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- Publicada em 27 de Junho de 2016 às 15:42

Reforma do bem

Gabriel ajudou no início das obras da sede e aprovou as mudanças

Gabriel ajudou no início das obras da sede e aprovou as mudanças


MARCO QUINTANA/JC
Nicole Feijó
A paredes brancas dão espaço às cores claras, como azul, verde e pêssego; enquanto cortinas, janelas e piso são substituídos. As cadeiras de plástico dão lugar a outras, mais confortáveis, e o espaço ganha um ar-condicionado. Todas essas mudanças deixam o ambiente mais acolhedor para os frequentadores da Associação dos Familiares e Amigos do Down (Afad), iniciativa que partiu de um grupo de alunos de Publicidade e Propaganda da faculdade ESPM.
A paredes brancas dão espaço às cores claras, como azul, verde e pêssego; enquanto cortinas, janelas e piso são substituídos. As cadeiras de plástico dão lugar a outras, mais confortáveis, e o espaço ganha um ar-condicionado. Todas essas mudanças deixam o ambiente mais acolhedor para os frequentadores da Associação dos Familiares e Amigos do Down (Afad), iniciativa que partiu de um grupo de alunos de Publicidade e Propaganda da faculdade ESPM.
Os estudantes foram desafiados pelo professor Rodrigo Valente, da disciplina de Campanha Institucional Governamental, para aplicar os conhecimentos na prática. Daí, nasceu o projeto "Construindo um futuro mais XXI", que propõe a reforma da sede da Afad.
"A nossa função principal é trazer a conscientização para a sociedade e empoderar o jovem com Down. Nosso projeto não tem início, meio e fim. Ele tem início, meio, futuro e progresso", afirma Vinícius Borges, aluno que sugeriu à turma que o projeto contemplasse uma entidade dedicada à síndrome de Down.
Junto com Augusto Fischer Silva, Khamire Batista, Pedro Heps e Tauany dos Santos França, Borges começou a desenvolver o trabalho. Alteração das áreas digitais, criação de identidade visual e reforma do site saíram do papel e passaram a melhorar a comunicação e atrair público externo para conhecer a instituição. O segundo passo do grupo foi a produção de um portal de ideias, uma plataforma on-line para os jovens da Afad manifestarem o que desejam aprender, para que os pais e associados da organização consigam perceber os seus interesses.
Por fim, com a ajuda da arquiteta Patrícia Blaschke, a meta era dar à sede física uma "cara mais feliz" e transformá-la em um espaço possível para realizar ações. "Analisamos o ambiente para proporcionar bem-estar e harmonia. Todo o projeto tem o objetivo de desenvolver e gerar vida, por meio da criação de um local propício para atividades específicas", explica ela.
Em um sábado do mês de junho, os alunos reuniram alguns jovens e seus pais para fazer o descarte de materiais que não eram mais utilizados para, assim, garantir a ampliação do espaço. Borges defende que os jovens com síndrome de Down podem ter uma estrutura de conhecimento e se preparar de uma forma melhor para a vida. Para realizar a reforma, eles criaram um crowdfunding, sistema de arrecadação de recursos on-line.
Há 24 anos, a entidade, formada por cerca de 100 famílias, promove eventos de educação, palestras de diversos temas, rodas de conversa e oficinas. Na última segunda e quarta-feira de cada mês, realizam o projeto Acolhimento, quando abrem a sede para receber familiares de pessoas com síndrome de Down. A presidente, Vera Ione Scholz Rodrigues, conta que não existe restrição de idade, eles recebem todos, desde o nascimento até idades avançadas, incluindo também grávidas que procuram apoio. Ela chama a atenção para a importância da participação dos pais: "as vivências mostram a eles que o adulto com Down pode interagir, conviver e, se oferecermos oportunidades, tem possibilidades de desenvolvimento quase autônomo".
Segundo o estatuto, todos os pais associados são voluntários e organizam as atividades e ações relacionadas à deficiência. A instituição elabora seus projetos apenas com a contribuição dos membros e parcerias estabelecidas, como com a empresa Aita Recepções e a fotógrafa Simone Di Domenico, com os quais realiza eventos e exposições.
Filiada à Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, a Afad também levanta a bandeira da inclusão escolar. Apesar de reconhecer que o período mais difícil que os jovens com a deficiência enfrentam é a pré-adolescência, Vera acredita que as instituições de ensino devem incentivar a inclusão em todos os níveis. "Deve ser oferecido aos jovens com Down tudo o que é oferecido aos outros, eles vão aproveitar o que podem", defende ela, mãe de João Vicente, que, com 20 anos, está terminando o Ensino Médio em uma escola pública. Ele e Gabriel, filho de Janeci Deliberali Lazzari, secretária e coordenadora do comitê de comunicação da associação, participam do grupo Geração XXI, no qual realizam oficinas de música, arte, esporte e até organização financeira. Com cerca de 30 integrantes, eles também fazem encontros informais, festas e comemoram aniversários. "Existe uma fase em que eles começam a ficar muito sozinhos, e esse grupo possibilita que eles se sintam parte de algo, o que eleva a autoestima", observa Janeci.
No dia 12 de julho, a Afad realiza a palestra "Saúde Integral: o caminho da saúde através do estilo de vida", ministrada pela dra. Luciana Costa. O evento acontece na avenida Lucas de Oliveira, número 505, no auditório, a partir das 19 horas. O valor dos ingressos é de R$ 20,00, e pessoas com síndrome de Down estão isentas. 
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