Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 12 de Junho de 2016 às 21:51

Apenas quatro quiosques seguem abertos nos arredores do Guaíba

José Carlos Pereira da Silva diz que em alguns dias o faturamento não chega a R$ 10,00

José Carlos Pereira da Silva diz que em alguns dias o faturamento não chega a R$ 10,00


ANTONIO PAZ/JC
Jessica Gustafson
Sempre que se inicia uma mudança em algum ponto da cidade, a promessa dos gestores é de que os problemas gerados durante a construção são válidos em relação à qualificação prometida para o futuro. O que muitas vezes nos esquecemos de questionar é para quem essa qualificação é destinada. Esse é o caso da revitalização da orla do Guaíba, que está em andamento desde outubro do ano passado, com previsão de ser concluída no início de 2017. Quem costumava frequentar o local, antes dele ser coberto por tapumes, deve se lembrar dos tradicionais quiosques laranjas que vendiam comidas e bebidas. Os mais atentos podem, então, se perguntar: para onde foram os 22 permissionários que há mais de 20 anos enfrentavam diariamente o vento frio que vem do rio? Caminhando um pouco é possível encontrar a resposta: eles estão hoje em um ponto distante dali, nas proximidades do anfiteatro Pôr do Sol.
Sempre que se inicia uma mudança em algum ponto da cidade, a promessa dos gestores é de que os problemas gerados durante a construção são válidos em relação à qualificação prometida para o futuro. O que muitas vezes nos esquecemos de questionar é para quem essa qualificação é destinada. Esse é o caso da revitalização da orla do Guaíba, que está em andamento desde outubro do ano passado, com previsão de ser concluída no início de 2017. Quem costumava frequentar o local, antes dele ser coberto por tapumes, deve se lembrar dos tradicionais quiosques laranjas que vendiam comidas e bebidas. Os mais atentos podem, então, se perguntar: para onde foram os 22 permissionários que há mais de 20 anos enfrentavam diariamente o vento frio que vem do rio? Caminhando um pouco é possível encontrar a resposta: eles estão hoje em um ponto distante dali, nas proximidades do anfiteatro Pôr do Sol.
A única semelhança da vida antes é a presença do vento frio. A principal diferença é que apenas quatro seguem abertos todos os dias. A maioria procurou outra forma de sustento ou aguardam, sem garantia de nada, o retorno para a área nobre e qualificada, nas proximidades da Usina do Gasômetro. Logo no início do anuncio de contratação do consórcio responsável pelas obras, os permissionários cobraram da prefeitura informações sobre o que seria deles após a revitalização. A única garantia dada é que seriam levados para outro lugar durante o andamento da intervenção. Uma das hipóteses era a de que ocupariam uma área do Parque Marinha. Posteriormente, a realocação para as proximidades do anfiteatro ficou definida.
José Carlos Pereira da Silva, de 61 anos, sendo 22 deles como permissionário dos quiosques, diz que tem medo de não voltar para o antigo local. "Éramos felizes e não sabíamos. Lá não parávamos um minuto. Aqui o movimento é morto. Tem dias que não tiro nem R$ 10,00", lamenta. De acordo com ele, a prefeitura não deu até o momento nenhuma garantia de retorno, com a ocupação dos novos bares que serão abertos na estrutura. "Sabemos que o Bar Quase Meia Noite será para a elite. Os bares ali serão todos classe A. O que temos para fazer é esperar. Só posso garantir que se nos derem uma pecinha, nós fazemos dinheiro", ressalta o comerciante.
Bem próximo do quiosque de Silva, está o da Luana de Lima Vieira de 30 anos, que perdeu cerca de 80% do seu movimento com a mudança. Ela define a situação atual como "péssima", pois são poucas as pessoas que conhecem a nova localização dos bares. "Quando começaram a negociar com a gente, disseram que voltaríamos. Depois que nos mudaram de lugar, não falaram mais nada. A única coisa que colocaram aqui foi água. Temos que pagar geradores para ter luz e mais R$ 400,00 para alugar banheiros", explica. De acordo com Luana, os que continuam ali só fazem isso por ainda ter esperança de conseguir um ponto na orla revitalizada.
A indefinição também segue por parte do município. O secretário adjunto da Governança Local, Carlos Siegle de Souza, diz que a prefeitura ainda está estudando de que forma os permissionários serão "aproveitados". "No formato antigo não é possível por conta do projeto existente. A situação não é muito simples, porque a definição de ocupação de estruturas públicas é por licitação. Então, fica difícil garantir que serão eles", completou.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO