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Conjuntura

- Publicada em 07 de Junho de 2016 às 19:52

Senado aprova Goldfajn para a presidência do BC

 Brasília - Indicado para a presidência do Banco Central, o economista Ilan Goldfajn é sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (Foto Marcelo Camargo Agência Brasil)

Brasília - Indicado para a presidência do Banco Central, o economista Ilan Goldfajn é sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (Foto Marcelo Camargo Agência Brasil)


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
O Plenário do Senado Federal aprovou ontem, por 56 votos a favor e 13 votos contrários, a indicação do economista Ilan Goldfajn para assumir a presidência do Banco Central (BC). Houve uma abstenção. Goldfajn ainda precisa ser nomeado para o cargo pelo presidente interino Michel Temer para assumir a função. O economista não deve participar, no entanto, da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) que termina hoje. Mais cedo, a CAE (Comissão de Assunto Econômicos do Senado) aprovou a indicação por 19 votos a favor e 8 contrários.
O Plenário do Senado Federal aprovou ontem, por 56 votos a favor e 13 votos contrários, a indicação do economista Ilan Goldfajn para assumir a presidência do Banco Central (BC). Houve uma abstenção. Goldfajn ainda precisa ser nomeado para o cargo pelo presidente interino Michel Temer para assumir a função. O economista não deve participar, no entanto, da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) que termina hoje. Mais cedo, a CAE (Comissão de Assunto Econômicos do Senado) aprovou a indicação por 19 votos a favor e 8 contrários.
Durante a sabatina na comissão, Goldfajn afirmou que terá como objetivo cumprir plenamente a meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo governo, mirando o seu ponto central. Desde 2009, a inflação medida pelo IPCA não fica próxima ao centro da meta. Nos 12 meses encerrados em abril, a taxa está acima de 9%.
"Estamos no caminho para meta de 4,5%? Sim. Em um momento não muito distante pretendemos atingir o centro da meta", disse. O economista afirmou que a retomada do crescimento econômico, da queda dos juros e do aumento do emprego passam pela reorganização das contas públicas. E refutou a tese de que o aumento de gastos e da inflação contribuam para o crescimento do País.
"Nossa história recente bem demonstra que níveis mais altos de inflação não favorecem o crescimento econômico, pelo contrário. A literatura econômica já refutou por diversas vezes o falacioso dilema entre a manutenção de inflação baixa e crescimento."
Para ele, é necessário abandonar a política econômica adotada nos últimos anos e resgatar "o velho e bom tripé macroeconômico", que inclui responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e cumprimento da meta de inflação.
"Todos nós gostaríamos de ver o custo de dinheiro cair. A dúvida é qual a melhor maneira para fazer isso. Temos que trabalhar nas raízes da causa, para que não se entre em um atalho, para que caia de forma permanente."
Goldfajn disse ainda que é imprescindível manter e aprimorar a autonomia do Banco Central. Ele citou a proposta de Temer de tirar o status de ministro do chefe do BC, mas de colocar na Constituição que a instituição tem a autonomia técnica ou operacional para perseguir as metas de inflação. O economista disse ainda que, no futuro, seria positivo que os diretores do BC tivessem mandatos garantidos por lei.
O futuro presidente do BC também afirmou que a instituição pode rever o nível das reservas internacionais "assim que as condições permitirem". O Brasil tem hoje US$ 376 bilhões em moeda estrangeira, cerca de 20% do seu PIB, algo próximo do nível de outros países emergentes. "Esse seguro, no momento, é um seguro que vale a pena manter. Mas, assim que a gente passar esse período de incerteza, vale a pena fazer essa discussão sobre o nível ótimo das reservas, que depende também do quanto nos custa manter."
Para o economista, é factível que o Brasil volte a crescer em 2017, como projetam os economistas consultados pelo próprio BC. Para isso, no entanto, disse ser fundamental colocar as contas públicas em ordem, algo que ajudaria o BC a controlar a inflação.
A oposição questionou a indicação de Goldfajn. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), por exemplo, afirmou que ele não deveria ter seu nome aprovado por ter exercido recentemente função relevante em uma instituição financeira, o Itaú-Unibanco. Vanessa disse que esse entendimento está baseado na legislação atual e que já há várias ações populares no Judiciário que contestam o nome de Goldfajn.
A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) questionou a tese da senadora do PCdoB. Afirmou que a lei citada trata de conflito de interesse no exercício do cargo e da questão da quarentena para quem vai do setor público para o privado. "Nada contra trazer da iniciativa privada informações valiosas para ajudar o País. Não vejo qualquer tipo de conflito", disse.
 

Dólar cai pela 5ª sessão seguida com fala de Goldfajn e emissões da Vale

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O dólar recuou pela quinta sessão seguida ante o real e encerrou ontem no menor patamar desde 29 de abril. A onda de vendas foi direcionada pela alta das commodities e pelas perspectivas sobre os juros dos EUA, assim como pela percepção de que o Banco Central (BC) não deverá interferir tanto no mercado cambial na gestão de Ilan Goldfajn, deixando o dólar flutuar de acordo com as forças de mercado. Também contribuiu para o movimento a perspectiva em torno de emissões de bônus de companhias brasileiras no exterior.
O mercado recebeu bem a sinalização do economista indicado para o BC, Ilan Goldfajn, de que a instituição poderá recorrer ao uso de swap cambial reverso em momentos de maior pressão de baixa, com o objetivo de dar continuidade à redução do estoque de swap cambial tradicional. Expectativas sobre emissões de bônus de companhias brasileiras no exterior também reforçaram o movimento de queda do dólar. A Vale anunciou que a demanda pelos bônus de 2021 lançados no exterior alcançou US$ 4,5 bilhões e a companhia emitiu
US$ 1,25 bilhão com retorno de 5,875%.
No fechamento do mercado à vista, o dólar foi cotado aos R$ 3,4474, com queda de 1,26%. A moeda chegou a ceder até
R$ 3,4463 (-1,29%) na tarde - terceira menor mínima intraday deste ano, depois dos R$ 3,4389 durante a sessão de 11 de maio e dos
R$ 3,4301 registrados em 29 de abril. As perdas acumuladas estão em 4,53% nos cinco dias de queda.
A Bovespa alternou pequenas altas e baixas, fechando em alta de 0,11%, com 50.487 pontos e
R$ 5,06 bilhões em negócios.

Centrais fazem manifestação pela redução da taxa Selic

 Economia protesto centrais sindicais contra alta de juros reunião do Copom_foto divulgação Força Sindical

Economia protesto centrais sindicais contra alta de juros reunião do Copom_foto divulgação Força Sindical


FORÇA SINDICAL/DIVULGAÇÃO/JC
Uma manifestação organizada por centrais sindicais pediu ontem a redução da taxa básica de juros. O ato, que reuniu militantes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), foi realizado em frente ao prédio do Banco Central na avenida Paulista, região Central de São Paulo. O Comitê de Política Monetária (Copom) encerra hoje a reunião para decidir sobre a mudança ou manutenção da taxa básica Selic, que está em 14,25% ao ano.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, defendeu a redução dos juros, como forma de permitir a retomada da geração de empregos no Brasil. "Nós temos a certeza que reduzindo a taxa de juros você pode melhorar o emprego no País. Você abre mais indústrias e investimento na produção. E o consumo aumenta e gera emprego também", disse.
No protesto, os sindicalistas inflaram um dragão de 13 metros de altura e três cabeças, que representam a inflação o desemprego e os juros altos. A intenção, de acordo com a Força Sindical, é alertar sobre a "tríade que forma o pesadelo do povo brasileiros".