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Conjuntura

- Publicada em 27 de Junho de 2016 às 18:54

Ipea vê indícios de recuperação econômica

Estudo diz que indústrias voltadas ao exterior estão reagindo primeiro

Estudo diz que indústrias voltadas ao exterior estão reagindo primeiro


RODRIGO LEAL/APPA/DIVULGAÇÃO/JC
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo referente à situação econômica do País. O documento, no qual já aparece o nome do novo presidente do instituto, Ernesto Lozardo, sinaliza que a recuperação da economia brasileira estaria mais próxima. Os "primeiros sinais deste possível início de recuperação cíclica", de acordo com o Ipea, se concentram, a princípio, na indústria, sobretudo nas empresas com atuação no mercado externo.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo referente à situação econômica do País. O documento, no qual já aparece o nome do novo presidente do instituto, Ernesto Lozardo, sinaliza que a recuperação da economia brasileira estaria mais próxima. Os "primeiros sinais deste possível início de recuperação cíclica", de acordo com o Ipea, se concentram, a princípio, na indústria, sobretudo nas empresas com atuação no mercado externo.
"Não obstante o quadro geral relativo à atividade econômica continuar sendo caracterizado pelo ciclo recessivo iniciado no segundo trimestre de 2014, já há indícios de que o início da recuperação pode estar mais próximo", aponta a Carta de Conjuntura referente ao mês de julho, publicada nesta segunda-feira. "Se, por um lado, o elevado grau de disseminação e intensidade da queda da atividade econômica lhe confere um caráter resiliente, por outro, o desempenho recente de alguns indicadores sugere que a crise começa a perder fôlego", complementa o material.
O Ipea destaca que setores industriais voltados ao comércio exterior são os primeiros beneficiados com o que o instituto classificou como "ajuste proveniente do setor externo". A retração da demanda doméstica, por outro lado, "segue provocando um forte ajuste de estoques". O atual nível dos estoques representaria uma "fonte de estímulo" para a retomada da produção doméstica.
O aparente otimismo, contudo, é acompanhado de uma análise do atual momento da indústria, o setor que mais sentiu a crise econômica, e todos os desafios ainda a serem superados. "A análise dos dados divulgados na Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) do IBGE permite identificar indícios de que a longa trajetória de queda da produção industrial pode estar se aproximando de um ponto de inflexão", aponta o Ipea. "O caminho de recuperação, no entanto, aparentemente será longo", destaca o documento, em outro trecho.
Ao analisar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no início do ano e destacar o fraco desempenho da economia nos últimos trimestres, o Ipea estima que o carry-over para 2016 ficou em -2,6%. "Ou seja, caso permaneça estagnado durante os próximos três trimestres, na série com ajuste sazonal, o PIB de 2016 terá sido 2,6% menor que o do ano passado", pondera o material, elaborado após a divulgação da queda de 5,4% do PIB referente ao primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A desaceleração no ritmo de queda do PIB, cogitada pelo Ipea, teria como pano de fundo o atual patamar da economia brasileira. Desde o início da "atual recessão", período não detalhado pelo instituto, o PIB já acumula queda de 7,1%. Além disso, a queda acumulada em quatro meses até o mês de março ficou em 4,7%, novo recorde negativo da série histórica iniciada em 1996.
Os níveis de confiança dos empresários vêm registrando altas nos últimos meses, "embora ainda se mantenham em patamares muito próximos dos mínimos históricos", relembra a Carta da Conjuntura. A indústria, frisa o documento, apresentou queda em oito dos últimos 10 trimestres. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuou no início de 2016 pelo 10º trimestre consecutivo.

Balança comercial tem superávit de US$ 1,1 bi na 4ª semana de junho

Estudo diz que indústrias voltadas ao exterior estão reagindo primeiro

Estudo diz que indústrias voltadas ao exterior estão reagindo primeiro


RODRIGO LEAL/APPA/DIVULGAÇÃO/JC
A balança comercial registrou superávit de US$ 1,1 bilhão na quarta semana de junho, informou o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O saldo positivo é resultado de exportações no valor de US$ 4,009 bilhões e de importações no total de US$ 2,909 bilhões entre os dias 20 e 26 de junho.
Com o resultado, a balança comercial acumula superávit de US$ 3,448 bilhões no mês de junho, até a quarta semana. O desempenho decorre de exportações no valor de US$ 13,867 bilhões e de importações que totalizam US$ 10,418 bilhões.
No ano, a balança comercial registra saldo positivo de US$ 23,110 bilhões. O superávit é resultado de US$ 87,360 bilhões em exportações e de US$ 64,250 bilhões em importações.
Do lado das exportações, houve recuo de 21,5% no segmento de manufaturados por conta de óleos combustíveis, autopeças, óxidos e hidróxidos de alumínio, motores para automóveis, aviões e automóveis de passageiros, entre outros. Também foi vista uma queda de 18,7% dos produtos básicos, com destaque para petróleo em bruto, café em grãos, soja em grãos, minério de cobre, farelo de soja, fumo em folhas e minério de ferro.
As vendas externas de semimanufaturados, no entanto, registram alta de 1,6% no mesmo período de comparação, com açúcar em bruto, ouro em forma semimanufaturada e madeira em estilhas. Na comparação com maio deste ano, houve queda de 7,9% das exportações, também com a mesma composição: queda em manufaturados (-12,9%) e básicos (-6,6%) e alta de 0,3% dos semimanufaturados.
Nas importações, houve retração dos gastos, principalmente, com siderúrgicos (-51,7%), combustíveis e lubrificantes (-45,0%), veículos automóveis e partes (-40,2%), instrumentos de ótica e precisão (-22,3%), plásticos e obras (-20,8%) e farmacêuticos (-16,6%). De acordo com o ministério, quando comparadas com maio, as compras do exterior tiveram aumento de 9,2%, com destaque para crescimento em equipamentos mecânicos (52,4%), adubos e fertilizantes (27,6%), combustíveis e lubrificantes (12,1%), farmacêuticos (8,1%) e químicos orgânicos e inorgânicos (2,8%).

Participação da economia informal volta a crescer no PIB

Impulsionada pela crise, a participação da economia informal no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro voltou a crescer em 2015, depois de 11 anos de quedas consecutivas. No ano passado, a fatia da economia subterrânea em toda a riqueza gerada no País foi 16,2%, aponta o Índice de Economia Subterrânea (IES), apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). Em número absolutos, R$ 956,8 bilhões de riqueza foram gerados na informalidade no ano passado.
Em 2003, quando o indicador começou a ser apurado, a economia subterrânea respondia por 21% do PIB. De lá para cá, o IES caiu ano a ano e atingiu 16,1% em 2014. No ano passado, por causa da crise, houve uma reversão da queda: a economia subterrânea teve um ligeiro crescimento e avançou 0,1 ponto percentual na comparação com 2014. De acordo com a FGV, a economia subterrânea inclui a produção de bens e serviços não declarada ao governo para sonegar impostos e contribuições, a fim de reduzir custos.
"O vigor da crise atingiu toda a economia, inclusive a economia subterrânea, que registrou crescimento", observa Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Ibre/FGV e responsável pelo indicador.
O economista diz que esperava uma alta maior do indicador, que, segundo ele, foi atenuada por uma certa resistência no mercado de trabalho. O índice de economia subterrânea é calculado a partir de dois grupos de indicadores. Um deles é demanda da população por dinheiro vivo, que normalmente cresce quando a informalidade aumenta, uma vez que essa é uma forma de burlar o Fisco. O outro grupo é o indicador do trabalho informal.
Barbosa Filho explica que a demanda por dinheiro vivo cresceu de 2014 para 2015, mas a informalidade do trabalho ficou praticamente estabilizada. "Como demorou para o mercado de trabalho piorar, o aumento da participação da economia informal no PIB foi de apenas 0,1 ponto percentual", afirma o economista.
Para este ano, ele espera um avanço maior da parcela da economia informal no PIB brasileiro. De toda forma, passada a crise, Barbosa Filho acredita que a fatia da economia subterrânea no PIB deve voltar a cair, porque, na sua avaliação, as instituições para reduzir o tamanho da economia subterrânea continuaram funcionando.