O enterro dos cabos

Os municipários resolveram em assembleia que vão continuar a greve, movimento que não conta com a participação do grosso da categoria. O prefeito José Fortunati (PDT) já anunciou o corte do ponto dos grevistas e, salvo reviravolta nas negociações que o alcaide declarou encerradas, é medida definitiva. Recorde-se frase do ex-presidente Lula (PT) quando labutava no meio sindical: greve sem corte de ponto não é greve, é festa.

É deprimente passar no Centro Histórico da Capital. Além da sujeira, os sem-teto arrancharam em definitivo por toda a parte, debaixo das marquises, do viaduto Otávio Rocha ou a céu aberto, em qualquer lugar, como esta barraca ao lado do mais importante museu do Rio Grande do Sul, o Margs. Os camelôs tomaram conta (de novo) e, para piorar, muitos catadores e sem-teto carregam cachorros que volta e meia brigam entre si. As buzinas deram lugar aos latidos.

A ONG Brasil Sem Grades divulgou pesquisa do Ministério Público de São Paulo dando conta que dois em cada três menores infratores não tem pai dentro de casa. Há alguns anos, o médico Sérgio de Paula Ramos, especialista em dependência química, disse que a maioria dos menores dependentes do crack tinham sérios problemas com o pai. Não com os pais, mas com o pai.

No dia 21 de agosto a comunidade montenegrina poderá conferir de perto as obras de revitalização da Estação de Cultura de Montenegro, construído no complexo da antiga estação ferroviária. A obra, 90% concluída, recebeu a visita do prefeito Luiz Américo Alves Aldana, e do diretor de Relações Institucionais da Braskem no Rio Grande do Sul, João Ruy Freire. O projeto conta com investimento de R$ 698 mil da Braskem através da LIC e contrapartida da prefeitura.

Nem tudo é má notícia na prefeitura. Dentro do Plano de Contenção de Despesas, a Secretaria Municipal de Administração conseguiu uma significativa redução no consumo de energia. A conta das cinco secretarias da Capital que ocupam o prédio José Montaury passou de R$ 94,5 mil, em abril, para R$ 50,2 mil em junho. E vem mais economia aí, diz o secretário Paulo Guimarães.

Também não precisava ser adivinhão para desconfiar que tinha muita linguiça debaixo do pirão da Lei Rouanet. Quando grupos artísticos de nome e sobrenome internacional e figuras carimbadas do universo musical brasileiro se valeram da Rouanet, com shows que tinham fila de espera dobrando a esquina, podia-se dizer a famosa frase "aí tem..."

Recursos da Lei Rouanet para o casamento em Jurerê certamente bancaram as carésimas champanhes francesas e comidas que a maioria da população só viu nos filmes, e mesmo assim pagando entrada.