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Saúde

- Publicada em 13 de Junho de 2016 às 22:25

Avanços tecnológicos qualificam vida de pacientes transplantados

Marilene foi a primeira gaúcha a passar por transplante de fígado

Marilene foi a primeira gaúcha a passar por transplante de fígado


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Amanhã, fará 25 anos que foi realizada a primeira cirurgia de transplante de fígado do Rio Grande do Sul. De lá para cá, avanços tecnológicos têm qualificado a vida dos pacientes antes e depois das operações. "Tanto em relação ao diagnóstico das doenças quanto ao suporte, tanto no transoperatório quanto na avaliação dos pacientes no pós-operatório, tivemos impacto na melhora da sobrevida, num menor tempo cirúrgico e, especialmente, na agilidade na lista de espera", destaca a médica Maria Lúcia Zanotelli, integrante da equipe cirúrgica de transplantes hepáticos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Amanhã, fará 25 anos que foi realizada a primeira cirurgia de transplante de fígado do Rio Grande do Sul. De lá para cá, avanços tecnológicos têm qualificado a vida dos pacientes antes e depois das operações. "Tanto em relação ao diagnóstico das doenças quanto ao suporte, tanto no transoperatório quanto na avaliação dos pacientes no pós-operatório, tivemos impacto na melhora da sobrevida, num menor tempo cirúrgico e, especialmente, na agilidade na lista de espera", destaca a médica Maria Lúcia Zanotelli, integrante da equipe cirúrgica de transplantes hepáticos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Realizadora de 60% dos transplantes de fígado do Estado e de 8% dos procedimentos do Brasil, a Santa Casa foi cenário da primeira operação desse tipo no Rio Grande do Sul, em Marilene da Rosa, de 49 anos, na época com 25. "Termos a Marilene conosco hoje em dia é um alento. Quando nos perguntam quanto tempo vive um transplantado de fígado, eu digo: o tempo que a equipe também vive, que espero que seja além dos 60, 70, 80 anos", comenta a médica, bem-humorada.
Moradora de Portão, Marilene, atualmente, é casada e tem um filho, de 22 anos. "Ele briga comigo quando eu não me cuido", ressalta. Apesar de já ter sido transplantada, a dona de casa precisa tomar medicamentos permanentes. Para isso, conta com seus 1.239 irmãos - os outros transplantados. "Somos uma família. Quando falta remédio, ligamos, mandamos mensagem e pedimos apoio", conta.
No momento transoperatório, houve avanços na solução de preservação, com uso de máquinas poupadoras de sangue e mensurações através de aparelhos de ventilação mecânica, entre outros progressos em termos de manutenção hemodinâmica. "Tudo isso resulta num tempo cirúrgico muito menor e num resultado melhor", observa Maria Lúcia. A instituição realizou 1.240 transplantes de fígado até hoje, cerca de 50 por ano. A redução de 118 leitos de internação no ano passado não impactou no serviço de transplante.
A rejeição do fígado pelo corpo é considerada pequena. Hoje, configura menos de 15% dos casos, que são tratados com medicações endovenosas ou via oral. "Esse é um problema praticamente superado. Nossa maior dificuldade tem sido com a condição com que o paciente chega, muitas vezes com infecção e desnutrição, e também com os resultados relacionados à recidiva das doenças que indicaram o transplante", relata a médica. Mesmo assim, a mortalidade durante esse período tem caído nos últimos tempos.
Os transplantados são pessoas que possuem doenças crônicas e se vinculam aos hospitais muito antes da realização da operação. Quando estão na fila de espera para o transplante, já frequentam as instituições. No Rio Grande do Sul, há uma média de 160 a 200 pacientes aguardando por um fígado. Desses, 20% são de pessoas de fora do Rio Grande do Sul. Quase 30% dos 1.240 já feitos nesses 25% foram em pacientes de outros estados.

Secretário Gabbardo diz que transplantes mostram outro lado do SUS

Para o secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, os transplantes mostram outro lado do Sistema Único de Saúde (SUS). "Esse é o SUS que dá certo, que apresenta um serviço que os planos privados praticamente não oferecem. É uma área que atende toda a população, mesmo aqueles que têm maior poder aquisitivo", observa. Após transplantado, o paciente continua dependendo do SUS para aquisição de medicamentos e realização de exames semestrais e anuais.
Gabbardo salienta a necessidade de conscientização para a doação de órgãos. "É importante que as famílias, mesmo nesse momento de muita dificuldade, quando um familiar tem diagnóstico de dano cerebral irreversível, autorize a doação dos órgãos. Aquela vida que está indo pode ser mantida em várias pessoas a partir da doação", afirma. Até oito órgãos podem ser doados em um organismo saudável. O secretário de Saúde assegura que ele próprio doará seus órgãos.