PT lança Pont como pré-candidato a prefeito

O diretório municipal do PT escolheu, na noite de quarta-feira, o ex-prefeito e ex-deputado Raul Pont como pré-candidato à prefeitura de Porto Alegre. O nome já era discutido internamente desde o início do ano e foi aprovado por unanimidade entre as correntes internas da sigla durante reunião.

Apesar disso, a definição oficial deve vir após conversas com aliados que podem compor uma coligação, como o PCdoB. "É uma opção de unidade, mas queremos consolidar com outros partidos", explica o presidente municipal do PT, Rodrigo Oliveira.

Desde a redemocratização, o PT lançou candidato próprio à prefeitura nas oito eleições (1985 a 2012). Em 2016, seria a primeira vez que o partido não teria cabeça de chapa e apoiaria a deputada estadual Manuela d'Ávila (PCdoB).

Com o anúncio da desistência de Manuela, em fevereiro, o PT anunciou que aceleraria os debates para ver um nome no partido, o que seria definido em março, mas não ocorreu, porque as atenções ficaram centradas na discussão do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Pont encerrou, no início de 2015, seu último mandato como deputado estadual e já havia manifestado, no ano anterior, que não pretendia mais concorrer em eleições. Entretanto, o petista entende que existe um "chamamento pelo momento histórico" do País. "Todas as pesquisas apontam uma necessidade de termos uma candidatura", explica.

O PT sustenta que buscou um nome que aliasse experiência e ética para as eleições. "A indicação do meu nome responde a essas questões, não só pela minha trajetória, mas pelo período que fiquei na prefeitura (entre 1997 e 2000), com bons índices de aprovação."

Nas redes sociais, vários militantes demonstraram apoio à escolha e já circulam imagens incentivando a candidatura, com os dizeres "Toca Raul" e a foto de Pont. Também eram cotados para a eleição os deputados federais Henrique Fontana e Maria do Rosário.

As negociações com o PCdoB, tradicional aliado petista, devem ocorrer nas próximas semanas. Adalberto Frasson, presidente municipal do PCdoB, defende uma candidatura única dos partidos que se colocaram contra o impeachment tanto no âmbito nacional quanto municipal - o que excluiria o P-Sol gaúcho, que defendeu novas eleições.

Entretanto, o anúncio do PT pode não ter agradado à sigla. "Não vejo com bons olhos um partido fechar uma candidatura agora", disse Frasson. O dirigente afirma que, internamente, ainda não existem conversas sobre o nome de Pont, mas que o ex-prefeito foi um dos principais críticos ao apoio do PT à candidatura de Manuela em 2012, e a aliança acabou não ocorrendo. "Era o momento ideal para fecharmos uma candidatura", lembra. Mesmo sem Manuela, Frasson não descarta candidatura própria ou composição com o PDT, sem o PT.

O PDT pode lançar o secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha, à prefeitura ou apoiar o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB), que será candidato. O P-Sol já trabalha com o nome de Luciana Genro à prefeitura.