aquecedores.
A vice-presidente da Associação dos Servidores do Hospital de Pronto Socorro, Isabel Sant'Ana, negou o uso dos aquecedores. "Toda a emergência está sem ar quente. Estamos deixando tudo desligado, o que não é saudável, pois ficamos sem ventilação em um espaço fechado", relatou. Isabel explicou que o protocolo de atendimento exige que a roupa de pacientes acidentados seja removida para uma melhor avaliação dos danos. "Os que chegam conscientes reclamam do frio, então tentamos ser ágeis e usamos cobertores para aquecê-los."
A vice-presidente conta que se reuniu com o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, para apresentar o problema. Ele garantiu que novos condicionadores de ar seriam adquiridos o mais rápido possível, mas não estabeleceu prazos.
"Nosso Estado sempre tem um inverno rigoroso, como que não tem ar quente no planejamento?", questionou a técnica de enfermagem, que trabalha no HPS há 22 anos. Isabel também relatou que, na UTI, não há água quente.
O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) disse que não recebeu denúncias sobre o problema. A SMS não soube precisar quantos climatizadores estão apresentando o defeito.
De acordo com a pasta, o sistema está sendo adaptado devido às constantes reformas pelas quais o hospital tem passado. A previsão é de que as obras sejam concluídas entre o final deste ano e o começo de 2018.