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Conjuntura

- Publicada em 08 de Junho de 2016 às 21:50

Crise é a mais intensa da história, diz Meirelles

Henrique Meirelles falou para empresários durante encontro no Palácio do Planalto

Henrique Meirelles falou para empresários durante encontro no Palácio do Planalto


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem que o Brasil enfrenta a crise mais intensa de sua história e que não será uma surpresa se o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano for o maior desde que começou a contabilidade nacional no País. Em discurso durante evento no Palácio do Planalto, porém, Meirelles disse que o governo interino está tomando "medidas concretas", avaliando as razões da crise para solucioná-la.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem que o Brasil enfrenta a crise mais intensa de sua história e que não será uma surpresa se o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano for o maior desde que começou a contabilidade nacional no País. Em discurso durante evento no Palácio do Planalto, porém, Meirelles disse que o governo interino está tomando "medidas concretas", avaliando as razões da crise para solucioná-la.
"Estamos vivendo a crise mais intensa da história do Brasil. Vamos aguardar, mas não será surpresa se a contração deste ano for a mais intensa desde que o PIB começou a ser medido no início do século 20, até maior do que nos anos 1930. É uma crise que gerou 11 milhões de desempregados. Então, nós temos que reverter esse processo", afirmou Meirelles.
O ministro destacou que o governo vem trabalhando para realizar um diagnóstico correto e preciso da situação da economia e do que levou o País a esta situação. Isso porque, segundo ele, diagnósticos equivocados no passado "levaram a erros e causaram consequências graves à economia".
"Os senhores ouvem hoje um novo discurso, um novo tom, uma nova direção. Direção que pretende de fato alterar o curso da economia brasileira, visando de fato a ter crescimento, mais oportunidade, maior renda. São intenções declaradas por todos os governos, mas este governo está tomando medidas concretas, avaliando as razões para a crise e para proporcionar um crescimento sustentável para o Brasil nas próximas décadas", disse Meirelles.
O ministro da Fazenda afirmou também que o governo está trabalhando em um "elenco muito forte de medidas" para a retomada do crescimento. "Não tenho a menor dúvida de que, no momento em que tudo isso seja aprovado pelo Congresso, chegaremos, nos próximos trimestres, a retomar crescimento de forma que pode surpreender", disse. "É possível que tenhamos retomada mais forte", acrescentou o ministro.
Em evento com cerca de 200 empresários e a presença do presidente interino Michel Temer (PMDB), Meirelles voltou a destacar a necessidade de reequilibrar as contas públicas e destacou erros que, segundo ele, foram praticados nas gestões passadas. "De 1997 até 2015, as despesas públicas totais do Brasil cresceram mais de 5,8% ao ano acima da inflação. Isso foi sustentado pelo aumento da tributação", disse o ministro. Segundo ele, a desaceleração da economia tornou a trajetória de crescimento dos gastos insustentável. "Houve aceleração das despesas, enquanto houve queda do processo de crescimento", disse. "É fundamental que se restaure a saúde das finanças públicas", defendeu.
O ministro disse ainda que o estabelecimento de um teto para os gastos, com crescimento limitado à inflação daquele ano, como proposto pelo governo, já contribui para melhorar a confiança, não só de empresários, mas também de consumidores. Meirelles afirmou que as famílias estavam dentro de suas casas com medo de perder o emprego. "Este processo começa a ser revertido quando o governo sinaliza que controla suas contas", disse.
Além das medidas estruturais, o titular do Ministério da Fazenda afirmou que é preciso ter uma boa administração nas empresas públicas e nos serviços prestados pelo governo. Por isso, classificou como "fundamental" o projeto que prevê melhorias na governança de estatais e de fundos de pensão. "É um elenco muito forte de medidas, estamos num processo constante", afirmou o ministro. "Gosto de seguir a máxima: prometer menos, entregar mais."

Não adianta elevar impostos, diz Skaf em evento com Temer e ministros

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, abriu os discursos em encontro no Palácio do Planalto de um grupo com cerca de 200 empresários e líderes de entidades empresariais com o presidente interino Michel Temer, pedindo que o governo não aumente impostos.
A fala foi direcionada diretamente ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, presente no evento. "Se o governo precisa de arrecadação, ministro Meirelles, a solução é o crescimento", disse o presidente da entidade.
Ele afirmou que o governo deve fazer como "as empresas e as donas de casa" que encontram soluções para reduzir suas despesas quando é necessário. "A carga tributária é muito grande. Não adianta pensar em aumentar impostos. É necessário que os impostos não sejam aumentados", reiterou Skaf, aplaudido pelos presentes.
Meirelles vem dizendo que a prioridade do governo é reduzir gastos e fazer reformas estruturais, mas não descarta a criação de impostos. Skaf usou recursos da Fiesp para fazer uma campanha contra o aumento de impostos propostos pela presidente afastada Dilma Rousseff.
O presidente da Fiesp dirigiu-se ao presidente para dizer que não veio fazer "pedidos" e que os empresários estão dispostos a trabalhar "sábados, domingos e feriados" para que o País volte a crescer.
Mas ele fez cinco pedidos ao governo para que o país possa voltar a crescer: não aumentar de impostos, aumento do crédito, redução de juros, concessões de infraestrutura e crédito para exportação.
Skaf também afirmou que é necessário que a crise política caminhe por "trilhos" diferentes da economia para que os problemas da política não atrapalhem o crescimento do País.
"Espero que a crise política fique de um lado e a economia caminhe de outro", disse Skaf.