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Educação

- Publicada em 06 de Junho de 2016 às 21:57

Secretaria de Educação dá ultimato para estudantes desocuparem escolas

Durante a manifestação, alunos queimaram boneco em frente ao Palácio Piratini

Durante a manifestação, alunos queimaram boneco em frente ao Palácio Piratini


JONATHAN HECKLER/JC
Centenas de estudantes das escolas estaduais ocupadas se reuniram na tarde de ontem na Esquina Democrática e seguiram em caminhada pelas ruas do Centro da Capital até chegar à Secretaria Estadual da Educação (Seduc). Lá, os representantes pretendiam entregar documentos contendo reivindicações. Entretanto, eles foram impedidos de entrar no prédio.
Centenas de estudantes das escolas estaduais ocupadas se reuniram na tarde de ontem na Esquina Democrática e seguiram em caminhada pelas ruas do Centro da Capital até chegar à Secretaria Estadual da Educação (Seduc). Lá, os representantes pretendiam entregar documentos contendo reivindicações. Entretanto, eles foram impedidos de entrar no prédio.
Atualmente, são 180 escolas ocupadas no Estado, algumas há quase um mês. Durante o ato, uma reunião era realizada na Seduc para definir as ações do governo do Estado sobre o tema. O novo secretário estadual da Educação, Luís Antônio Alcoba de Freitas, empossado horas antes em substituição a Vieira da Cunha, elaborou uma carta com propostas que será entregue hoje aos estudantes e entidades estudantis, dando prazo de 48 horas para que as ocupações terminem. Ele se comprometeu, no documento, a depositar R$ 40 milhões na conta das escolas que precisam realizar reparos urgentes e a sanar com brevidade as pontuais ausências de professores.
Gritando frases como "ocupar e resistir" e "a nossa luta unificou/é estudante, funcionário e professor", os estudantes garantiram que só desocuparão as instituições de ensino quando as reivindicações gerais e as específicas de cada escola forem atendidas. Professores acompanharam os alunos durante toda a caminhada, que teve uma parada em frente ao Palácio Piratini. No local, eles queimaram um boneco que aludia ao governador José Ivo Sartori.
O estudante Theo Pagot, do colégio Padre Reus, disse que o governo está ignorando as reivindicações das ocupações. "A nossa intenção é que cada escola consiga entregar um documento contendo as suas próprias reivindicações. Cada uma tem a sua demanda", afirmou. Entre as pautas comuns, os alunos criticam o Projeto de Lei (PL) nº 44/16 do governo estadual, entendido como uma forma de privatização das escolas, e o PL 190/15, que trata de coibir a "doutrinação" dentro de sala de aula. Os jovens também denunciam o sucateamento das instituições de ensino, afirmando que praticamente todas as escolas têm problemas de infiltração, na rede elétrica e salas de aula depredadas.
De acordo com a assessoria da Seduc, o secretário chegou a tentar conversar com os estudantes, mas foi insultado e decidiu não recebê-los.

Cpers/Sindicato emite nota em repúdio a declarações do governador José Ivo Sartori

O Cpers/Sindicato emitiu uma nota em repúdio às declarações do governador José Ivo Sartori durante a posse do secretário de Educação, Luiz Antônio Alcoba de Freitas. Para os professores, ele demonstrou o seu total desconhecimento do que está acontecendo no Estado em relação à educação e também seu total desrespeito aos estudantes ao não atribuir a eles capacidade de ter visão crítica e posicionamento claro em relação às condições da rede.
"O governo Sartori não é o primeiro que passa por uma greve, mas com certeza é o primeiro que demonstra tamanho despreparo de governar e gerir conflitos", diz a nota.
O texto ressalta ainda que os educadores ganham 30% do que deveriam receber do piso salarial nacional, que os alunos convivem com goteiras, falta de luz e choques elétricos dentro das escolas, devido à falta de manutenção das instituições, e que falta merenda por causa do repasse das verbas. "O governo fala da preocupação com os alunos que estão perdendo aula por causa da greve dos educadores. Qual a resposta do governo para a comunidade escolar sobre a falta de professores em muitas escolas do Estado, desde março, e que até hoje não chegaram nas instituições?", questiona o sindicato.