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Turismo

- Publicada em 12 de Junho de 2016 às 21:58

Crise altera perfil da demanda por intercâmbios

Em agosto, Braga e Luana viajam para Sidney, onde ficarão seis meses

Em agosto, Braga e Luana viajam para Sidney, onde ficarão seis meses


ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Ainda que o segmento de intercâmbio não tenha sentido forte queda nas vendas em decorrência da crise econômica (a exemplo do turismo de lazer), desde o ano passado, as agências especializadas têm percebido alteração na demanda. As mudanças estão relacionadas tanto ao perfil dos produtos quanto a valores, períodos e destinos. O câmbio impactou diretamente na procura por cursos nos Estados Unidos, por exemplo, que teve queda em torno de 10% do primeiro para o segundo semestre de 2015. Desde janeiro de 2016, a procura por intercâmbio nos EUA e na Inglaterra caiu ainda mais, em torno de 30%, compara a supervisora da Região Sul da CI - Intercâmbios, Ana Flora Bestetti.
Ainda que o segmento de intercâmbio não tenha sentido forte queda nas vendas em decorrência da crise econômica (a exemplo do turismo de lazer), desde o ano passado, as agências especializadas têm percebido alteração na demanda. As mudanças estão relacionadas tanto ao perfil dos produtos quanto a valores, períodos e destinos. O câmbio impactou diretamente na procura por cursos nos Estados Unidos, por exemplo, que teve queda em torno de 10% do primeiro para o segundo semestre de 2015. Desde janeiro de 2016, a procura por intercâmbio nos EUA e na Inglaterra caiu ainda mais, em torno de 30%, compara a supervisora da Região Sul da CI - Intercâmbios, Ana Flora Bestetti.
Em vista da cotação do dólar norte-americano ser mais alta que a das moedas do Canadá e da Austrália, os EUA perderam intercambistas para os dois países, concorda a supervisora comercial da World Study, Mônica Brisolara. "A demanda por cursos de inglês no Canadá subiu na mesma proporção que caiu a busca pelos Estados Unidos", compara. O fato já preocupa as escolas norte-americanas, que criaram promoções para estudantes brasileiros. "O mix de nacionalidades é importante para o setor de ensino do idioma para estrangeiros nos EUA - então, quando há um decréscimo de matrículas, se encontra um jeito de resgatar estas vendas", explica Mônica.
Também há quem opte por destinos onde é possível economizar durante a estadia, aproveitando para trabalhar em turno oposto ao do curso de idioma. Isso é possível em países como Austrália, Irlanda e Nova Zelândia. Este atrativo foi decisivo para os estudantes de Engenharia Civil, Luana Brubacher e Vitor Braga. Os dois são namorados e vão para a Austrália em agosto para estudar inglês fora do País pela primeira vez.
"Desde setembro de 2015, vinha pensando na ideia, e me decidi em março deste ano", conta Luana. Ela havia cogitado os EUA, mas achou caro. "Quando comecei a pesquisar, descobri que na Austrália se pode estudar e trabalhar, o que facilita muito, pois é possível embarcar levando menos dinheiro", explica a estudante. "Mesmo com a alta do dólar, lugares como a Austrália e a Nova Zelândia possuem uma qualidade de vida menos cara que outros países, como Estados Unidos e Londres, por exemplo", concorda a supervisora da Região Sul da CI. Além disso, os viajantes estão fazendo outras mudanças na hora de adquirir o produto. "Aqueles que não optam pela fórmula de estudo e trabalho estão diminuindo o tempo de estadia", afirma. Luana e Braga irão permanecer seis meses em Sidney, locando um quarto em apartamento a ser dividido com outros intercambistas. No total, irão gastar, cada um, R$ 20 mil em despesas com o curso, as passagens e o visto.
"Estamos levando dólares suficientes para pagar hospedagem e alimentação por um mês. Se fôssemos para os Estados Unidos, teríamos que levar dinheiro para o semestre inteiro", comenta Luana. "Agora, é chegar lá e procurar emprego", planeja a estudante. Ela está esperançosa, em vista de que, devido à alta rotatividade de intercambistas naquele país, sempre há vagas para estrangeiros em restaurantes e lanchonetes, por exemplo.
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Novos destinos atraem interesse dos viajantes

Ao decidir retomar os estudos de inglês, a psicóloga Gláucia Braga, de 56 anos, havia eleito o Canadá para realizar um intercâmbio. Mas, apesar de o destino estar mais em conta, ela considerou que a soma de custos "não caberia no bolso". "Pesquisando melhor, descobri que a Ilha de Malta, além de ter uma temperatura mais amena, é muito mais barata, e há um programa mais adequado para pessoas com mais de 30 anos." Gláucia embarca em fevereiro para passar um mês no destino e, além do curso, irá participar de passeios programados pela própria escola.
Segundo o coordenador regional da Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta), Rodrigo Collaro, a escolha por destinos mais baratos, como Austrália, Irlanda e Nova Zelândia, é uma tendência. "Além de ser possível trabalhar, o que ajuda nas despesas, a cotação do dólar e os preços dos programas são mais baratos que os Estados Unidos", reforça. Na World Study, um pacote para curso de inglês de três meses em solo norte-americano custa US$ 3.380, enquanto que, na Austrália, um produto semelhante custa 3.878 dólares australianos, o que, em reais, sai mais em conta.
"Mesmo com a crise, há muitos jovens entre 15 e 28 anos que estão comprando cursos e colocando o pé na estrada", garante a supervisora da Região Sul da CI, Ana Flora Bestetti.